Não importava o que eu tentasse fazer para acalmá-lo, parecia que aquilo piorava muito mais a situação. Então, como solução, pensei em preparar algo para o lanche da tarde enquanto o mesmo descansava no quarto, assistindo à noticiários na televisão.
- Caralho, fodeu. - Ouvi os gritos de Gabriel vindo do quarto.
- O que foi, amor? - Joguei o pano de prato na pia e corri em direção para seu quarto, mas Gabriel já havia feito o mesmo, indo em direção ao corredor.
- Você, amor! - Ele me pegou pelos braços, me levando até o quarto para me mostrar alguma coisa na televisão.
- Eu o quê?!
"Jovem Laura Martínez é dada como desaparecida na noite anterior. Segundo sua própria mãe, Laura lhe alertou que iria para uma reunião com o chefe, disse para que não a esperasse voltar para casa, e não foi mais vista desde então."
- Porra, e agora?! - Me desesperei quando vi minha mãe na reportagem da emissora - Eu preciso avisar para a minha mãe.
- Não, Laura. Não podemos fazer isso. Tem pessoas atrás da gente. Se fizermos isso, é provável que... - Lhe interrompi.
- Não! Eu quero avisar para a minha mãe, Gabriel. Eu não posso simplesmente sumir e fingir que nada está acontecendo. De uma forma ou de outra, a polícia virá atrás da gente por minha causa. - Gritei, e Gabriel se pôs a ouvir - Eu preciso pelo menos me entregar, dizer que eu estou bem. Você não pode me acompanhar nisso.
- Sim, eu sei. Mas como vamos fazer você se entregar? - Ele coçava a cabeça.
- É só ligar para a polícia. Eu tenho certeza que isso já resolve. - Corri para pegar meu celular e disquei o número do departamento de polícia - Alô?
- 091, departamento de polícia, qual a sua emergência?
- Bom, deixe-me explicar a situação. Eu sou Laura Martínez, fui dada como desaparecida na noite anterior, e queria avisar que eu estou bem.
- Ótimo, Laura, que bom que você está bem e que nada de grave aconteceu. Só que é o seguinte, para esse pedido de buscas ser encerrado e dar você como achada, precisamos que você compareça a um departamento de polícia o mais próximo de você e que assine alguns papéis, testificando de que você foi realmente encontrada.
- Perfeito, irei fazer isso agora. Obrigada.
Quando desliguei o telefone, olhei apreensiva para Gabriel, o qual tinha o mesmo semblante que eu. Nós dois sabíamos perfeitamente que não poderíamos sair assim, mas logo tive uma ideia brilhante.
- Já sei! - Levantei rapidamente do sofá - Nós podemos ir juntos até a delegacia porque, se os dois desaparecerem ao mesmo tempo, vai ficar suspeito para a polícia e provavelmente vão encontrar o culpado por trás disso. - Disse, e Gabriel relaxava os ombros - É muito arriscado para o sequestrador se houver duas pessoas com a mesma intenção. Isso deixaria evidente que estaria acontecendo uma espécie de "onda de sequestro", já que Carlos também foi sequestrado e fazia parte do nosso vínculo. O que mais tem é provas e armadilhas para esse sequestrador.
- É, você tem razão. - Disse Gabriel, aparentemente convencido pela minha argumentação - Mas precisamos ir agora, antes que anoiteça e fique muito mais perigoso e vulnerável para que esse sequestrador faça alguma coisa com a gente. - Ele disse, e eu assenti - Pegue suas coisas, vou tirar o carro do estacionamento.
Gabriel pegou qualquer blusa que tinha na sua visão, e eu preparava meus documentos para apresentar caso fossem necessários. Desci as escadas com pressa e passei pelo estacionamento, indo finalmente para a rua e entrando no carro com Gabriel.
- Vou colocar aqui no GPS uma delegacia mais próxima. Não podemos dar o mole de nos perdermos por aí. - Ele disse, e eu dei uma risada fraca.
- Engraçado, duas antas que não sabem andar por essa cidade. - Rimos - Imagina se não existisse GPS?
- Estávamos lascados.
Gabriel deu partida no carro e seguimos viagem, prestando bastante atenção no GPS.
Quando chegamos na delegacia, o movimento estava fraco. Acho que isso era o destino conspirando ao nosso favor.
Gabriel e eu adentramos a delegacia para prestar explicações do ocorrido, mas eu percebi que ele colocou uma máscara ao entrar no lugar.
- Por quê você está de máscara, seu maluco? - Sussurrei em "tom alto".
- Covid. - Ele me olhou, e eu faço uma cara emburrada - Não colou, não é?
- Não, essa não colou. - Mantive a mesma feição.
- Eu só não posso ser reconhecido. Às vezes você esquece disso. - Ele revirou os olhos, e eu apenas prossegui meus passos até a pessoa que nos ajudaria com isso.
Explicando para a pessoa do balcão o que de fato havia ocorrido, ela apenas pediu minhas documentações e pediu também para que eu assinasse alguns papéis.
- Vê se da próxima vez você não comete essa gafe de novo. Ninguém merece. - Ela disse ríspida, e eu me segurei para não dar uma resposta.
Quando Gabriel e eu saímos da delegacia, eu falei tudo que eu não havia dito na cara daquela vagabunda.
- Você viu que audácia daquela desgraçada?! É como se eu fosse obrigada a avisar para todo mundo onde eu estou. Gente? Eu quem pago as minhas contas!
- Uhum... - Gabriel concordava, sem nem dar ouvidos ao que eu estava dizendo.
- Você nem ao menos está prestando atenção no que eu estou falando. Ai que droga. - Assim que eu terminei de reclamar, Gabriel me encostou na porta do carro e começou a distribuir selinhos pelo meu pescoço.
- Você fica a coisa mais linda desse mundo brava. Deveria ficar assim mais vezes. - Ao terminar de falar, Gabriel me deu um selinho, mas desta vez nos lábios. Depois, contornou o carro para que pudesse entrar e sentar no banco de motorista.
Eu tinha que confessar, aquilo me tirou um sorriso bobo do rosto.
- Queria te levar para comer, mas não estamos podendo fazer isso nessa altura do campeonato. Então, vou pedir algo para entregar no hotel.
- Sem precisar descer para pegar o pedido, por favor. - Disse, e Gabriel riu, assim que entendeu a referência.
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Tudo Pelo Poder - Fanfic Gabriel Guevara
FanfictionUma empresa de investimentos localizada no Chipre, uma ilha que era conhecida como paraíso fiscal, estava na mão de um dos maiores analistas financeiros da história da Espanha. Mesmo que tivesse todo o dinheiro que quisesse, a sede de Gabriel por po...