Capítulo 26

4.7K 399 27
                                    


Dessa vez, eu não serei uma intrusa, estarei com o dono da festa. Eu sorrio, feliz, vendo a minha imagem no grande espelho do closet. Sinto-me em um conto de fadas usando este vestido cinza-chumbo com pontos brilhantes. Ele é longo e tem uma abertura lateral na perna esquerda, e seu caimento mostra minhas curvas suaves.

Na parte de cima, a frente única deixa um decote moderado. Meus cabelos estão presos no topo da cabeça, e alguns fios caem pelas laterais. Para completar, sandálias de salto prateadas, que elevam um pouco mais a minha altura.

— Você é, de longe, a mulher mais linda que eu já vi! — Ouço a voz de Alexander, que caminha atrás de mim.

Logo vejo seu reflexo no espelho, então nos encaramos. Eu sorrio.

— Estou mesmo me sentindo linda — confesso.

Ele também sorri. Eu me viro de frente para ele e vejo uma caixinha de veludo preta e comprida em sua mão.

Alexander abre a caixa, e eu vislumbro uma joia magnífica, com uma grande pedra vermelha ao centro e muitas pedrinhas minúsculas em volta, que brilham sob a luz.

— Este é o bracelete vermelho. Nas festas da Mansão Eros, quem usa um, está indicando que não pode ser abordado por qualquer pessoa. Não pode participar de nenhum dos jogos sexuais em grupo ou ficar com alguém, a não ser com a pessoa que o acompanha. E também não pode se exibir sexualmente na frente dos outros — explica, pega meu pulso e coloca o bracelete. Por fim, volta a me olhar. — Isso quer dizer que ninguém irá incomodá-la. Apenas eu posso tê-la, Diana.

Alexander beija meus lábios com leveza, toma distância e olha para o bracelete em meu braço, orgulhoso.

Ele está muito elegante em seu terno feito sob medida, arrematado com uma gravata borboleta. A barba bem-feita, os lábios grossos e as sobrancelhas densas no rosto de simetria austera reforçam sua postura de homem enigmático. Eu fico pensando em quantas mulheres o desejam, assim como quantas o temem, pois ele não é um homem do tipo acolhedor. Muito pelo contrário.

— E a máscara, não devemos usar uma? — pergunto enquanto caminhamos de mãos dadas para fora da suíte.

— Estão no carro. Chegaremos antes de todos os convidados e iremos direto para o escritório, somente depois devemos usar a máscara, para que possamos circular pela Mansão — explica.

O carro já está à nossa espera. Reinaldo nos acompanhará, junto ao motorista, além de outros dois carros, que farão a nossa escolta. Eu ainda não me acostumei a isso, é um mundo muito diferente para mim. Na minha vida antiga, eu saía de casa para ir ao mercado ou levar Yasmim para a escola sem me preocupar se alguma coisa poderia acontecer.

No entanto, agora, vivendo com Alexander, devo me acostumar com o excesso de segurança. Ele é um homem poderoso, e alguém assim, com certeza, fez inimigos pelo caminho. Não é à toa que precisa de toda essa vigilância.

Na Mansão Eros, as luzes do jardim estão acesas. Por onde olho, há um segurança portando um aparelho de comunicação e um fone de ouvido próprio para vigilância. Alexander me contou que todas as áreas da Mansão, excluindo as suítes, em respeito à privacidade dos convidados, são monitoradas. No entanto, todas possuem alarme.

Saímos do carro e subimos as escadarias da frente da Mansão. As portas se abrem para entrarmos. Sem largar minha mão, Alexander marcha rumo ao escritório, e posso observar vários funcionários circulando. Eles usam uma roupa preta simples e já estão com suas máscaras.

No escritório, Alexander deixa a caixa com as nossas máscaras em cima da mesa e vai até o carrinho de bebidas, servindo-se de uma dose de whisky.

Ele me olha com preocupação.

ALEXANDER - A Redenção de Um HomemOnde histórias criam vida. Descubra agora