Capítulo 32

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Hoje Rosa Maria foi levada à delegacia. O telefone que Reinaldo já havia pegado dela foi entregue ao Silas, com isso, seu envolvimento com Don Aureliano foi confirmado. Inclusive, foi descoberto que Rosa Maria aliciava moças para convencê-las a fazer programa na Europa, com a promessa mentirosa de boa vida e até casamento com homens ricos e poderosos.

Essas moças seriam escravas sexuais, sofrendo todo tipo de violência e perdendo sua dignidade, então, quando não servissem para mais nada, seriam abandonadas, descartadas feito lixo. Ou até mortas, na maior parte dos casos.

É triste saber que um ser humano, por pura ganância, é capaz de qualquer coisa. Isso me enoja e me revolta.

Rodrigo está no banco do carona enquanto somos conduzidos até a minha casa. Pelo iPad, ele monitora as últimas filmagens da Mansão Eros, ao passo que eu busco alguma informação de Don Aureliano no notebook. Meu telefone começa a tocar em meu bolso, e quando eu o pego, vejo o nome de Caio brilhando na tela.

— O que foi? — pergunto, seco.

Hum... está bravinho, é? — caçoa. Eu não respondo, apenas resmungo um palavrão. Em quinze dias, churrasco na casa do Heitor. E nem tente inventar desculpas!

— Vão comemorar alguma coisa?

Não. Pensamos em inventar algo, mas não encontramos um motivo, então será só para que possamos ver a sua... Seria... namorada? Você namora? — indaga, como se tivesse pensado agora nessa questão.

Deixo escapar um bufo.

— Vai tomar no cu, Caio! A vida de vocês está tão ruim que precisam se importar com a minha?!

Ele cai na gargalhada.

Você deve saber que essa pose de homem das cavernas não cola comigo, Alexander — aponta com riso na voz. Ele realmente não tem medo do perigo.

— Vou pensar. Eu, ao contrário de vocês, tenho uma vida — manifesto.

Ai! Essa doeu, meu amigo — reclama.

Reviro os olhos.

— Não ferra, Caio. Vai cuidar da sua mulher e das crianças — sugiro.

Ele suspira.

Eu faço isso todos os dias, meu grande amigo — debocha e dá uma tossida. Esperamos vocês. Se não forem, eu mesmo os buscarei na sua casa!

— Depois eu vejo se poderemos ir — resmungo. E antes que volte a falar, eu desligo o telefone na cara dele.

Eu rio e olho para o lado de fora da janela. É claro que eu vou ao churrasco, será uma grande oportunidade de a Diana conhecer as esposas dos meus amigos. Isso fará bem a ela. Diana precisa de amigas, alguém para conversar que não seja eu. Desabafar e falar mal de mim quando eu a irritar muito. Balanço a cabeça, achando graça dos meus pensamentos.

Marlene está no meio sala quando eu chego. Olho em volta.

— Onde está a Diana? — pergunto.

Ela sorri, parece até que recebeu uma boa notícia, pois seus olhos refletem felicidade.

— Está na suíte, à sua espera — anuncia.

Aceno e a olho com desconfiança.

— Aconteceu alguma coisa? Você parece bem feliz... — digo com um meio sorriso.

Eu tenho um enorme carinho por Marlene, ela é como se fosse uma mãe para mim, tanto que eu já cansei de falar para ela parar de fazer coisas pela casa. Ela não é minha empregada, no entanto, já falou diversas vezes que não aguenta ficar de dondoca.

ALEXANDER - A Redenção de Um HomemOnde histórias criam vida. Descubra agora