Ao amanhecer, fui acordada aos beijos por Gabriel. Aquela foi a experiência mais linda de ser acordada que eu já tive em toda a minha vida. Nem meu ex havia feito algo do tipo, e ele era bem romântico.
- Bom dia, dorminhoca. - Deu o último beijo, sendo na minha testa - Vamos acordar que precisamos resolver muitas coisas.
- Bom dia. - Digo, ainda com muito sono.
Quando me levantei, Gabriel me abraçou por trás, enchendo meu pescoço de beijo. Eu sinceramente não imaginei que o veria desta forma, mas, agora que somos namorados, suas atitudes carinhosas até que fazem mais sentido.
- Te amo. - Disse Gabriel, me colocando de frente para ele e tirando meu cabelo do meu ombro.
- Te amo mais. - Digo empolgada, fazendo biquinho.
- Amor, preciso te contar algo. - Gabriel se sentou na cama, enquanto colocava sua camisa - Lembra de todo aquele dinheiro que eu estava contando?
- Sim, amor, eu lembro. - Cruzei os braços e encostei a cabeça na parede, assistindo àquela imagem maravilhosa dele se vestindo e os músculos marcando.
- Nós vamos nos encontrar com o Bruno, aquele que mandou aquela carta no bolo outra vez.
- Como é? - Pergunto incrédula.
Será que ele estava batendo bem da cabeça? Imagina ter que encontrar um cara que, só de ver pelo teor daquela carta, era um psicopata?
- Sim, amor. Precisamos ir até ele para entregar o dinheiro e me livrar dessas dívidas. Tudo que vamos receber depois vai ser todo nosso. - Sorriu convencido, e eu sorri de leve, mas apreensiva.
- Você tem certeza disso? - Perguntei, e ele assentiu - Não tem nenhum meio de entregar o dinheiro para ele sem ter que se expor assim?
- Não. Vai ter que ser assim, infelizmente. Mas eu tenho um plano - Sorriu malicioso, se levantou da cama e chegou para sussurrar em meu ouvido - É só mentir.
- Como assim "é só mentir"? - Arqueei a sobrancelha, vendo Gabriel passar por mim e ajeitando a gola da camisa enquanto se via no espelho.
- Caso ele tente fazer alguma coisa com a gente... - Terminou de ajeitar a camisa, olhou em minha direção e sorriu malicioso - É só dizer que tem uma bomba no carro.
Eu não respondi nada. Apenas o olhei impressionada, com uma espécie de sorriso convencido no rosto.
[...]
- Tudo pronto? - Gabriel se preparava para ligar o carro enquanto eu olhava todas as malas de dinheiro no banco de trás.
- Sim, mas está faltando algo. - Continuo procurando, até que parei no banco, olhando fixamente para o volante.
- O quê falta? - Gabriel tirou a mão da chave.
- A bomba no carro. - Volto o olhar para Gabriel, e nós dois rimos ao mesmo tempo.
- Você é incrível, garota. - Deu um leve empurrão no meu ombro, e finalmente ligou o carro.
Enquanto passávamos pelo túnel com o carro em alta velocidade, Gabriel abriu as janelas do veículo.
- Amor! - Reclamei.
- Desculpa, eu só queria ver como ficava seu cabelo quando está voando. - Riu, e eu dou um tapa em sua mão - Ai, isso doeu.
Chegando próximo ao destino - o endereço que Bruno passou para Gabriel para que os dois pudessem se encontrar - começamos a entrar em uma estrada de barro.
Era tudo escuro, não tinha uma única iluminação pública naquele lugar. Eram apenas vegetações, a estrada de barro e algumas árvores avulsas pelo caminho.
- Amor, estou com medo... - Entrelacei os braços em meu próprio corpo. Gabriel deu uma rápida olhada para mim, logo após isso, colocou seu braço em minhas costas.
- Vai ficar tudo bem, eu prometo. - Beijou minha cabeça, e continuava a dirigir.
Quando finalmente chegamos no destino, percebemos que tinha um carro no meio do nada em um terreno aberto. Eu percebi que Gabriel claramente ficou apreensivo, mas parecia que ele não gostava de transparecer medo para os outros, principalmente quando sua namorada está ao seu lado, confiando em você.
- Chegamos. - Gabriel soltou o ar preso em seus pulmões.
Ele parou o carro ali, na estrada de barro mesmo. Gabriel parecia não querer se preocupar em ter que fugir, mas deixou o carro preparado para caso precisasse fazer isso.
- Magrinho! Que bom te ver. - O homem, aparentemente sendo o Bruno, riu maléfico.
- Eu vim aqui apenas para trazer o seu dinheiro. Eu quero ficar em paz. - Gabriel suspirou, colocando as mãos em seu bolso.
- Exato. E foi para isso que eu vim aqui, pegar o meu dinheiro. - Deu ênfase no "meu", e riu de leve - Bom, cadê o dinheiro, magrinho?
- Você pode buscar para mim, meu amor? - Gabriel olhou para mim com delicadeza. Eu apenas assenti e fui em direção ao carro.
- Hum... Pelo visto está até namorando. Gostei de ver. - Tudo que aquele homem falava, passava uma onda de medo em meu corpo. Aquela voz era intimidadora, qualquer um teria medo como eu.
Depois de pegar todas as maletas de dinheiro, os entrego nas mãos de Bruno, e depois retorno, para ficar próxima ao Gabriel de novo. Gabriel colocou o braço em minha cintura, me puxando mais para perto de si.
Bruno abriu uma das maletas, pegou um dos pacotes de dinheiro e, em um ato bizarro, os cheirou.
- Ah... O doce cheiro do dinheiro. - Sorriu convencido - Foi bom fazer negócios com você, Magrinho. Desejo felicidades ao casal. - Aquela frase não me convenceu, pois o seu sorriso era maldoso.
- Bom, era só isso. Mais alguma coisa? - Gabriel cruzou os braços, esperando uma resposta de Bruno.
- Está ótimo, não preciso de mais nada. - Cruzou os braços assim como Gabriel fez - Podem ir, estão liberados.
Quando Gabriel e eu demos as costas para ele, Bruno entrou em seu carro e fizemos o mesmo.
Andávamos com o carro por aquela estrada de barro sem iluminação, apenas com os faróis acesos e, atrás de nós, Bruno nos acompanhava.
- Esse cara é estranho. - Sussurrei para Gabriel, enquanto assistia o carro de Bruno vindo logo atrás da gente.
Gabriel apenas sorriu de canto em resposta.
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Tudo Pelo Poder - Fanfic Gabriel Guevara
أدب الهواةUma empresa de investimentos localizada no Chipre, uma ilha que era conhecida como paraíso fiscal, estava na mão de um dos maiores analistas financeiros da história da Espanha. Mesmo que tivesse todo o dinheiro que quisesse, a sede de Gabriel por po...