Capitolo trentatre

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Alguns segundos se passaram e ela não foi capaz de responder a minha pergunta que acabaria com todo esse silêncio que pairava entre nós.
Suspirei, coloquei as mãos nos bolsos e fiz pose na sua frente.

- E então? - a olhei de cima à baixo.
Ela só abria e fechava a boca várias vezes (sinal de quem não sabe o que falar).

- Eu... - piscou diversas vezes. - Procurava algo!

- Que algo?

Por que pergunto se sei o que ela procura?

- Ah... Não encontrei! - tentou passar por mim.
Segurei seu braço e a puxei rente ao meu corpo.

Aurora rapidamente se afastou de uma forma bruta. Rendi as mãos enquanto ela já tinha a respiração ofegante.

- Calma!

- Não me diga o que fazer!

Amo essa brutalidade. À deixa mais sexy.

- Já que está aqui, poderia me ouvir?

- Você me ouviu? - disse simples.
Fui arrebatado no mesmo instante.

- Será que é possível agirmos como os adultos que somos?

- Eu estou agindo como adulta, mais que isso, como mulher e defendendo a dignidade que me restou - deu ênfase. - Paulo Dybala!
Revirei os olhos.
- Se está me vendo aqui, - apontou para o chão com o dedo. - é por que eu procuro algo importante, por mim, não veria sua face nunca mais em minha frente!

- Desabafou?

- Vai pro inferno!
A puxei novamente à grudando na porta atrás de si.

- Veja como fala!
Nossos olhos se encontraram.
- Podemos, por favor, acabar com essa briguinha idiota de adolescentes e voltar ao que nos interessa?!

- Ao que te interessa! - ela desviou o olhar do meu. - Eu não sou uma das suas vadias. - sussurrou com desprezo.

- Tem certeza?
A mesma me fuzilou com os olhos enquanto respirava fundo e consecutivamente.

- Pergunte isso à si mesmo, afinal é você quem está me segurando e impedindo que eu saia da sua vida!
Engoli em seco.
- Você não aceita, não é? - tirou minhas mãos de sua cintura devagar. - Um gângster não pode amar?- tocou meu rosto.
Estremeci.
- Simplesmente não queria ter nenhum sentimento por mim, tenta evitar...
Desviei o olhar.
- Faz pose de durão, - segurou meu maxilar e virou meu rosto, me fazendo encará-la. - Me esnoba, - sorriu de um jeito debochado e triste. - achando que eu vou ficar nos seus pés sendo sua sombra, mas está enganado! - soltou meu rosto e fechou o sorriso. - Comemore, pois tive a moleza de te deixar pisar em mim, mas foi só uma vez! - suas palavras foram profundas.

Faz alguma coisa, Paulo. Não pode deixar ela ir, precisa dizer algo.

- Espera aí! - a puxei novamente quando a mesma estava saindo.

- Não me toque! - deu um tapa na minha mão. Seu semblante foi de arrependimento por notar que a mesma ainda estava enfaixada por causa do acidente passado.
A soltei.

"O amor da sua vida está indo e só depende de três palavras suas para que ela fique. Não vai dizer nada?"
Minha consciência me condena.

- Tudo bem! - rendi as mãos - só me escuta.
Não tinha sido convincente, pois ela ignorou.
- Por favor! - implorei.

- Está bem, Paulo!
Respirei fundo, agradecido.
- Me dê pelo menos um motivo - inclinou o dedo indicador. - Um só, para que eu fique e escute você!

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