Noah Collowey

72 2 0
                                    

Tudo que havia acontecido desde o momento que meu pai me falou do seu acordo com o Liwes tinha sido impulsivo. Jamais cogitaria a possibilidade de me casar com alguém que meu pai arrumou. Porém, bastou vê-la naquela sala de jantar, vestida feita uma criança inocente, que minhas ideias foram revertidas.

Eu a escolhi. Seu olhar selvagem e aventureiro me dizia que a garota que conheci não era tímida e quieta. Tive a prova disso ao chegar em casa e perguntar a minha mãe. Ela e Dulce se conheceram quando Dulce ainda era criança e mamãe foi sua professora de ballet por três anos.

Ela a descreveu como animada, esperta, geniosa e inteligente. O oposto de sua irmã insuportável. Ayla era um tremendo pesadelo, falante, exigente, mimada e muito mesquinha.

O pior foi reencontrar Esther, o amor da vida do meu irmão e descobrir que ela tinha uma filha de prováveis cinco ou seis anos.

Tudo tinha sido uma confusão, durante uma noite e no dia seguinte recebo nos braços, minha noiva machucada e fraca. Dulce desmaiou a caminho do hospital, sem né dar o nome de quem a tinha machucado. Entrou em coma assim que chegou no hospital e seu corpo inteiro estava ferido, com cacos de vidro em suas costas e uma costela quebrada.

Peguei um espresso na cafeteria do hospital e entrei na ala de visitas. Enquanto esperava, liguei para Alessia e pedi uma chamada de vídeo para ver meus pequenos. Ela ligou a câmera e apontou para Vivian correndo atrás de Liam, rindo e gritando palavras desconexas. Ambos tombaram e Alessia saiu correndo para socorrê-los. Ouvi gargalhadas e logo ela voltou a filma-los, agora no tapete de atividades brincando com papel e giz.

Desliguei para que Alessia voltasse a trabalhar em paz e uma enfermeira autorizou minha entrada.

Novamente encarei a figura desacordada e machucada de Dulce. Havia a visto duas vezes e na segunda, estava hospitalizada e em coma.

Três noites se passaram desde o evento. Evento este que eu não pretendia comparecer, porém minha mãe me convenceu a ir. Ela queria rever Dulce, no fundo eu também.

Dulce havia acordado a algumas horas e, de acordo com os médicos, estava se recuperando muito bem. Em breve receberia alta e levaria para Boston comigo, mas antes precisava dar uma breve resolvida em algumas coisas pendentes.

Parei na porta da tradicional mansão de sete quartos da família Liwes. Não era pequena, porém também não era grande.

Os portões se abriram e dois seguranças apareceram. Eles sabiam que eu era, sabiam meu histórico e acenaram, respeitosamente.

ㅡ Bom dia, rapazes. Onde está Adolfo Liwes? ㅡ Andei até a porta principal e meus seguranças me seguiram, junto dos seguranças da casa.

ㅡ Em uma reunião, senhor. ㅡ Disse um deles e acenei para que meus homens ficassem de guarda.

A casa estava silenciosa, ouvi vozes no segundo andar e me sentei no sofá do hall de entrada.

ㅡ Estamos perdidos ㅡ a Sra Liwes desceu as escadas apressada. O sofá onde estava sentado, ficava embaixo da escada e eles não podiam me ver ali.

ㅡ Não estamos, não. O senhor Collowey me garantiu que Noah usaria os mesmos métodos que eu para deixar Dulce na linha. ㅡ O homem se justificou e ambos pararam no primeiro degrau.

A Sra. Liwes foi a primeira a me ver e ficou pálida.

ㅡ Senhor Collowey. ㅡ Ela me cumprimentou respeitosamente. ㅡ Não sabia que viria.

ㅡ Resolvi que viria de última hora. ㅡ Me levantei e andei até a porta do seu escritório. A senhora Liwes estava subindo as escadas novamente e sinalizei que nos acompanhasse. ㅡ Preciso conversar com vocês. ㅡ Apontei para o escritório e ambos entraram. Entrei por último e tranquei a porta, guardando a chave no bolso.

Um amor mais que mortalOnde histórias criam vida. Descubra agora