Gabriel e eu estávamos sentados no sofá da sala de estar, mas enquanto ele estava assistindo à televisão, eu mexia no laptop quando ambos começaram a prestar atenção no que a repórter noticiava.
"Nesta amanhã, foi identificado uma variação anormal nas operações da bolsa de valores. Foi uma queda histórica. Cerca de 2 milhões de dólares nas contas públicas foram perdidos por falha na plataforma de investimentos. Segundo o Corpo Nacional de Polícia, o Presidente do Banco Central da Espanha teria envolvimento com o que poderia ter causado todo esse prejuízo."
- Você ouviu isso? - Eu disse, e Gabriel permanecia de boca aberta, ouvindo atentamente ao noticiário.
- Ouvi, e isso é simplesmente... - Ele continuava estático, até dar um sorriso com uma mistura de malícia e empolgação - Incrível!
Gabriel pulou em cima de mim para me abraçar, mas eu estava muito mais preocupada em tirar o laptop do meu colo do que retribuir o abraço. Mas, depois que eu finalmente consegui o tirar do colo, eu retribuí o abraço.
- Você é perfeita! Eu vou confessar algo. Eu não achava que seria possível fazer uma coisa nessa proporção toda, e você conseguiu! A melhor escolha da minha vida foi ter dado um emprego para você. - Gabriel agarrou em meu rosto e o enchia de beijos.
- Eu também preciso confessar algo. Eu também não achava que eu seria capaz de fazer uma coisa nessa proporção toda. - Digo em meio a uma risada, e Gabriel também riu da situação.
- Mas uma coisa é fato. Se eles chegaram até o Presidente do Banco Central como uma de suas suspeitas, certamente vão chegar em nós dois. - Ele dizia convencido - Então, preparada para receber um belo par de algemas?
- Eu já nasci preparada. - Digo convencida, e Gabriel dá uma leve risada.
[...]
- 3 milhões, 3 milhões e meio... - Gabriel dizia, enquanto olhava o dinheiro entrar em sua conta digital.
- Eu, se fosse você, não ficaria tão feliz assim. - Disse, enquanto digitava algumas coisas no computador.
- Como eu poderia ficar triste com 500 mil dólares entrando e entrando na minha conta sem parar? - Suspirou convencido.
- Eu não ficaria tão feliz assim porque o Banco Central vai querer saber que dinheiro é esse entrando na sua conta. - Sorri maliciosa, e ele revirou os olhos.
- Ah, é verdade, esqueci desse detalhe. Isso é um saco, por quê eles simplesmente não aceitam que eu estou ganhando muito dinheiro de repente? Maldita justiça espanhola. - Disse, e eu dei uma gargalhada.
- Eu só sei que vamos precisar de todo um plano de fuga se quisermos prolongar os nossos dias fora da prisão. - Joguei as costas para trás na cadeira, me balançando enquanto observava Gabriel a me encarar.
- Ei... - Gabriel fez uma feição de alguém que tinha acabado de ter uma ideia - Você tem razão. Nós precisamos de um plano de fuga. - Ele rapidamente se levantou, indo em uma das gavetas do escritório e pegando um bloco de notas e uma caneta, voltando para a cadeira e se sentando.
- Eu disse isso ironicamente. Você nunca entende quando eu estou brincando. - Suspirei.
- Olha. - Gabriel pegou o bloco de notas, apoiou em sua perna e apertou o botão da caneta, começando a desenhar coisas para ilustrar o que estava dizendo - Provavelmente a Polícia Federal virá até nós, já que estamos cometendo um crime federal.
- Isso era para ser óbvio. - Dou uma risada, com a sobrancelha arqueada.
- Eu acho que daria facilmente para gente fugir se nós tivéssemos um contato dentro da própria polícia para nos informar o momento que eles estariam vindo aqui para fazer uma busca e apreensão. É certo de que eles vão apreender nossos computadores, já que é um crime virtual.
- Correto...
- Eu tenho um colega que pode nos ajudar nisso. - Gabriel olhou fixamente para o chão antes de se levantar bruscamente da cadeira.
- Não faça isso. Vai ser mais um a ser sequestrado? - Bufei.
- Sequestrar um policial é meio radical. - Gabriel olhou em minha direção com a sobrancelha arqueada, enquanto discava um número no celular e começou a falar com alguém.
- E lá vamos nós de novo... - Eu sabia perfeitamente onde isso iria dar, mas eu gostava de ver a ingenuidade e inocência do Gabriel em achar que tudo daria certo para sempre.
Enquanto Gabriel falava com a pessoa no telefone, eu voltei a digitar mais algumas coisas no laptop e pegando um pouco de salgadinho que estava ao meu lado no computador.
- Ele aceitou! - Gabriel disse empolgado, voltando a se sentar ao meu lado.
- Ele quem? - Pergunto, ainda mastigando o salgadinho.
- O Frederico. Ele é meu amigo que é policial federal. Ele aceitou ajudar a gente.
- Eu ainda não estou acreditando que você fez essa proposta para ele por ligação. - Coloquei as mãos no rosto, incrédula.
- Mas por quê isso seria um problema? - Gabriel perguntou com a voz mais inocente do mundo.
- Você sabe, nessa altura do campeonato e você ainda continua dando esses moles? Nossos telefones podem estar grampeados e a polícia ouvindo tudo, colaborando para a investigação e "boom..." - Imitei uma explosão com as mãos - estamos presos.
- Você tem razão. Precisamos tomar mais cuidado mesmo.
- Precisamos não, você precisa. - Dei ênfase no "você".
- Nós somos uma dupla, então precisamos pensar como uma dupla. - Ele disse, e eu revirei os olhos.
Voltando a olhar para a plataforma da bolsa de valores da Espanha, tudo ocorria como o esperado. Estava até pensando em alterar um pouco a dinâmica do gráfico, já que iria ficar muito na cara - como se já não estivesse - de que está acontecendo um esquema absurdo para desviar dinheiro. Minha intenção era deixar tudo o menos perceptível possível, mas quando se trata do governo...
Ah, amigos, quando se trata do governo, nada passa invisível pelos seus olhos...
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Tudo Pelo Poder - Fanfic Gabriel Guevara
FanfictionUma empresa de investimentos localizada no Chipre, uma ilha que era conhecida como paraíso fiscal, estava na mão de um dos maiores analistas financeiros da história da Espanha. Mesmo que tivesse todo o dinheiro que quisesse, a sede de Gabriel por po...