Capitolo ventotto

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De longe a via se olhar pelo reflexo do espelho, paralisada analisando as marcas que tinha espalhadas pelo corpo, marcas que não pude evitar e lamento por isso. Sua pele sensível parecia ter sido torturada. Arranhões, manchas roxas, marcações de mãos, dedos perfeitamente fixados na região de seus seios.

Cheguei à conclusão de que não deveria ter matado aquele infeliz. Violência não se paga com a morte, pois se torna pouco.
Suas mãos tocavam os locais lesionados com delicadeza, às vezes os observava com mais intensidade. Até que a mesma me notou ali, escorado nas ombreiras da porta. Concertou a blusa no corpo, tentando esconder o máximo possível e se virou para me olhar.

- Não vi você aí! - sua voz saiu falha e talvez,um pouco envergonhada. - Quanto tempo está...

- Me desculpe! - balancei a cabeça enquanto me aproximava. - Sinto muito!
Aurora me olhava sem o entendimento do que eu estava dizendo.

- Está se desculpando por quê?
Toquei seu rosto com delicadeza, acariciando com o polegar as regiões que podia alcançar.

- Não cheguei à tempo!
Ela fechou os olhos devagar. Segundos depois, levou suas mãos às minhas que estavam no lado esquerdo de sua face.

- Chegou à tempo! - beijou a minha mão, sorriu e voltou a me encarar. - Você sempre chega! Desde o dia em que te conheci, o que você fez foi me salvar! - segurou a mesma e à colocou novamente sobre seu maxilar. - Nem sempre podemos conservar algo inteiro. Mas se podemos salvar ao menos metade, então, salvemos! - beijou meus lábios.

Seu sabor me faz desejar todos os beijos dela, à todo instante.
Entrelacei meus dedos em seus cabelos atrás da orelha e os puxei carinhosamente rente a mim.

- Este problema não era seu!

- Como não era meu?
Paramos o beijo por um tempo. Sentimos e talvez respiramos o mesmo ar, pela proximidade de nossos rostos.
- Se esquece de que fomos namorados!

- Não é sobre você, é sobre vingança!
Voltamos a nos beijar.

- Juntemos as causas então! - Se afastou para me observar e logo avançou contra meus lábios outra vez. - Por que não diz logo que se importa comigo?

"Porque tenho algo grande e impulsivo dentro de mim, chamado orgulho!"

- Acho que estará segura com o seu pai! - disse e parei o beijo. Parei tudo que estava fazendo e saí.

Não ficarei de mãos atadas esperando que aquele infeliz me ataque!

Aurora's POV

Nunca o vi assim antes. Transtornado por algo que, para ele, acredito que seja insignificante. Mas além da tristeza que vejo em seus olhos, também vejo ódio.

E caramba, agora vejo que não sou apenas uma possessão idiota. Que talvez possa não ser apenas um divertimento. Mas não será o senhor Paulo Dybala à admitir isso. Não mesmo!

Percebo que essas marcas que enroscam o meu pescoço ,marcam meus seios e destroem a minha moralidade, não foram tão inúteis afinal.

Após encerrar nosso beijo e cancelar todos os toques, Paulo saiu do banheiro com uma única objeção. Que eu deveria ouvir o meu pai e voltar para casa.

- Alô - me sentei na cama. - Pai?
Megan entrou no quarto e se manteve em silêncio. Se sentou ao meu lado na cama e acariciou meu rosto.

Paulo Dybala's POV

Deixei Aurora no quarto com a amiga, que entrou logo após que saí. Tenho um desejo dentro de mim e ninguém vai me impedir de executar.

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