Capitolo nove

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Quando acordei estava sozinha naquele apartamento, iluminado agora apenas com a luz da lua que entrava pela janela. Me levantei segurando o lençol contra meu corpo.
Não pude evitar de sorrir ao lembrar do acontecido. Levei as mãos na boca abafando um grito extremamente fino. Senhor, eu fico feliz ou devastada por ter transado com um bandido? Um bandido com habilidades extraordinárias e dono de uma beleza inexplicável. Mesmo assim, ainda é errado.
Levantei pegando peça por peça do chão, claro que isso demorou horas com o estado em que estava o meu pé... Estava horrível, inchado e cortado. Tomei um banho rápido (não necessariamente). Me vestia quando minha atenção parou no celular em cima do criado. O meu. O peguei rapidamente, tinha chamadas perdidas. Megan, Will e o imbecil do Alvaro. Terminei de me vestir, mas não sabia o que iria fazer depois. Como iria embora, sem poder sair e com o pé ferido?

- Talvez o Paulo tenha aberto uma exceção. - disse olhando para o celular. - Se ele me devolveu o celular, por que não a liberdade? - disquei o número da Megan. - Megan?
Ela perguntava sem parar onde eu estava, por que não atendi suas ligações e blá blá blá.
- Vem me buscar, não estou em condições de andar.  - revirei os olhos, pois a garota insistia no interrogatório. - MEGAN, apenas venha, temos mesmo o que conversar... Eu não sei o endereço, vou me informar e já te LIGO de volta!
Ela pediu o nome do apartamento.
- Isso eu não sei, mas fica em frente a um tal de Agla - Desliguei.

Terminei de me vestir e penteei os cabelos. Meus Deus, onde é que foi parar o meu salto? Procurei em tudo quanto é canto daquele apartamento, embaixo de todas as brechas. A última vez que o vi estava na sala, jogado, logo após Paulo ter se desviado dele. Encontrei. Desci para saber o endereço do apartamento e também se eu podia sair.

- Moça?

- Boa noite, em que posso ajudar?

- Poderia, por favor, me informar o endereço do estabelecimento?

- Sim... - ela disse algo que não ouvi por minha atenção se virar para a porta.
"Ah, Megan?"

- Ai, Aurora! - veio ao meu abraço e as faixas em meu pé a atraiu - Mas o que...

- Longa história.

~

- Seu pai vai ficar uma fera! - arqueou as sobrancelhas. - Qual a desculpa que vai inventar desta vez?

- Meu pai nem em casa deve estar. - abri a porta.
O senhor Will me esperava sentado na poltrona.
Olhei para Megan, assenti e ela se foi.

- Boa noite, senhorita Aurora!
Bati a porta e virei para ele.
- Posso saber onde estava?

- Eu...

- O que aconteceu com o seu pé? - ele se levantou e veio até mim.
Fiquei surpresa, ele finge muito bem ou se importou mesmo.

- Um acidente, nada demais! - coloquei as chaves da porta na mesinha ao lado do sofá. - Vou subir.

- Aurora, responda a minha pergunta.

- Me viu chegar com a Megan?

Se ele ligou para ela mais cedo, eu estava fudida.

- Por que não atendeu as minhas ligações?

- Meu celular quebrou, então fui a uma loja hoje comprar outro, e por falar nisso, paguei com o seu dinheiro pois o meu cartão está com algum problema.

- Tudo bem...

- E como sabe, os celulares novos vem com pouquíssima carga.
Continuou me olhando como se eu tivesse esquecido de algo.
- Ah, um copo caiu e os cacos atingiram meu pé direito. - a primeira verdade que eu estava contando.

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