Capítulo LXX

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Flashback

Entrei quase correndo em meu apartamento, onde dei de cara com uma caralhada de pessoas jogadas em lugares aleatórios da sala. Estavam resenhando pelo que parece, mas ficaram em silêncio quando bati a porta atrás de mim com força, mostrando que cheguei.

- Que porra é essa? - Perguntei, passeando os olhos por cada um e tentando achar os possíveis culpados.

- O que você tá fazendo aqui? - Olhei em direção à cozinha, onde achei a primeira responsável pela bagunça. - Seu encontro flopou?

- Vai tomar no seu cu, caralho! Tá achando que aqui é a casa da mãe Joana pra você entupir de gente? - Aumentei meu tom de voz, mostrando o quanto estou puta, logo em seguida voltei a abrir a porta. - SAÍAM TODOS DAQUI. AGORA!

Alguns se levantaram para sair, já os outros continuaram no mesmo lugar, olhando para mim e para Stefany, pareciam querer uma confirmação se eram para sair ou não.

- Calma lá, [Nome]. Eles acabaram de chegar. - Minha tia brotou ao lado de Stefany, com uma cara nada boa.

- NÃO QUERO SABER! - Caminhei, em passos ligeiros, até a minha bolsa que vi em cima do sofá, a abri e tirei minha glock de dentro, fazendo todos se levantarem imediatamente. - SAÍAM AGORA ANTES DE EU OS FAÇAM COMER BALA!

Começou a correria para o lado de fora, um atropelando o outro para conseguir passar pela porta não tão larga. Uns segundos depois só sobrou eu e as duas mulheres.

- Tem horas que você consegue ser chatona, viu? - Ouvi Stefany resmungar enquanto voltava para cozinha novamente.

- Problema seu! - Joguei a arma no chão e marchei para meu quarto, batendo a porta com força assim que entrei.

Não era minha intenção descontar minha raiva naquelas pessoas, confesso que fui até muito desnecessária. Mas poxa! Eu tive uma péssima tarde e estou de TPM, tudo o que eu mais queria era chegar em meu cantinho e descansar. Mas aí eu chego e encontro uma bagunça. Minhas coisas reviradas, garrafas de bebidas pelos cantos, pessoas falando alto. Eu sinceramente fiquei cega.

Me joguei na cama de barriga para baixo e afundei meu rosto no travesseiro, lutando contra a vontade de gritar e sair por aí quebrando tudo. Mas parece que nada ajuda. Elas sabem que nesses momentos eu prefiro ficar sozinha, mas tem sempre que uma vir testar minha paciência.

- [Nome]? - Bela chamou num tom suave, da pra ver que não quer briga.

- Que é? - Respondi grosseira, me negando a, pelo menos, virar o rosto para olhá-la.

- O que aconteceu? - Senti um lado da cama afundar, ela se sentou. - Eu sei que está naqueles dias, mas hoje você passou dos limites. O que aconteceu no seu encontro?

- Não quero conversar, beleza? - Suspirei, segurando as lágrimas. - Me deixa dormir!

- Senta, [Nome]. Vamos conversar sobre isso. - Ela insistiu, sabe muito bem que só precisa fazer isso para que eu desabafe.

Não éramos assim, mas com o passar do tempo viramos tipo melhores amigas, não temos segredos uma com a outra. Me sentei, virando meu corpo em direção da mulher, só bastou que olhasse em seus olhos para começar a chorar.

- Por que ele tem que ser tão idiota? - Questionei, passando as mãos pelo rosto, em uma tentativa burra de limpar as lágrimas.

- O que ele fez? - A tatuada perguntou, mostrando interesse.

Arranged marriage // Manjiro SanoOnde histórias criam vida. Descubra agora