Capítulo 20

4.4K 459 49
                                    


Ando de um lado para o outro em meu escritório. Escuto baterem à porta, que se abre. Sorridente, William passa por ela.

— Pensei que só o veria na reunião da empresa — comenta, jogando-se em uma poltrona.

— Quero tratar logo de um assunto com vocês — revelo.

— E o que é?

— Vamos esperar aqueles dois idiotas — resmungo, e, como mágica, Caio e Heitor chegam. — Aí estão eles — murmuro.

Nós nos servimos de uma bebida, e eu pergunto como anda a vida de cada um. É claro que os três estranham a minha pergunta, pois eu não sou muito de ficar de conversa fiada.

Alguns minutos se passam, eles me olham, aguardando o motivo desta reunião extraordinária. Porra, eu não devo nada a ninguém, nem sei por que convoquei esta reunião. Mas parece que o dia hoje foi para isto, para organizar reuniões e dar satisfações do que eu faço.

E eu odeio isso!

— Alexander, você vai ficar nos olhando a noite toda? — pergunta Heitor.

— Eu já pensava em fazer a mesma pergunta. O que foi, estava com saudades de nós? — caçoa Caio, com sua expressão cínica.

William olha para o relógio em seu pulso.

— Estamos aqui há mais de vinte minutos e você só está nos enrolando — comenta, olhando para mim e cruzando os braços. — Você cometeu algum crime?

Sacudo a cabeça e me levanto. Vou até o carrinho e me sirvo de outra dose de whisky. Tomo em uma só golada.

— Eu não devo explicações a vocês — resmungo. Volto para o meu lugar e me sento. Olho para os três, que me observam sem entender minhas ações. — No entanto, acontece... que eu... Bem, eu estou com alguém.

Os três parecem não compreender. William passa a mão na cabeça.

— Como assim alguém? — indaga.

Caio, então, dá um sorriso debochado. Esse filho da puta pescou o que eu quis dizer. Ele cai na gargalhada, dobrando o corpo para frente de tanto que rir.

— Eu não entendi a piada — diz Heitor.

De repente, como um click, ele arregala os olhos e coloca a mão na boca.

— Não...

— Caralho, Alexander, você também se amarrou? — indaga William, com expressão de surpresa.

Caio não para de rir, chega até a chorar. Eu não reajo, apenas o olho com seriedade. No entanto, não bastasse ele gargalhando, os outros dois também começam a rir. Eles não se importam com a minha cara. Heitor, Caio e William riem como se eu fosse uma piada para eles.

— Puta merda! O mais inflexível e prepotente está enrabichado. Eu não acredito! — Heitor diz entre a risada.

Eu me levanto e olho para os três.

— Vocês parecem três adolescentes. Eu não sei como conseguiram se casar, tenho pena dos filhos de vocês — brado, mal-humorado.

Eles ainda riem durante um tempo, até que, aos poucos, começam a se cansar.

— Cara, a nossa reação foi instintiva, afinal, você nos sacaneou bastante — William comenta.

Ergo uma sobrancelha.

— Eu nunca sacaneei vocês quando arrumaram suas mulheres! Fiz alguns comentários, sim, mas nunca fiz pouco do relacionamento de vocês. Eu só fui um pouco mais sacana com o Caio, o comedor número um de bocetas do país.

ALEXANDER - A Redenção de Um HomemOnde histórias criam vida. Descubra agora