Dulce Liwes

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Um clarão ofuscou minha visão e pestanejei, tentando apurar minha vista. Me acostumei com a luz e reconheci o quarto que me rodeava. O quarto de Noah.

Me lembrei de tudo o que aconteceu. De como ele me tocou e lambeu...

Porra, eu havia dito que seu pau era enorme...

Merda. Noah era um desgraçado mesmo.

Havia me desesperado ao vê-lo em uma espécie de transe, onde seus olhos brilharam com lágrimas que ele se recusou a derrubar.

O que ele estava pensando?

Era algo relacionado ao trabalho, isso eu sabia, já que seu desespero se deu após ouvir o que o homem do outro lado tinha a dizer.

Sequer ouvi, concentrada demais no tesão que sentia no momento.

Sacudi a cabeça, afastando as lembranças e tentando recobrar a consciência. Olhei na direção da luz e avistei uma mulher uniformizada, me encarando com um sorriso meigo.

Não a reconheci, então supus que aquela fosse um funcionária que Noah contratou depois que entrei em coma.

Coma...

Era estranho pensar que fiquei desacordada por tanto tempo, sobrevivendo a base de soro, sem conseguir acordar. Enquanto isso todos viviam, comiam, se divertiam e até mesmo choravam...

A vida seguia e eu, estava empacada em um sono profundo sem previsão de acordar.

ㅡ Bom dia, senhorita. ㅡ Ela saudou e sorri fraco, afastando os pensamentos que me rodeavam. Queria voltar a dormir e esquecer a confusão em que minha mente se encontrava. Queria fugir de tudo isso e me refugiar nos braços de Noah...

ㅡ Bom dia. ㅡ Afastei um pouco os cobertores, me dando conta que vestia apenas a camiseta de Noah. Olhei para o chão e avistei minhas roupas próximas a mesinha de cabeceira.

A mulher seguiu meu olhar e meu rosto queimou de vergonha. Ela desviou rapidamente e sorriu vergonhosa.

ㅡ O senhor Noah pediu que eu a acordasse para o café da manhã. ㅡ A mulher falou e assenti.

ㅡ Que horas são? ㅡ Afastei o restante dos cobertores e me levantei, garantindo que ela não visse minha bunda com o movimento.

ㅡ Nove horas, senhorita. ㅡ Ela disse prontamente e assenti novamente. Não havia dormido nada, praticamente.

ㅡ Por favor, me chame de Dulce. ㅡ Pedi e a mulher assentiu. ㅡ Qual seu nome? ㅡ A analisei. Cabelo castanho preso em um coque baixo, deixando apenas alguns fios soltos, um uniforme preto com detalhes brancos na manga e na barra da calça, olhos negros e pele bronzeada. Era um pouco mais alta que eu e tinha um sorriso realmente lindo. Ela toda era linda e passava um ar gentil e carinhoso.

ㅡ Lily, senho... Dulce. ㅡ Ela deu um passo a frente e sorri, tentando me livrar de minha careta sonolenta.

ㅡ Certo, Lily. Vou me vestir e já desço. ㅡ Andei até a porta do quarto e a abri. O corredor se encontrava vazio e silencioso, com todas as portas fechadas e quadros estranhos que, agora me lembrava, não estavam ali antes do coma. Olhei para trás e perguntei: ㅡ As crianças já estão acordadas?

ㅡ Sim. Estão com Alessia na cozinha. ㅡRespondeu e saí do quarto com ela em meu encalço. Parei em frente a porta do meu quarto e segurei a maçaneta. Olhei Lily e sorri de forma gentil, em um sinal para que saísse. Queria um pouco de privacidade e precisava muito pensar. ㅡ Com licença. ㅡ Ela acenou em uma quase reverência e fiz uma careta.

Neguei com a cabeça e abri a porta, entrei e a fechei. Tudo estava no seu devido lugar. As roupas de cama lilás claro me fizeram sorrir, pois aquela era minha cor favorita. Suspirei, ainda com um sorriso no rosto, e fui até o closet.

Um amor mais que mortalOnde histórias criam vida. Descubra agora