Capitolo quarantadue

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Entrei naquele hospital rapidamente, cego,  podemos dizer assim. Mandei várias pessoas da fila que eu furei na recepção irem à merda, e encarei a recepcionista safada (eu me lembro dela).

Aurora's POV

Forcei um pouco os olhos afim de enxergar melhor a zorra que estava logo à minha frente. Fui até o balcão da recepção, deixei o copo com café sobre ele e me virei para Paulo que parecia nervoso.

- Ah, o fim da fila é lá atrás! - chamei sua atenção. - Está atrapalhando as pessoas que realmente precisam de atendimento!
Ele me fuzilou com os olhos.

- E quem disse que você não vai precisar de atendimento?
Arqueei as sobrancelhas.
- Garota, você tem noção da bagunça que fez?

- Pensei que demoraria dez minutos para estar aqui! - disse num tom brincalhão.

- Atropelei algumas pessoas no caminho e consequentemente cheguei antes!
Todos nos olharam. O puxei para fora da fila tentando ser o mais discreta possível.

- Precisava chegar fazendo alarde?

- " Eu recebi uma carta e parecem letras do Álvaro. Vem me buscar, estou no hospital!" - tentou imitar a minha voz.

Isso foi engraçado.

- Tudo bem, tudo bem! - bufei. - Culpa minha... Espera aí, você se importou?

- Ah, não viaja, Aurora! - resmungou se virando e deu de cara com a Megan. - Convidou os ratos também para participar da reunião?
Megan o encarou, ele fez o mesmo.

- Ainda está com esse cara?
Me encararam agora.

- Megan, acho que você não pode questionar muito...

- E onde está a tal carta?
Coloquei as mãos nos bolsos procurando a carta.

- É isso que você atrai, não pode resmungar quanto a isso!

- As coisas têm piorado desde que te encontrei!

- Está me culpando? - semicerrei os olhos. - Desde que me encontrou? Você me baleou, como consolação me ajudou!

- Gente, vamos dar uma volta no passado agora, é isso? - Megan nos interrompeu. - Como assim mais problemas, é só o Alvaro. O Paulo não é o gângster superior desse País?
O mesmo fez cara de deboche.

- Aconteceram muitas coisas desde que brigamos...

- Pelo visto perdi muita coisa da sua vida nesses dias que estive ausente.

- Ok, ok - Paulo disse e bateu palmas. - Chega desse discurso chato de amigas, daqui a pouco rola beijo de língua!
Fiz cara de nojo e Megan sorriu.

- Estão se dando bem agora? - cruzei os braços.

- Com essa rata mimada?
Sorri de leve. Seguimos para a lanchonete.

- Rata é a sua mãe! - Megan retrucou.
Paulo a encarou.

- Parem os dois, parecem dois adolescentes! - balancei a cabeça.

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