Cap. 04 Aléxandros

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Sinto minha boca seca amargar. Ainda sonolento tento abrir meus olhos. Que horas são? Indago internamente. Com muita dificuldade consegui vencer o sono. Tento abrir a minha boca mas engasguei.

— Calma senhor! Relaxe, respire devagar, o senhor estava em coma induzido.

— Coma?— indaguei em murmúrio

— Sim. Há somente dois dias que o Dr Ignácio deixou-o respirar por conta própria. O senhor ainda está fraco.—  tentei sentar, mas uma dor forte na perna fez com que eu nem tentasse. — Sua perna esquerda passou por algumas cirurgias. Terá que fazer fisioterapia, mas imagino ter dado muita explicação e o senhor não entendeu nada?— meneei a cabeça em positivo.

— O que eu estou fazendo aqui? O que aconteceu comigo?— ela olhou-me com preocupação. — Tenho que buscar Niara, hoje é aniversário dela e prometi dar-lhe um presente.

— É melhor eu chamar o doutor.— e falando isso ela saiu deixando-me sem saber o que se passou e porque estou aqui.  Meu lamento era...

'Niara, infelizmente eu vou ter que dar seu presente atrasado'.

Acabei sorrindo só de imaginar aquele rostinho lindo sorrindo feliz ao ir comigo para Grécia. Seu presente além do passeio será minha declaração para você. Agora que já tem maioridade, eu posso contar que me apaixonei por seu simples, por seu rosto de bonequinha de porcelana e por tudo que existe em você.

Niara, se tornou minha anjinha, a minha luz  quando eu pensava que meu coração não poderia mais amar.

Vinte oito anos de vida e dois deles dediquei a uma linda ruiva que dizia também me amar. Jasmine era o que eu mais admirava e almejava como esposa.
Aquela ruiva grega fez parte da minha vida embora fossemos jovens e recém formados não tínhamos dificuldade em manter um relacionamento. Em meus pensamentos o amor era recíproco.

Pena que somente eu amei, pois ao ter que fazer uma viagem para o Canadá e ficar longe dela sofri uma rasteira do amor. A saudade que tomava meu peito fez com que eu voltasse antes para a Grécia sem lhe contar. O besta aqui queria fazer-lhe uma surpresa. 

A saudades, ou talvez fosse aquela pulga atrás da orelha quando eu ligava e ela não demorava muito comigo no telefone. Por fim voei rumo à Grécia e nem em minha casa eu fui. Deveria eu  primeiro ter ido a minha casa. Pois não estava preparado para a cena que estava acontecendo em meu apartamento.
O apartamento que Jasmine ocupava era meu, então eu tinha a chave reserva.

Assim que adentrei o apartamento não precisei nem abrir a porta de nosso quarto para saber que ela estava trepando com outro. Os sons de gemidos de prazer eram audíveis.
E caralho, assim que eu abri a porta ela estava sendo montada por um porra que eu considerava amigo de infância. 

— Uau, que cena linda.— disse eu morto por dentro, mas com o rosto sereno sem transparecer nada.

Alexo?—  Ela grita praticamente empurrando Marcondes que soltou uma risadinha de afronta.

— Vocês dois se merecem que sejam infelizes juntos.

Não. Por favor não me deixe, foi só um vacilo…— gritou a vagabunda. — Eu te amo.

— Dispenso seu amor e qualquer sentimento que tenha por mim. Se é que um dia teve.— Virei-me para Marcondes. — Quem traiu uma vez, trai duas! 

Não, Alexo por favor me perdoe.

— Vai caçar perdão na puta que te pariu. Desocupa meu apartamento agora e some da minha vida.

Saí devastado, liguei para Kaius meu segurança e amigo e pedi-lhe para despejar a desgraçada. Ele cumpriu meu pedido e no dia seguinte eu me desfiz do apartamento. Quebrado por dentro a minha decisão foi deixar a Grécia e recomeçar aqui. Kaius veio junto e  Íkaro meu único amigo, veio comigo também.
Juntos abrimos várias redes logísticas, comprávamos o que dizem estar falindo reformamos e lucramos com os investimentos.

Algo Aconteceu na Suíte 1401!Onde histórias criam vida. Descubra agora