— Então, você ainda está transando com o Higor?
Não sei o que responder.
Tipo, não sei mesmo, e isso fica tãoooo estranho.
Um silêncio super incomodo entre nós deixa o lugar mais pesado, e mais pesado, e mais pesado, e ainda mais pesado. As coisas não terminaram bem entre nós dois, principalmente por culpa dele — o Augusto foi um grande cuzão — e aí ele começa o assunto justamente com o elefante da sala? Como se eu quisesse falar do treinador com ele.
Affs, ainda não descobri como responder à pergunta.
Mas, algo me diz, que ficar encarando esses olhos amarelo escuro não parece ser a melhor solução. Ou sequer uma solução. Tento desbloquear a garganta, pensando no que dizer até que finalmente solto tudo de uma vez.
— Jura? Bem direto, né? Quer mesmo começar por isso, fessor? Quer dizer, Augusto... professor Augusto? Merda isso é tão estranho. — Essa última parte falo mais comigo mesmo, porém seu sorriso amarelo me diz que ele escutou.
Dessa vez o silêncio estranho vem por parte dele. Ele batuca os dedos pintados de preto na bancada, a cabeça baixa. Fica assim por alguns segundos, até que a ergue mordendo os lábios. Não é sua expressão morde lábio sexy, e sim a pensativa.
Quando você passa algum tempo com as pessoas, começa a aprender a diferenças nesses detalhezinhos.
— Pode me chamar de Augusto, não sou mais professor. — Finalmente ele responde, depois de eu quase ter dado no pé três vezes.
Vejo alguém acenar para ele, pedindo atendimento, ele ignora e a bartender que eu até agora não tinha reparado estar ali, vai até os clientes.
— Claro, Augusto. — Falo quando desvio os olhos da pobre mulher super ocupada, (agora ainda mais, coitada) e então... nossa, falar assim soa estranho demais. — Então, professor, não vai rolar dizer seu nome não.
Isso arranca um revirar de olhos dele, que se inclina na bancada, acendendo um cigarro. Ele aspira e sopra algumas vezes antes de voltar a falar comigo.
— Para alguém que faz de tudo por quebrar regras, você se fixa demais em figuras de autoridade e poder, você sabe bem disso, não é?
Desaforado!
Metido a sabichão!
Intrometido e abusado!
Porém, ao invés de falar qualquer uma dessas coisas, resolvo ser razoável e não arranjar problemas.
— Agora deu de psicólogo, é? — Considero que isso seja o menos ofensivo, embora Maksin provavelmente diria que estou sendo sarcástico, cínico ou debochado.
— Não. Isto foi apenas um chute gracioso.
— Se não quer que eu chute outra coisa, cê vai parar com isso.
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Como Odeio Amar Você
RomanceLivro para maiores de 18 anos. Tem ideia do que é odiar alguém? Desprezar tudo o que vem de alguma pessoa, sua fala, seu modo de agir, sua absoluta e completa existência. Para os fins e para os meios, Maksin Petrov odeia completamente Allysson Gonza...