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— Você vai ver como ele é legal, Maks.
Mais uma vez e digo isso por que faz uma semana, Yuki repete a frase, empolgadíssimo, como na primeira vez em que a falou e como nunca o tinha visto neste curto período de tempo em que nos conhecemos.
O estado de euforia, como assim nomeei, teve início quando ele recebeu a notícia de que seu (nas palavras de outros) inescrupuloso amigo estava retornando a escola. Os sintomas de tal estado se enquadram em voz ficando cada vez mais afinada pelo entusiasmo, mãos agitadas, dancinhas aleatórias e... os pés.
Ah, os pés.
Desde que recebeu a "fabulosa" notícia, Daniel, em momentos (vários), fica na ponta dos pés, num movimento inconsciente e inconsistente, ele se balança para frente e para trás, a forma levemente desengonçada com que faz deixa-o de certa forma adorável.
Adorável, é uma das características que associei a ele. Usualmente não fico perfilando as pessoas, mas faço recorrentemente com ele. Assim que é de se constatar, mesmo que para mim mesmo, que Yuki de certa forma me atrai.
Notei isso desde que conversei com ele pela primeira vez, há algo nele intrigante, interessante, arrebatador.
Algo que me faz lembrar de Maria Antonieta.
Talvez sejam os gestos marcantes, o sorriso fácil ou quem sabe seja o cabelo. Bem, o cabelo decerto me recorda um pouco ela. Com suas diferenças, obviamente, ao invés de azul e verde, as madeixas de Daniel brilham com tons fortes de vermelho carmesim e rosa magenta. De acordo com ele, num futuro próximo, vai ficar apenas o rosa já que combina melhor com sua cutis.
— Viu? Chegou. — O timbre de sua voz chega a tremer pela animação, ele acena, até que meio brusco pelo empolgamento, para o seu tal melhor amigo que ele estava maluco (e me enlouquecendo) para me apresentar.
Com tanta exaltação, já me sinto meio exausto.
Daniel é um cara interessante, tem bom papo e ótimo caráter, mas também possui um certo dedo podre para amizades. Não que eu não tenha, afinal as pessoas não vêm com uma tela na testa para que possamos ler seus pensamentos, intenções ou passado. Não. Entretando não é só esta a questão.
Há um tempo Daniel quis porque quis, insistiu muitissímo, para que eu conhecesse sua roda de amigos, mesmo eu sendo bastante contundente com minha negação. Então, ele resolveu fazer isso escondido.
Eu achei que iriamos sair juntos, mas na verdade era um encontro com seu círculo social. E bem, ok, eu fui forçado a socializar, o que já é meio ruim, mas o pior mesmo foi ter de fazer isto no mesmo ambiente que Dominik.
O que dá para reiteirar sobre suas má índole para amizade.
E mais: eu repugno interagir com Dominik.
Ok, não é como se eu não estivesse preparado para isso futuramente (um muito distante, de preferência), afinal vim para o mesmo instituto que ele.
Mas não é só porque existe a possibilidade de acontecer que eu não vou fazer questão de evitar.
Entretanto, graças a intervenção inconsciente de Daniel, tive que evitar por bem menos tempo que eu queria.
Só de pensar nisso já começo a me irritar.
Afinal, o fato desta criatura estudar aqui foi um dos motivos para eu não querer vir para este estapafúrdio instituto, contudo como Arthur bateu o pé eu não tive opção.
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Como Odeio Amar Você
RomanceLivro para maiores de 18 anos. Tem ideia do que é odiar alguém? Desprezar tudo o que vem de alguma pessoa, sua fala, seu modo de agir, sua absoluta e completa existência. Para os fins e para os meios, Maksin Petrov odeia completamente Allysson Gonza...