28- Moizinho

313 26 28
                                    

Lindbergh Farias:

Quase uma semana após  minha primeira vez com Gleisi tudo mudou, depois daquela  noite ela evitava mais contato , não  queria "ficar sem andar" como ela mesma dizia .
Talvez me emocionei  demais mesmo , fizemos amor em meio à esses dias mas porque ela ultrapassava os "limites postos por ela".

1° Não  podia tocar nela.  (Ela ia lá  e ficava me abraçando  ou chegava dando beijos e roçando  nossas intimidades quando eu estava  sentado na cadeira).

2° Quando ela estava no meu apartamento não  podia ficar sem  camisa ou ficar com  a toalha do banho na cintura enquanto  fazia a barba .  ( E quando eu fazia isso  ela não  estava no meu apartamento, ou estava e abria a porta do banheiro dizendo que eu estava "demorando".

3° Sem flertes ou joguinho de sedução.  (Resumidamente não  podia  nem olhar  direito pra ela. E quando  resolvi olha no fundo dos olhos dela sem desviar o olhar foi na empresa , resolução: a gente  acabou  transando na sala dela.)

E 4° regra que eu mesmo criei era dar uma de "soca fofo" ou ela me odiaria , e mesmo nesse nivelconstrangedor  de sexo ela ficava satisfeita , ela ainda sim chegava ter prazer e pedir por mais.

E não  esquecendo o 5° : As marcas , os chupões  e mordidas só  valiam no corpo dela  abaixo do pescoço  , e não  podia deixar nem nos braços  ,nem nas pernas e nem no pescoço . E ta tudo bem. (Mentira  ,quando faziamos amor eu deixava um chupão  bem fraquinho no pescoço  só  pra quando um homem olhar se conseguir né, ver que ela já  tem alguém  com ela).

Paulo foi embora para nossa sorte , na empresa todos tratavam nós  como "casados" , uma pequena mentira que acabou se tornando  real aos poucos .

Agora nesse exato momento eu estava fazendo brigadeiro para a dona Helena porque ela tinha ficado com uma vontade de comer , ficava falando "Há  que vontade de comer um brigadeiro" , "Eu acho que vou ter que fazer um brigadeiro" , "Podia comprar um pote de brigadeiro  né querido" ,e ai começava  pra jogar na cara mesmo que era pra mim fazer .

Coloco o brigadeiro no recipiente e deixo esfriar no freezer da geladeira pra ir mais rápido.
Luis essa semana brigou com um coleguinha dele e eu e minha amada tivemos que ir até  a creche falar  com a coordenadora.
Em casa era super comportado , o menino  que eu e Gleisi estávamos  criando com carinho e dedicação  , ele pode ter aprendido na creche ou não  também.
Ficou de castigo pelos comportamentos dele na creche e acabou fazendo birra de bater o pé  e gritar , nunca levantei a mão  pra bater no meu filho ,conversei com ele primeiro  mas não  queria ouvir e foi ai que me obriguei a dar uma chinelada nele quando decidiu brigar com Gleisi e xingar ela.
Chorou , pediu desculpas e eu acabei descobrindo que Gleisi era muito emotiva na parte de ser mãe  , ela guardou no coraçãozinho  dela até  à hora de nós  ir dormir , depois que deitamos ela acabou chorando e confesso que partiu meu coração  à  cada lágrima  escorrida, ser mãe  pra ela era muito mais que um nome ou algo do tipo e eu sei como ela  se sentiu , a gente conversou , disse que Luis  amava ela , só  estava fazendo  birra , esse lado dela era um estado de fraqueza gigantesca e não  à  culpo , passei pela mesma situação  à  um ano atrás  quando a "cuidadora" dele ainda estava em nosso meio de convivência  , ele não  me chamava de pai mais, até  que um dia eu perguntei  pra ela e ela se fez de sonsa, meu filho disse que não  era filho meu  , eu não  era o pai dele , aquilo partiu meu coração  porque eu estive ali desde o primeiro  momento , desde as consultas que conseguia  ir do pré-natal ,ou ouvir o coraçãozinho dele pela primeira vez , ouvir o choro dele pela primeira  vez e ver ele caminhar pela primeira vez (os primeiros passos), eu estive ali sempre e então naquele momento também  me senti fraco , parecia que uma faca tinha sido cravada bem no meio do  meu coração  , eu sabia o que minha loira estava sentindo.
Eu acalmei ela e depois ela já  ria de uma forma encantadora. Não  queria que essa parte de ser mãe  fosse um peso pra ela , estaria do lado dela sempre ,mesmo ela não  precisando  ou querendo ,juntos ou não  amorosamente.

I hate  you - Gleisi Hoffmann e Lindbergh FariasOnde histórias criam vida. Descubra agora