Observei Vivian correr pelo jardim junto de Clara e Ellah. Meu filho resmungou, sentado ao meu lado na varanda, assim que Dorothy desligou a televisão.
ㅡ Chega de televisão pra você, mocinho! ㅡ Ela riu e correu até as meninas que haviam caído. Vivian correu até mim, assustada com o tombo e a peguei no colo, a sentando sobre minha coxa.
ㅡ Calma, filha. Foi só uma queda ㅡ tranquilezei e Vivian estendeu o braço gordinho com um arranhão. Beijei o local e a devolvi para o chão para que voltasse a brincar.
Liguei meu celular e continha três mensagens da minha assistente e duas de Tommy. Abri as de Tommy me avisando da chegada de Dulce a companhia de dança e as de Lindsay, minha assistente, informando nosso progresso em relação a Mbyotech, empresa que pretendia financiar um projeto em breve.
Mandei uma mensagem para o meu motorista pedindo que preparasse o carro e a minha assistente de que em breve estaria na empresa.
Jenny passou por mim com uma bandeja com biscoitos e sucos. Não encontrei Dorothy e pedi a Jenny que vigiasse Liam até que ela voltasse e saí em direção a garagem.
Encontrei Norman descendo as escadas e indiquei que me acompanhasse.
ㅡ Onde você vai? ㅡ Ele entrou no carro comigo e o motorista nos cumprimentou.
Norman estava diferente desde que voltou para Boston. Talvez pelo sequestro de Esther, talvez pelo fato de agora ter uma filha ou talvez pelo misterioso motivo que faça Dulce o odiar.
Algo não se encaixa. O ódio intenso de Dulce por Norman é incompreensível. Mesmo me odiando por motivos óbvios, Dulce não me trata nem aos pés da forma em que trata Norman.
Ela o abomina por bons motivos citados por ela e por outros ocultados pela mesma.
ㅡ Para a empresa. Há alguns projetos em andamento que nescessitam de mim com urgência e pretendo chegar tarde. Mas antes precisamos conversar. ㅡ O carro começou a andar e meu irmão suspirou como se tivesse noção do que se tratava. Porém, ele não fazia a mínima idéia do porquê nescessitava tanto conversar com ele.
Ele me olhou pensativo. A aparência desajeitada de quem não andava se cuidando ultimamente deixava claro o quanto o sequestro de Esther estava mexendo com ele. Meu irmão amava tanto aquela mulher e mesmo assim, se tudo oque Dulce havia me dito fosse verdade, a destruiu por completo e foi um tremendo babaca.
ㅡ Não estou com saco para você tentando me arrancar o passado novamente. ㅡ Norman sacudiu os cabelos e recostou a cabeça no vidro do carro.
Norman nunca nos disse o motivo de seu distanciamento instantânea de Esther. Nunca por vontade própria. Somente alguns fatos irrelevantes s falsos como brigas e desinteresse de ambos os lados.
ㅡ Não preciso te arrancar o passado eu sei sobre ele ㅡ Afirmei e Norman me encarou sem surpresa. Aquele olhar sombrio de quem esconde coisas conturbadoras me penetrando com intensidade.
ㅡ Duvido que saiba tudo então. ㅡ Norman atiçou minha curiosidade ㅡ Caso contrário, estaria realmente fora de si nesse momento. Pode não gostar de Dulce, mas ela lhe pertence e oque você quer saber não agradará seus ouvidos. ㅡ Murmurou olhando as movimentadas ruas de Boston.
ㅡ Não me importo. Você não pode continuar se recusando a me dar respostas do passado. ㅡ Falei sério. Há anos meu irmão insistia em esconder o motivo de ter distanciado totalmente Esther de nós e si mesmo. ㅡ Não quando isso envolve minha futura esposa.
Norman suspirou profundamente e me encarou com um olhar pesado. Pesado de remorso e uma culpa indecifrável.
ㅡ Norman, por que Dulce te odeia tanto? ㅡ Repliquei a pergunta, dessa vez com as palavras mais diretas.
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Um amor mais que mortal
RomantikDuas pessoas, duas histórias, dois mundos, objetivos opostos, um acordo, uma união. Quando Adolfo Liwes e Karl Collowey selam um acordo de casamento para seus filhos, Dulce Liwes e Noah Collowey se vêem perdidos. Noah Collowey recebe a notíci...