Após sair do quarto, Lucas encontra-se em um estreito corredor. Ao seguir em frente, logo depara-se com uma pequena sala contendo uma mesa no centro, onde repousava a cabeça do peixe que tentou matá-lo.
Próximo à mesa, havia um balcão que separava a cozinha da sala de jantar. Apesar do espaço reduzido, transmitia certa sensação de conforto.
Do outro lado do balcão, o velho estava cortando o peixe em pedaços.
— O-Olá? — disse Lucas, incerto se deveria interrompê-lo.
— Oh, você já está aqui? Eu ia chama-lo para jantar daqui a pouco — comentou o velho, continuando a limpar o peixe.
— Ah, não se preocupe com isso... De qualquer forma, muito obrigado por me salvar. — agradeceu enquanto observa o velho.
— Você teve sorte de estar na área onde eu pesco — disse o velho, voltando-se para o jovem. — Mas me diga, o que um garoto como você estava fazendo no meio do deserto?
— Eeee... Você acreditaria que eu só apareci lá, sem saber o motivo?
O velho olhou para Lucas com um olhar simpático.
— Talvez tenha perdido a memória... Que tal dar uma volta lá fora para respirar um pouco? Não deve estar tão quente agora — sugeriu o velho, retomando seu trabalho. — Quando estiver pronto, eu te chamo.
— Ah, obrigado... Aliás, qual é o seu nome? O meu é Lucas.
— Me chamo Domingos — respondeu enquanto cortava o peixe. — Sou apenas um velho pescador que vive por estas bandas.
— Bem, muito obrigado, Domingos. Vou dar uma olhada lá fora.
— Vá logo.
Com as palavras de Domingos, Lucas foi conduzido para fora da cozinha. Ele caminhou até a superfície do barco, onde pôde contemplar a vastidão do deserto.
— ... Hm? Quem está controlando o barco? — indagou o jovem, ao notar que o leme estava desocupado. — ...Eh!?
Lucas apressou-se até o leme para investigar e constatou que estava preso, com uma corda, na posição atual.
— ...Isso não é meio perigoso?
Apesar da dúvida, o jovem decidiu deixar essa questão de lado, afinal, Domingos era o experiente ali, não ele.
Lucas respirou fundo, contemplando o vasto deserto que se estendia diante dele. A brisa suave trazia um alívio bem-vindo, dissipando a sensação de sufocamento que experimentara anteriormente.
— Um mundo diferente... — murmurou, sentindo uma mistura de ansiedade e medo. — Eu vou ficar bem?
O jovem só podia guardar consigo qualquer sentimento negativo que estava experimentando e seguir em frente.
— Mas... O que devo fazer agora? — questionou-se, olhando o sol quase desaparecendo. — O sistema tem algumas coisas interessantes que posso tentar conseguir, mas eu mesmo não tenho um objetivo.
Enquanto refletia sobre suas escolhas, ele se lembro de perguntar algo para o sistema.
— Hei, Sistema, eu posso voltar para o meu mundo?
[Não]
— Como eu esperava...
Essa viagem foi imposta a Lucas, sem que ele pudesse discordar, então certamente ele não tinha um objetivo específico a cumprir neste mundo. Mesmo que pudesse tentar fazer qualquer coisa, apenas o que ele realmente queria fazer? Essa era a pergunta mais importante para o jovem no momento.
Sentado na proa do barco, Lucas aproveitou a brisa refrescante até ser chamado por Domingos.
— Jovem, está pronto o jantar!
— Estou indo. — respondeu, levantando-se devagar e entrando no barco.
Ao retornar à cozinha, um aroma delicioso permeava o ar, fazendo a boca de Lucas salivar.
— Sente-se, vamos comer enquanto está quente. — falou o velho, que já estava pronto para comer.
— Ok. — respondeu o jovem, antes de sentar-se de frente para o velho e ver os filés de peixe frito.
Sem hesitação, os dois começaram a comer. Enquanto isso, Lucas aproveitou a oportunidade para fazer uma pergunta.
— Hm... Domingos, eu estou meio perdido e não sei exatamente o que fazer... Tem alguma recomendação?
— Recomendação? Você é muito fraco para qualquer tipo de trabalho físico então... Acho que o melhor seria você virar um professor ou comerciante? — respondeu Domingos, incerto.
— Eu não acho que sou bom em ensinar, e também não levo jeito com finanças.. — murmurou Lucas, ainda perdido sobre o que fazer.
— Meu jovem, não acredito que você conseguirá um bom trabalho assim. Talvez seja melhor trabalhar em algum restaurante.
— Entendo...
Lucas continuou a comer em silêncio, perdido em pensamentos sobre o que Domingos havia dito. Enquanto isso, o velho pensou que havia entristecido o jovem e refletiu um pouco antes de falar.
— Bem, se você não quiser começar do zero, posso lhe propor algo.
— O quê?
— Que tal participarmos de uma corrida?
[Continua...]
??? — Um capítulo sem importância.
??? — Bem... Este capítulo se concentra mais nas preocupações iniciais do protagonista, já que ele surgiu do nada em outro mundo.
??? — Mesmo que ele tenha tais preocupações, não é como se tivesse qualquer chance de escolher seu futuro.
??? — Você... Tem razão, aquele sistema é traiçoeiro.
[O sistema serve apenas para seguir as orientações estabelecidas quando foi criado]
??? — E não possui nada para novatos?
[Não há registros de tal coisa]
??? — Realmente, não podemos esperar nada desse sistema.
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Animos Noutro Mundo
RandomEm um deserto interminável, com areias escaldantes e um sol implacável, um jovem caminhava desolado. - Eu já li muitas histórias sobre pessoas indo para outros mundos, mas por que tenho que começar em um deserto?! - exclamou ele, enquanto suas pegad...