6- Uma proposta

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Após sair do quarto, Lucas encontra-se em um estreito corredor. Ao seguir em frente, logo depara-se com uma pequena sala contendo uma mesa no centro, onde repousava a cabeça do peixe que tentou matá-lo.

Próximo à mesa, havia um balcão que separava a cozinha da sala de jantar. Apesar do espaço reduzido, transmitia certa sensação de conforto.

Do outro lado do balcão, o velho estava cortando o peixe em pedaços.

— O-Olá? — disse Lucas, incerto se deveria interrompê-lo.

— Oh, você já está aqui? Eu ia chama-lo para jantar daqui a pouco — comentou o velho, continuando a limpar o peixe.

— Ah, não se preocupe com isso... De qualquer forma, muito obrigado por me salvar. — agradeceu enquanto observa o velho.

— Você teve sorte de estar na área onde eu pesco — disse o velho, voltando-se para o jovem. — Mas me diga, o que um garoto como você estava fazendo no meio do deserto?

— Eeee... Você acreditaria que eu só apareci lá, sem saber o motivo?

O velho olhou para Lucas com um olhar simpático.

— Talvez tenha perdido a memória... Que tal dar uma volta lá fora para respirar um pouco? Não deve estar tão quente agora — sugeriu o velho, retomando seu trabalho. — Quando estiver pronto, eu te chamo.

— Ah, obrigado... Aliás, qual é o seu nome? O meu é Lucas.

— Me chamo Domingos — respondeu enquanto cortava o peixe. — Sou apenas um velho pescador que vive por estas bandas.

— Bem, muito obrigado, Domingos. Vou dar uma olhada lá fora.

— Vá logo.

Com as palavras de Domingos, Lucas foi conduzido para fora da cozinha. Ele caminhou até a superfície do barco, onde pôde contemplar a vastidão do deserto.

— ... Hm? Quem está controlando o barco? — indagou o jovem, ao notar que o leme estava desocupado. — ...Eh!?

Lucas apressou-se até o leme para investigar e constatou que estava preso, com uma corda, na posição atual.

— ...Isso não é meio perigoso?

Apesar da dúvida, o jovem decidiu deixar essa questão de lado, afinal, Domingos era o experiente ali, não ele.

Lucas respirou fundo, contemplando o vasto deserto que se estendia diante dele. A brisa suave trazia um alívio bem-vindo, dissipando a sensação de sufocamento que experimentara anteriormente.

— Um mundo diferente... — murmurou, sentindo uma mistura de ansiedade e medo. — Eu vou ficar bem?

O jovem só podia guardar consigo qualquer sentimento negativo que estava experimentando e seguir em frente.

— Mas... O que devo fazer agora? — questionou-se, olhando o sol quase desaparecendo. — O sistema tem algumas coisas interessantes que posso tentar conseguir, mas eu mesmo não tenho um objetivo.

Enquanto refletia sobre suas escolhas, ele se lembro de perguntar algo para o sistema.

— Hei, Sistema, eu posso voltar para o meu mundo?

[Não]

— Como eu esperava...

Essa viagem foi imposta a Lucas, sem que ele pudesse discordar, então certamente ele não tinha um objetivo específico a cumprir neste mundo. Mesmo que pudesse tentar fazer qualquer coisa, apenas o que ele realmente queria fazer? Essa era a pergunta mais importante para o jovem no momento.

Sentado na proa do barco, Lucas aproveitou a brisa refrescante até ser chamado por Domingos.

— Jovem, está pronto o jantar!

— Estou indo. — respondeu, levantando-se devagar e entrando no barco.

Ao retornar à cozinha, um aroma delicioso permeava o ar, fazendo a boca de Lucas salivar.

— Sente-se, vamos comer enquanto está quente. — falou o velho, que já estava pronto para comer.

— Ok. — respondeu o jovem, antes de sentar-se de frente para o velho e ver os filés de peixe frito.

Sem hesitação, os dois começaram a comer. Enquanto isso, Lucas aproveitou a oportunidade para fazer uma pergunta.

— Hm... Domingos, eu estou meio perdido e não sei exatamente o que fazer... Tem alguma recomendação?

— Recomendação? Você é muito fraco para qualquer tipo de trabalho físico então... Acho que o melhor seria você virar um professor ou comerciante? — respondeu Domingos, incerto.

— Eu não acho que sou bom em ensinar, e também não levo jeito com finanças.. — murmurou Lucas, ainda perdido sobre o que fazer.

— Meu jovem, não acredito que você conseguirá um bom trabalho assim. Talvez seja melhor trabalhar em algum restaurante.

— Entendo...

Lucas continuou a comer em silêncio, perdido em pensamentos sobre o que Domingos havia dito. Enquanto isso, o velho pensou que havia entristecido o jovem e refletiu um pouco antes de falar.

— Bem, se você não quiser começar do zero, posso lhe propor algo.

— O quê?

— Que tal participarmos de uma corrida?


[Continua...]


??? — Um capítulo sem importância.

??? — Bem... Este capítulo se concentra mais nas preocupações iniciais do protagonista, já que ele surgiu do nada em outro mundo.

??? — Mesmo que ele tenha tais preocupações, não é como se tivesse qualquer chance de escolher seu futuro.

??? — Você... Tem razão, aquele sistema é traiçoeiro.

[O sistema serve apenas para seguir as orientações estabelecidas quando foi criado]

??? — E não possui nada para novatos?

[Não há registros de tal coisa]

??? — Realmente, não podemos esperar nada desse sistema.


Animos Noutro MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora