Dulce Liwes

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Estava naquele shopping a duas horas e já estava exausta e com o sentimento de estar sendo infantil pra caralho, me perseguindo pelas lojas de grife.

Eu queria acabar com o limite do cartão de Noah para me vingar dele por ter me tirado de casa somente para conhecer uma mulher chata para caralho e depois me mandar embora.

Já havia comprado ao menos uns cinco carros de última geração e milhares de brinquedos e roupas e, ainda assim, o cartão continuava passando. Atrás de mim, sete seguranças me seguiam cheios de sacolas.

Parei em uma loja, prometendo-me mentalmente que seria a última e entrei. Se tratava de uma loja de jóias bem conceituada onde, em uma banca próxima a entrada, expunha colares com lindos pingentes. Um deles me chamou a atenção.

ㅡ Boa tarde, gostaria de levar algum desses colares? ㅡ Uma atendente se aproximou. Continuei admirando aquele colar, lembrando-me de minha irmã que, nesse momento, estava com Norman. O colar dourado com um pingente de chapéu de cef de cozinha me lembrou o amor de minha irmã pela cozinha.

ㅡ Boa tarde, gostaria de levar esse. ㅡ Apontei e ela destrancou a banca e o pegou.

ㅡ É um colar de edição limitada foleado a ouro com detalhes feitos a mão. Há somente dez desse em todo os estados unidos. ㅡ Ela explicou e sorri, lembrando-me unicamente de minha irmã.

Me sentia egoísta. Nós últimos tempos estava tão desligada que esquecia do fato de minha irmã estar desaparecida. Meu coração latejava com a simples possibilidade de perder Esther.

ㅡ Por favor, o embale para presente. ㅡ Pedi a mulher e ela foi para o balcão. Paguei a jóia e não deixei que nenhum dos seguranças a levasse, levando eu mesma.

Desisti da minha missão de tentar falir Noah e me direcionei ao estacionamento. Os seguranças distribuiram as sacolas entre o porta-malas dos carros em que estavam e entrei no carro.

Peguei meu telefone e cogitei mandar uma mensagem para Noah perguntando sobre Esther, porém me lembrei que estava com raiva dele e me contive no caminho até em casa.

Sai do carro e admirei o pôr do sol que começava a acontecer e sorri, correndo para dentro da casa. Alguns funcionários vagavam pela casa e me cumprimentaram assim que me viram.

ㅡ Dulce! ㅡ O grito de Vivian me alcançou assim que parei no corredor principal. Me virei e a pequena correu em minha direção. Me abaixei para a pegar no colo e tive pouco tempo antes que seu corpinho viesse de encontro ao meu, fazendo com que a sacola com o colar caísse no chão. ㅡ Você sumiu. Onde tava? ㅡ Ele rodeou meu pescoço com as mãozinhas pequenas e me senti entregue àquela criança pequena e ingênua.

ㅡ Eu saí com seu pai. ㅡ Contei e ela olhou em volta. ㅡ E depois fui ao shopping comprar algumas coisas. Comprei alguns brinquedos, quer ver?

ㅡ Quero! ㅡ Ela gritou e a coloquei no chão. Segurei sua mão e Tommy subiu as escadas com algumas sacolas.

ㅡ Tommy, pode levar as sacolas com os brinquedos ao quarto de brinquedos, por favor. ㅡ Instrui e ele assentiu indo até a brinquedoteca. Outro segurança apareceu com mais sacolas e me olhou procurando informações. ㅡ Qual seu nome?

ㅡ Allen, senhora. ㅡ Seu tom sério me assustava.

ㅡ Allen, por favor leve as sacolas para a sala que há na ala direita da casa. ㅡ Instruí e ele saiu. Saí também em direção a brinquedoteca e encontrei Angélica, Dorothy, Ellah e Clara.

ㅡ Olá, meninas. ㅡ Entrei com Vivian e sorri para Angélica e Dorothy que me encararam assim que cheguei.

ㅡ Titia! ㅡ Clara correu até mim e abraçou minhas pernas. ㅡ A mamãe tá voltando. ㅡ Ela estava eufórica e sorri, em partes por sua alegria e em parte por estar louca para ver minha irmã.

Um amor mais que mortalOnde histórias criam vida. Descubra agora