Capítulo 23 _ Allysson

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— Então, você ainda está transando com o Higor?

— Então, você ainda está transando com o Higor?

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Não sei o que responder.

Tipo, não sei mesmo, e isso fica tãoooo estranho.

Um silêncio super incomodo entre nós deixa o lugar mais pesado, e mais pesado, e mais pesado, e ainda mais pesado. As coisas não terminaram bem entre nós dois, principalmente por culpa dele — o Augusto foi um grande cuzão — e aí ele começa o assunto justamente com o elefante da sala? Como se eu quisesse falar do treinador com ele.

Affs, ainda não descobri como responder à pergunta.

Mas, algo me diz, que ficar encarando esses olhos amarelo escuro não parece ser a melhor solução. Ou sequer uma solução. Tento desbloquear a garganta, pensando no que dizer até que finalmente solto tudo de uma vez.

— Jura? Bem direto, né? Quer mesmo começar por isso, fessor? Quer dizer, Augusto... professor Augusto? Merda isso é tão estranho. — Essa última parte falo mais comigo mesmo, porém seu sorriso amarelo me diz que ele escutou.

Dessa vez o silêncio estranho vem por parte dele. Ele batuca os dedos pintados de preto na bancada, a cabeça baixa. Fica assim por alguns segundos, até que a ergue mordendo os lábios. Não é sua expressão morde lábio sexy, e sim a pensativa.

Quando você passa algum tempo com as pessoas, começa a aprender a diferenças nesses detalhezinhos.

— Pode me chamar de Augusto, não sou mais professor. — Finalmente ele responde, depois de eu quase ter dado no pé três vezes.

Vejo alguém acenar para ele, pedindo atendimento, ele ignora e a bartender que eu até agora não tinha reparado estar ali, vai até os clientes.

— Claro, Augusto. — Falo quando desvio os olhos da pobre mulher super ocupada, (agora ainda mais, coitada) e então... nossa, falar assim soa estranho demais. — Então, professor, não vai rolar dizer seu nome não.

Isso arranca um revirar de olhos dele, que se inclina na bancada, acendendo um cigarro. Ele aspira e sopra algumas vezes antes de voltar a falar comigo.

— Para alguém que faz de tudo por quebrar regras, você se fixa demais em figuras de autoridade e poder, você sabe bem disso, não é?

Desaforado!

Metido a sabichão!

Intrometido e abusado!

Porém, ao invés de falar qualquer uma dessas coisas, resolvo ser razoável e não arranjar problemas.

— Agora deu de psicólogo, é? — Considero que isso seja o menos ofensivo, embora Maksin provavelmente diria que estou sendo sarcástico, cínico ou debochado.

— Não. Isto foi apenas um chute gracioso.

— Se não quer que eu chute outra coisa, vai parar com isso.

Como Odeio Amar VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora