Capitolo quarantanove

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Logo assim que o Paulo foi embora voltei a pegar no sono, muito provavelmente pelos milhares de remédios que me injetaram na veia. Despertei um pouco mais tarde, desorientada e perdida no tempo. Levei os olhos à porta do quarto e quase pulei de susto ao ver quem estava de pé ao lado dela.

Disse trêmula:

- Você.

Consertei minha postura naquela cama gelada.

- E-eu! - Respondeu com uma expressão confusa. - Por que o espanto?

Era o Chris. E não, normalmente não me espantaria. O tipo de coisa que eu faria seria correr para abraçar o meu amigo que estava longe a tanto tempo, mas o Paulo alugou um triplex na minha cabeça e as palavras que ele dissera vinham em ondas me deixando sem reação " Enquanto você mente para protegê-lo, ele tentou te matar! ".

- Auro, está tudo bem? - Chris disse e se aproximou na tentativa de me ajudar.

- Fica longe! - Disse por impulso. Por medo, para ser franca.

- Auro, sou eu - Apontou para si mesmo. - , o Chris!

- Eu sei quem você é! - Engoli em seco. - Ou pelo menos achava que sabia.

- Por que está dizendo essas coisas? Você é a única pessoa da qual eu nunca me escondi. Sabe mais de mim do que qualquer outro.

E era mesmo verdade cada palavra que ele disse. Então, por que eu sentia medo?

- Por que está com medo de mim? - Disse na lata.

Senti uma pressão enorme e senti que deveria encara-lo, portanto gritei em resposta:

- Porque você me atropelou!

- O quê? - Franziu a testa. - Como... - Recuperou o fôlego. - Como você pôde achar que eu atropelei você? - Balançou a cabeça várias vezes em negação.

- A sua ligação. A sua voz parecia com a de quem iria cometer um crime segundos depois.

- Aurora, eu tentei te dizer que estava vindo para cá, mas o sinal ficou ruim e a ligação foi encerrada.

Arregalei os olhos me dando conta do erro que cometi.

- E sobre a minha voz, eu estava desapontado por precisar colocar os pés neste lugar arruinado outra vez. Por isso pedi que me perdoasse.

Fiquei calada refletindo sobre minhas ações e minhas palavras cruéis. O Chris não era aquilo que o Paulo me convenceu de que era.

- Me perdoa. - Quebrei o silêncio no quarto.

Chris ainda me observava com desgosto e eu entendia a situação. Mas soltou um suspiro e me abraçou em seguida.

- Eu senti sua falta. - Falei tentando segurar as lágrimas.

- Também senti a sua. Não imagina o quanto. - Sua voz era suave e seu abraço apertado. Me fizeram chorar por fim.

- Mas me conta - Ele sorriu de canto para mim. - , o que fizeram com você? - Arqueou uma das sobrancelhas.

- Podemos não falar disso agora? Vamos falar de você. - Me recompus. - Não deveria estar aqui, sabe que o pessoal do Andrea está em peso atrás de você.

Chris me deu uma leve chegada para o lado para que ele pudesse se sentar comigo na cama.

- Cansei de me esconder e de ser a caça. Não posso e nem quero viver fugindo, levando a culpa por um crime que eu não cometi.

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⏰ Última atualização: Jul 06, 2023 ⏰

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