Capítulo 35

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Um galpão em obra é de onde veio a ligação. Estamos parados do outro lado da calçada, nos fundos do terreno, enquanto eu aguardo a vistoria nas redondezas.

Rodrigo entra no carro.

— A área está limpa, mas pudemos observar uma movimentação dentro do terreno, que tem um maquinário e materiais de construção. Fizemos uma inspeção e vimos que o galpão fica no meio do terreno, acredito que o cretino esteja lá — indica, olhando para o lado de fora.

Eu faço o mesmo e observo a rua.

— Aqui é perfeito, não chama atenção de ninguém, sem vizinhos por perto. Um lugar em obras, com pessoas estranhas entrando e saindo... Eu só não sei por que fazer tudo isso. Com a tecnologia que temos hoje, é só ele colocar um aparelho no telefone para distorcer a voz.

— Com certeza ele usa alta tecnologia, e para isso é preciso uma boa aparelhagem, com certeza ele não queria correr o risco de acontecer uma interrupção — supõe.

Avisto Reinaldo caminhar em nossa direção. Ele abre a porta do carro.

— Tem gente no galpão. O terreno é vigiado por homens que fingem estar trabalhando — conta e olha de Rodrigo para mim. — O que pretende fazer?

Eu pego minha arma e olho de um para o outro.

— Vamos invadir. Usem silenciadores. Atirem, não para matar, e os imobilizem. Alguma coisa me diz que a resposta que eu quero está nesse galpão.

Rodrigo faz uma careta.

— Por que isso não me surpreende?

— Eu vou entrar lá, de uma maneira ou de outra — aviso.

Reinaldo coça a cabeça.

— Vou preparar os homens para a invasão. — Ele sai do carro.

Eu fico concentrado. Do carro, presto atenção em cada detalhe. Para não chamar atenção, estamos usando um carro popular com o logotipo de uma empresa de energia. É evidente que o carro é equipado, e como os outros que possuo, tem vidros blindados. Mas, olhando, ninguém diz ou desconfia de nada.

Rodrigo prepara suas armas, e ainda testa seu canivete. Ele sabe que podemos ter horas difíceis pela frente e está em seu modo de combate. Eu sinto um calor infernal, apesar do ar condicionado ligado, pois o colete à prova de balas esquenta para caralho.

O bipe de seu telefone toca e ele o verifica.

— Vamos? — pergunta.

Eu coloco o boné da falsa empresa de energia e a pistola na parte de trás da minha calça. Hora de agir com frieza!

Disfarçados, saímos do carro e atravessamos a rua. O portão do terreno se abre, e noto Reinaldo com a arma à frente do rosto. Ao entrar, avisto, logo de cara, dois homens imóveis no chão. Do lado esquerdo, perto do material de construção, reconheço dois dos meus guarda-costas. Como Reinaldo, ambos têm suas armas preparadas.

— A segurança aqui é de merda — cochicha Reinaldo.

— Eles não contavam que viéssemos, estão despreparados — Rodrigo diz, olhando para todos os lados.

Nós andamos, devagar, rente ao muro. Olho para cima, em busca de alguma câmera de segurança.

— Sei o que procura, há câmeras apenas no portão da entrada principal e na parte da garagem — sussurra Reinaldo.

Um homem aparece, saindo de uma das portas. Ele arruma as calças, e quando olha para frente e nos vê, leva a mão à cintura, para pegar sua arma. Rodrigo dispara em sua perna, o homem cai de joelhos e geme de dor. Reinaldo corre até ele, pega um tecido no bolso da calça e leva até seu nariz. O homem desmaia na hora. Em seguida, outro dos meus aparece. Amordaça o cara e o leva para o mesmo lugar de onde ele saiu.

ALEXANDER - A Redenção de Um HomemOnde histórias criam vida. Descubra agora