O prédio onde Rosa Maria está é muito vulnerável e não há segurança alguma. Eu espero que Reinaldo volte dentro do carro, para que eu suba até o terceiro andar, onde fica o apartamento ocupado por ela.
Meu dia hoje foi muito complicado, parece que tudo começou a deflagrar de uma só vez, e minha intuição me diz que a qualquer momento uma imensa bomba vai explodir.
Meu opositor falhou novamente, e sinto que ele não está nada satisfeito com isso, pois certamente não contava com a competência de meus inúmeros seguranças. Mas sei que voltará a fazer contato, é questão de dias.
Reinaldo bate no teto do carro, tirando-me dos meus pensamentos, e eu abro a porta.
— Vamos, a área está limpa. Ela acabou de entrar no banho — informa. Eu nem quero saber como ele sabe disso.
— Será que ela vai abrir a porta?
— Não sei, mas já providenciei a sua entrada, sem que precise de convite.
Caminho ao seu lado e olho para ele.
— Olha, eu não quero que ela apareça pelada na sala. Tudo o que menos quero ver é Rosa Maria do jeito que veio ao mundo — aponto.
Quando atravessamos a rua deserta, vejo um bando de delinquentes usando drogas perto de uma caçamba de lixo. Eu os encaro, e ao perceberem que não podem fazer graça, desviam o olhar, temerosos, tentando esconder que fumam maconha e cheiram cocaína.
No fundo, eu fico apiedado. Eles são tão jovens, e a maioria não chegará aos vinte anos de idade, pois a vida nas drogas é cruel.
Entramos no prédio, então percebo alguns dos meus homens nas proximidades. Subimos as escadarias de dois em dois degraus. Em segundos, estamos em frente à porta do apartamento de Rosa Maria. Reinaldo coloca a mão na maçaneta e, devagar, empurra.
Ainda podemos ouvir o barulho do chuveiro, assim, adentramos a pequena sala. Está tudo muito bagunçado por aqui. Escutamos um telefone tocar e avistamos um celular em cima de um aparador. Em silêncio, eu me aproximo para ver quem chama, mas apenas uma letra aparece. Olho para Reinaldo, que, ao ver a letra "D", acena, provavelmente pensando o mesmo que eu.
Quando o aparelho para de tocar, eu faço um sinal para ele. Reinaldo pega o celular, desliga-o e guarda-o em seu bolso.
O barulho de água caindo cessa, eu ando até o sofá e me sento. Pego minha arma e fico com ela em mãos. Eu não vou atirar, o meu propósito é assustá-la.
Cruzo as pernas e estendo os braços por cima do encosto do sofá, ficando bem à vontade. Fixo o olhar na porta, e só espero que Rosa Maria não saia nua. Mas, se sair, que se foda.
A porta do banheiro não está totalmente aberta, dando-me a visão da sombra de movimentos de Rosa Maria. Então, a porta finalmente se abre. Rosa Maria usa um roupão e tem uma toalha enrolada na cabeça. Dando um passo para frente, ela nota a minha presença.
Eu dou um sorriso presunçoso.
— Olá, Rosa Maria! Voltamos a nos encontrar — digo com voz gélida.
Ela olha para a minha mão que segura a arma, e vejo seu corpo estremecer.
— O que o senhor quer comigo?
Faço uma expressão debochada e estreito o olhar.
— Quero algumas respostas. E se eu perceber que está mentindo, você morre.
Rosa Maria engole em seco.
— Sendo assim, eu te aconselho a não esconder nada dele.
Ela olha para o lado, assustada, percebendo a presença de Reinaldo.
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ALEXANDER - A Redenção de Um Homem
RomanceAlexander Ball é um homem envolvido em mistérios. Ninguém sabe de seu passado, apenas que é implacável em suas ações. Seria ele um criminoso ou um herói? Seria Alexander um homem íntegro e bom? Ou seria ele um homem mau, impiedoso? Um homem temido p...