Capitolo ventisei

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Aurora tinha os olhos fechados, embora estivesse acordada. Se mantinha intacta, quieta em silêncio para que sua dor de cabeça melhorasse.
Me levantei devagar, evitando qualquer barulho. Calcei as sandálias.

- Obrigado!
Olhei para o lado de onde vinha uma voz falha e rouca. Ela se virou para meu lado e ficou me observando. Sorri.

- Descansa, tem muita coisa para me contar.
Ela piscou os olhos e sorriu de leve.
- Tem algo que eu possa fazer para que essa sua dor melhore? Estou preocupado!

- Eu gostaria de um café!
Juntei as sobrancelhas.
- Me ajuda bastante!
Me abaixei até ela e beijei sua testa, em seguida à acariciei.

- Certo!

Aurora's POV

Paulo me deu um sorriso lindo antes de cruzar a porta.

Não entendo por que ele se esconde.

A cada vez que preciso, percebo o quão diferente ele é. Consigo enxergar bondade em meio à tanto vandalismo e maldade. Mas não devo. Nossos mundos são controversos, totalmente controversos. Somos opostos que não deveriam se atrair. Por que ele me cativa tanto? Agora mais que tudo sei que não é só sexo! Acho que nunca foi!

Não, Aurora! Não pode jamais se apaixonar por Paulo Dybala! Aquele sorriso não te pertencerá, nem tão pouco a sua doçura. Ah, que droga!

A porta se abriu novamente e me chamou atenção. Paulo entrou no quarto trazendo nas mãos um copo de café. Sorri ao ver sua expressão fofa ao mastigar algo. Ele não entendeu, mas mesmo assim sorriu de volta. Se sentou ao meu lado na cama e me entregou o copo. Levantei, me sentando também.

- Quer me contar o que está acontecendo?
Dei um gole no café.

- Tenho mesmo que falar sobre isso?
Ele desviou o olhar por alguns segundos, encolhendo os ombros. Como se fosse óbvio.
- Discuti com o senhor Will!

- E?

- Não pretendo ficar em Turim!
Paulo deu um sorriso sarcástico.

- Não preciso dizer que não vai embora, não é? - seu tom autoritário é extremamente dominante. Ele molhou os lábios involuntariamente de uma forma sexy. - E por que vocês discutiram?

- Já disse! - me endireitei na cama.

- Quero saber o que você fez de tão - deu ênfase. - grave que pudesse prejudicar o idiota do seu pai?

- Se eu ainda estiver aqui pela manhã, lhe contarei! - eu mal me ouvia falar. - Mas por favor, se existe piedade em você, me deixe descansar! - voltei a beber mais um gole do café e fechei os olhos para tentar amenizar a dor neles.

- Aurora - seu tom era sério.
Abri os olhos.
- O que sentiu mais cedo...
Engoli seco.

- Não é nada de mais! - terminei de tomar o último gole.
Seu semblante aflito não parou um segundo sequer de me encarar, esperando uma resposta.
- Espera. - disse lhe entregando o copo, agora vazio. - Você se importa?

- Não! - se levantou desnorteado indo em direção à porta.
Sorri e me encostei na cabeceira da cama.

Pensei em pegar o celular, mas o que eu mais quero é evitar comunicação com o meu pai. Pelo menos hoje. Porém, há mais alguém que não tem a ver com toda essa confusão de família. Megan. Bem, tentei me comunicar, mas ela não recebeu minhas ligações.

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