Capítulo 14

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O olhar de decepção de Diana, o momento em que percebe que foi enganada, não me passa despercebido. Eu conto para ela o que ocorreu, mantenho a voz fria, mas, por dentro, a raiva me domina.

Suas lágrimas deslizam por seu rosto, e eu, sem pensar, levanto-me e a puxo para os meus braços para confortá-la. No mesmo instante, ela apoia a cabeça em meu peito. Eu acaricio seus cabelos e, com a outra mão, seguro sua cintura. Seu corpo pequeno se encaixa com perfeição ao meu.

Uma necessidade arrebatadora me bate e eu desejo ficar assim com ela por um longo tempo. Eu não sei denominar esse sentimento que me invade. Só sei que é algo muito intenso, que faz com que a minha respiração falhe e meu coração bata num ritmo frenético.

O telefone que eu uso apenas para assuntos de extrema importância começa a tocar em cima da mesa. Diana dá um passo para trás e me presenteia com um sorriso suave.

— Pode ser importante. — Sua voz macia e rouca me deixa com uma vontade louca de jogar tudo para o ar e cuidar dela.

Eu passo a mão em minha nuca e atendo à chamada. É Rodrigo.

— O que aconteceu? — indago.

Chegou até nós que a Rosa Maria está viva. Ela trabalha diretamente com o Don Aureliano — conta, quase atropelando as palavras. É uma de suas mulheres de confiança.

Eu inspiro com força, marcho até a minha cadeira e me sento. Diana me fita com curiosidade.

— Você já tem a confirmação disso? — pergunto, com os olhos cravados em Diana, que permanece em pé.

Rodrigo tosse do outro lado da linha.

A pessoa que me passou essa informação está me enviando algumas imagens. Inclusive, de Don Aureliano com Rosa Maria em uma de suas casas, que se localiza em Cusco, no Peru.

— Certo. Quando tiver essas imagens, envie todas para mim — ordeno, então mexo no notebook. — Quanto ao outro assunto, conseguiu devolver o dinheiro pago à garota?

Rodrigo foi designado para tentar restituir o valor que pagaram à amiga de Diana, assim, possivelmente, os homens de Don Aureliano não fiquem no prejuízo. Eu não estou nem um pouco preocupado com aqueles filhos da puta, mas sei como esse pessoal age. Caso se sintam lesados, com certeza vão atrás da Andréia. Ou pior, podem não sossegar enquanto não conseguirem o que querem, a Diana.

Escuto o som alto de sua respiração, isso não me agrada.

Nós conseguimos um contato, e esse homem, que se diz ser o contador do Don Aureliano, disse que quer mais grana pela moça, afinal, eles gastaram muito mais do que pagaram àquela traidora.

— Porra! — xingo e bato com força no tampo da mesa. Então, olho para frente e noto que assustei Diana, que ainda se encontra ali, parada. Balanço a cabeça e suspiro alto. — Quanto eles querem?

Disseram que não aceitam menos que 500 mil dólares. Eu deixei claro que é impossível...

— Providencie o pagamento — demando, sem deixar que ele termine.

Alexander...? Isso é loucura, eles não conseguiriam esse valor nem se o leilão fosse adiante.

— Providencie a porra do valor e cuide para que não perturbem mais. E deixe-os avisados de que, se atravessarem o meu caminho, serão mortos. Um por um! — Desligo o telefone e o jogo em cima da mesa.

Diana me encara com desconfiança.

— Se quiser, eu posso voltar em outro momento — diz.

Eu fico pensando no que vou fazer. E que merda é essa da Rosa Maria estar com o Don Aureliano? Fito Diana e fico na dúvida se devo ou não contar a ela. Porém, o melhor é esperar pelo tal e-mail com as imagens e investigar com mais precisão se essas informações são verdadeiras.

ALEXANDER - A Redenção de Um HomemOnde histórias criam vida. Descubra agora