Gostaria de relembrar a todos os gatilhos desta história:
Violência. Ameaças. Menção a Sucídio. Suicídio.
Não, não são todos os gatilhos, mas os principais que aparecerão neste capítulo.
Haverá, especialmente, uma descrição da menção ao suicídio que usarei o * para sinalizar o início e o fim.
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— Vou pelo menos pegar meu carregador. — Ally fala antes de correr pelo quarto o procurando.
Talvez eu devesse ter pedido o carro mais tarde para que assim ele não ficasse tão afobado. Por outro lado, é quase terno ver como suas feições mudam rapidamente de frustração, a pressa e em seguida para concentração. Ele revira a cama, abre gavetas, se agacha para procurar melhor.
Estou quase falando que qualquer coisa é só comprar outro quando vislumbro em uma das gavetas que abriu o cabo preto escondido por baixo de um livro.
— Acho que está aqui, Allysson. — Indico já chegando mais perto para pegar quando meus olhos batem em outra coisa, arfo com a agradável surpresa.
Mais rápido do que imaginei ser possível o garoto está na minha frente fechando o móvel, vislumbro com certa satisfação a pele escura se tornar avermelhada, seu olhar envergonhado fugindo do meu. Ainda de costas, e fazendo muito mais bagunça que o necessário, ele revira a gaveta até que seus dedos capturam o objeto desejado.
— Então vamos. — As palavras saem tal como um tiro de sua boca antes dele disparar para fora do cômodo e desaparecer da minha vista.
Sem que eu possa controlar um sorriso se abre em meu rosto, meus dedos coçam para abrir a gaveta, mas eu não desrespeitaria assim o Ally. Uma olhadela foi o bastante para eu associar o conteúdo dali de dentro.
Assim que saio do quarto depois de uma curta caminhada, chego a portaria. Incrivelmente, meu conterrâneo passou do estado de vergonha absoluta para o de tagarela, falando sobre assuntos bastante aleatórios.
O carro não demora a chegar e durante todo o percurso falamos sobre diversas aleatoriedades até que, se empertigando, Ally praticamente grita:
— Podemos ir ali?
Seu dedo aponta em direção a um bar medieval gourmet que abrira a pouco tempo.
— Vamooosss! Porr favoooooooor.
Sinceramente, há que se considerar que a cada dia que passa me encontro ainda mais na da palma de sua mão, a observação vem a mim dois minutos depois, quando entramos pela porta de madeira entalhada.
— Bem-vindos a Taberna Paulista. — Um garçom bem-apessoado, vestido em trajes medievais nos recebe. — Posso guia-los para o local que melhor vos atenderá?
Allysson está tão empolgado que olha de um lado ao outro tão rápido que imagino que não consiga assimilar nada, por isso repete o processo uma e outra vez sem sequer prestar atenção ao homem.
— Um mais reservado, por favor.
E segurando com delicadeza o pulso de um Allysson totalmente embasbacado e bem desnorteado sigo o garçom e o levo em meu encalço.
— Isso aqui é tão legal! — Allysson finalmente fala comigo após ter pedido uns três diferentes drinks do cardápio, tê-los bebido, e eu me obrigar a pedir uma porção para equilibrar, senão é capaz desse doido acabar passando mal.
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Como Odeio Amar Você
RomanceLivro para maiores de 18 anos. Tem ideia do que é odiar alguém? Desprezar tudo o que vem de alguma pessoa, sua fala, seu modo de agir, sua absoluta e completa existência. Para os fins e para os meios, Maksin Petrov odeia completamente Allysson Gonza...