Cap. 01 Niara parte 01

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Dois anos antes…

Eu estava completando 15 anos e minha mãe também estava soprando as velinhas. Fazíamos aniversário na mesma data.

Mas infelizmente meus pais saíram para comemorar o aniversário de minha mãe, em passeio em alto mar e nunca mais voltaram.

Quinze dias foram as buscas até que o delegado veio até mim e disse que tinha acabado e que eles haviam realmente sumido na água.

Falta de sorte, foi para minha tia Ofélia que ligaram. A única irmã de meu pai seria a minha tutora.

Ela chegou a delegacia com um sorriso sínico trazendo com ela suas duas cobras que chama de filha. E daquele dia em diante minha vida se tornou um inferno.

A comida acabava e ela gastava o meu dinheiro com futilidades para ela e para as duas filhas. Eram roupas caras e um mundo que elas fingiam estar inclusas. Karen a mais nova, é filha biológica de minha tia Ofélia, já Morgana era filha somente do falecido marido de minha tia.

Esperei com calma já que não restava mais nada a se fazer até completar meus 17 anos.
E hoje 15 de fevereiro eu o fiz. Eu iria dar um jeito na minha vida, agora tinha idade para buscar um emprego para poder me manter.

O que eu ganhei de presente bem, foi isso…

— Niaraaaa...— Revirei os olhos ao ouvir o grito de tia Ofélia e gritei de volta.

— Oooooiiiii...

—Venha aqui.— Levantei da cama e sai do meu quarto indo até a sala para ver o que a titia queria.

— Estou aqui.

— Acabou o arroz, e a conta de luz está vencendo. — Hahaha, sarcástica fui obrigado a rir.

— A senhora ficou com o meu cartão, com o dinheiro que era meu após a morte de mais pais, e não conseguiu guardar nada para pagar as contas que todos os dias chegam?

— Mamãe, a senhora é muito boa para ela, eu já teria a mandado para um internato.— A filha da mãe dela soprou as unhas recém pintadas assim que fechou a boca.

—Querida prima, se sua mamãe me colocar em um colégio interno, ela terá que pagar a mensalidade com meu dinheiro e suas unhas lindas não poderão mais ser feitas, já que, você é preguiçosa e sua mãe preguiçosa e meia não sabem trabalhar. E para ajudar ainda tem a Morgana que nada é minha e ajuda a comer o que o meu também. Vocês não lavam um prato, não cozinham, comem meu dinheiro sem perguntar nem se eu preciso de uma calcinha sequer.

—Dinheiro seu não, nosso, já que eu sou a sua tutora.

— Uau! Sério? Menina, se não falasse eu nem ia lembrar, cadê o arroz que a tutora tem que manter para que a órfã não morra de fome? Ops... Pagou a unha da sua filha, né?

— Meu irmão que descanse em paz, não teve uma filha, mas sim, uma cobrinha respondona e má agradecida.

— O meu pai que descanse em paz, não teve uma irmã mais sim, uma cobra que roubou a sua filha e ainda pretende deixá-la morrer de fome.— Pontuei indo ao mesmo nível que ela.

— Se quiser comer dê jeito de comprar arroz.

— Quer que eu rode a bolsinha na praça vendendo meu corpo para comparar? Ou, a senhora prefere arrumar um emprego e nos sustentar titia? Não, a pergunta certa é: onde está meu dinheiro mensal?

— Acabou. A Karen e a Morgana têm uma festa de inauguração do Shopping, mais uma compra do senhor Dener Muller.— Chega a suspirar ao falar o nome de um dos milionários solteirões mais cobiçados aqui da capital.

Algo Aconteceu na Suíte 1401!Onde histórias criam vida. Descubra agora