- Nós precisamos dar um jeito de tirar ela de lá. Preciso da sua ajuda. - Eu implorava com todas as minhas forças ao Carlos para que pudesse me ajudar na soltura de Laura.
- Dar um jeito?! - Carlos disse em um tom incrédulo e irônico - Você viu onde estamos metidos? É quase impossível tirar ela de lá, a menos que... - Ele arqueou a sobrancelha.
- A menos que...?! - Disse, na esperança que ele tenha achado uma solução.
- A menos que nós procuremos um bom advogado, mas não era isso que eu queria dizer. O que eu queria dizer é que podemos sumir com todas as provas e pronto, ela estará solta. - Ele dizia, e eu não fui capaz de segurar o sorriso - Mas até ela ser solta, vai demorar. Provavelmente o juiz pediu uma prisão preventiva, até porque, por mais que aquela plataforma deixe rastros, não são rastros que qualquer um conseguiria identificar a origem.
- Logo, tudo isso que você quis dizer agora é que tem a possibilidade de soltar a Laura? - Sentei-me tenso na cadeira do escritório, com as mãos juntas, escondendo a boca.
- Sim, foi isso que eu quis dizer. - Carlos disse em um tom exausto, e eu rapidamente o abracei.
- Muito obrigado por isso, eu prometo que eu vou te pagar o quanto você quiser!
- Tá bom, tá bom, agora já pode me soltar. - Ele tentava sair do abraço, e eu o soltei - Mas fique bem ciente que o senhor também será preso. Mas, por você ser o cabeça de todo esse plano maluco, vai demorar para chegarem até seu nome. Isso, de certa forma, até que é bom.
- É isso. Tudo que eu preciso é de tempo, nada mais. Vou já ligar para um advogado e você vai ficar com a tarefa de sumir com todas as provas. - Eu peguei meu telefone e comecei a discar o número de um advogado conhecido.
- Eu só vou precisar de algo para comer enquanto faço isso. - Carlos passava a mão na barriga.
- Tem lá embaixo na geladeira... - Balancei a mão e atendi o telefone logo em seguida - Alô?
[...]
Eu não vou mentir, eu estava me sentindo incrível por ter dezenas de motos fazendo escolta na viatura onde eu estava. Eu me sentia muito perigosa, alguém que ninguém poderia olhar nos olhos.
Assim que a viatura chegou na delegacia, haviam mais dezenas de repórteres no local. Eu imaginava que a primeira coisa que o Gabriel iria fazer era chamar algum advogado, e o meu silêncio seria crucial em todo esse processo.
O policial se preparou para me tirar da viatura.
- Não vou te algemar, pois você não está representando nenhuma ameaça para mim ou para os meus colegas. Você acha que posso te manter assim ou preciso te algemar? - O policial perguntava com delicadeza. Nem parecia que ele me via como uma criminosa em potencial.
- Não, senhor. Não precisa de algemas. Não vou fazer resistência. - Eu disse, e ele assentiu.
Até o caminho para a entrada da delegacia, o policial me acompanhava logo atrás de mim. Os repórteres enlouqueceram, querendo vir até mim. Todos eles faziam perguntas ao mesmo tempo, então era impossível entender o que cada um estava dizendo.
Ao entrar finalmente na delegacia, a delegada pediu para que eu entrasse em uma sala. Segundo ela, aquilo seria um breve depoimento que eu precisaria fazer para que pudesse dar início ao meu julgamento mais para frente.
- Bom, Laura Martínez, vou fazer algumas perguntas e, caso você não queira responder quaisquer uma dessas, você pode permanecer calada. Alerto você que tudo que disser aqui poderá ser usado contra você no tribunal. Entendido?
- Entendido, senhora. - Assenti, ouvindo atentamente às perguntas.
- Muito bem... - Ela pegava alguns papéis - Senhora Laura Martínez, você tem envolvimento com o Presidente do Banco Central, Sr. Domingos e/ou com o policial federal, Frederico Farias?
- Permanecerei calada. - Respondi.
Eu sabia que seu dissesse qualquer coisa, isso poderia me prejudicar. Tudo estava me dizendo que Gabriel iria acionar um advogado para mim, então eu não poderia dizer uma única palavra até que isso se confirmasse.
Já que Carlos havia voltado, também sabia que ele iria dar qualquer jeito de apagar as provas e impedir a minha prisão definitiva. Não era um plano que nós sentamos em uma mesa gigante e combinamos tudo, mas nós três éramos espertos demais para não pensar em uma coisa dessas.
Também sabia que Gabriel iria ser preso logo depois de mim, pois, por mais que ele não fosse o praticante de todo esse esquema, ele foi o mandante. Apesar de ele ser o cabeça de todo esse crime, Gabriel vai demorar a ser preso, pois não tem provas concretas de que ele tenha feito algo, apenas planejou.
Temos todas as chances do mundo de nos livrar da cadeia, mas mesmo assim, eu não sabia se iria querer continuar vivendo dessa forma.
- Bem, muito obrigada, Laura. Por favor senhor, conduza ela a cela. - A delegada disse, e eu suspirei.
Quando entrei naquele lugar, o policial fechou a cela e eu fiquei ali, sentada naquele chão frio, apenas pensando em voltar para o amor da minha vida.
A cada segundo eu não parava de olhar aquela tatuagem, sabendo que estaria marcada eternamente por um amor criminoso.
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Tudo Pelo Poder - Fanfic Gabriel Guevara
FanfictionUma empresa de investimentos localizada no Chipre, uma ilha que era conhecida como paraíso fiscal, estava na mão de um dos maiores analistas financeiros da história da Espanha. Mesmo que tivesse todo o dinheiro que quisesse, a sede de Gabriel por po...