Capitolo ventidue

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- Gostaria de um copo d'água? - Paulo disse e uma hora depois me toquei que ele tinha aberto a boca.
Assenti e me sentei na cadeira com as pernas juntas e as mãos entrelaçadas sobre os joelhos.

Um tempo depois ele voltou com um copo nas mãos e se sentou ao meu lado, na mesa. Peguei o copo com as mãos um pouco trêmulas talvez. Ele acariciou meu rosto de leve, me esquivei e o mesmo tirou as mãos e as apoiou na mesa.
Terminei de tomar a água e coloquei o copo sobre a mesa da cozinha e me levantei, sequei as lágrimas de meu rosto e peguei minha bolsa.

- Onde pensa que vai neste estado? - se levantou parando em minha frente.

- Para casa! - disse simples e tentei sair, mas ele me puxou.

- Vai como? seu carro está no conserto!

- Existe uma invenção chamada Ônibus.

- Aurora, você está alterada!

- Por sua culpa! - gritei. - Por sua culpa, tudo sua culpa! - tirei suas mãos de meu braço agressivamente. - Sofri um acidente por sua culpa, estou alterada por sua culpa, tudo unicamente por sua culpa!

- Certo. Quero evitar que outra culpa caia sobre mim. - sua expressão serena me deixava com mais raiva. - Não te deixando sair!

- Tente! - arqueei as sombrancelhas e dei as costas a ele.

Paulo Dybala's POV

Peguei uma corrida com Aurora em disputa da porta que dividia a cozinha da sala, juntamente com os quartos. Ela quer sair, e eu quero impedir. Cheguei primeiro (trapaceei, claro), parei em frente a porta, a fechei e tirei a chave.

- Abre a porta, Paulo!
Fiz sinal para que ela parasse de gritar.
- Socorro!

- Aurora! - abafei seus gritos com as mãos. - Desse jeito alguém vai pensar que te sequestrei!

- E não foi isso que fez? - se livrou das mãos. - Socorro!
Deixei de me importar.
- Socorro! - ela me fuzilou com os olhos.
Sorri em resposta.
- Paulo, me dê a chave!
  Revirei os olhos. Segurei sua mão no reflexo, prestes a ser acertado com um soco.

- De novo não! - puxei sua mão, logo agarrando seu pescoço e a beijei.

Ela tentava resistir. Mordeu meu lábio inferior com força, não ao ponto de sangrar. A joguei contra a porta, devolvi a força com a qual ela me mordeu e voltei a beijá-la. Sua resistência era menor agora. Mas ela não desistiu. Tirou as chaves de meu bolso, mas segurei sua mão junto às mesmas e apertei.


- Paulo! - levou a outra mão sobre a minha e tentou tirar.
Apertei um pouco mais.
- PAULO! - seu corpo automaticamente se encolhia. - Está bem, você venceu!
Soltei sua mão.Ela se abaixou no chão, sentando sobre as pernas.

- As chaves? - estendi a mão.

- Covarde! - Aurora abanava a mão.
Tentei pegar as chaves e ela puxou.

- Quer mesmo que eu quebre sua mão?

- Faça isso!
Respirei fundo e me virei com as mãos na cabeça.
- Mostre-se ,vamos! - jogou as chaves com força para algum lugar da sala, o qual não sei dizer. - Por que não me espanca até a morte, como fez com aqueles caras? - ela se levantou furiosa.

Agarrei seus cabelos bruscamente e com a outra mão, a sua cintura. Aurora segurou em minha nuca e me beijou. A peguei no colo e ela entrelaçou as pernas em volta de mim. Tudo que estava sobre a mesa foi parar no chão.

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