Cap. 08 Niara

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Soltei-me de minha tia e sorri tamanha felicidade que preenche todo meu ser.

— Tia…meu pai do céu, eu jamais poderia imaginar que tinha parentes. Uma tia, um avô… Eu estou tão, mas tão feliz.

— Ah Porcelaninha, sua família é enorme!  Você não tem noção de como os Kalaris são unidos. A família está toda reunida para dar um jeito de você sair daqui.— assenti, mas uma pergunta eu tive que fazer ainda mais vendo o cabelo dela todo lascado.

— Esse cabelo é peruca? 

— Sim! Sobrinha uma peruca de cabelo humano!—  gira a cabeça e sorri. — Meu rosto também não é esse, isso aqui é lente de contato.— aponta para os olhos negros. — Sou mais bonita que isso!— Sorrio-lhe assentindo. 

— Eu sei que é! Tia e como a senhora conseguiu entrar aqui.— ela sentou-se na cama e bateu a mão para que eu me sentasse.

— Porcelaninha, nossos primos descobriram sobre um mendigo que morreu e estão à procura do suspeito.

— A senhora assumiu o assassinato!— afirmei em choque.

— Não assumi já que a mulher que está na sua frente não sou eu.— ergui uma sobrancelha tentando entender o que ela falava. — Meu amor, o  meu nome é outro e tudo que se diz respeito a mim aqui dentro também é. O chefe geral da penitenciária teve que fazer esse favor já que sabemos uns podres sobre ele.— fala sorrindo.

— Atá! Então a senhora não é Gaia…— 

— Não. 

— Tia aqui dentro.— levei a mão ao coração. — Eu sentia que era o juiz que iria me salvar.

— Meu amor dentro da sua cabecinha tem sim, eu acredito nas lembranças de quando você era mais nova. Meu pai brincava com você, as suas bonecas eram réus e você e ele fazia o julgamento delas.  Agora eu vejo que isso é estranho, né. Kkkk… 

— Kkkk… bastante tia.—  ouvimos os passos e nos calamos…

— Florentina Surtado. —  olhamos uma para outra e não nos movemos. — Está surda?— chama impaciente o agente penitenciário. Olhei para minha tia que sorria apaixonada por mim. — Está surda Surtado?— vendo que só poderia ser ela. Toquei sua coxa.

— Florentina Surtado é com a senhora?

— A meu pai sou eu…— deu um pulo.  — Presente, aqui, Florentina Surtado a seu dispor!— tive que prender o riso. Minha tia parece meio birutinha.

— Tem visita. 

— Demorou tanto que viemos!—

Tive que girar a cabeça pois meus olhos traíram a minha pessoa. Não pode ser? Eu estava vendo dois homens  idênticos e extremamente lindos? Meu pai, quê isso?  Ambos vestidos em ternos que moldavam seus corpos esculpidos. Cabelos loiros escuros e olhos verdes como os meus… Olhei novamente para eles. Puta merda, tinha que ser parente? Três meses aqui dentro e os homens bonitos que vejo ao que parece são…

— Primos?— titia fala e se agarra às grandes.

— Pode sair agora! — o idêntico da esquerda é quem ordena. Os dois cruzam os braços e assim que o agente penitenciário sai.

— Eu vou arrancar a cabeça dos dois! 

— Ué porque?—  falam em uníssono.

— Porquê, suas cópias sem vergonha? Porquê? Não mandaram comida para nós duas?

— Ah isso?— descruzam os braços e passam a mão na cabeça. — Aqui tem comida.

— Abre isso aqui que eu vou arrancar a cabeça de Eros.

Algo Aconteceu na Suíte 1401!Onde histórias criam vida. Descubra agora