Quarto dia, de manhã. Lucas caminha em direção à sua sala de aula, desejando evitar encontrar qualquer um dos personagens que viu no dia anterior. Uma noite de pensamentos inquietos o deixou mais cansado do que o normal, refletindo sobre como lidaria se algum dos personagens tentasse conversar com ele.
— Por enquanto, vou tentar passar meu dia normalmente... — pensou o jovem.
No entanto, suas esperanças de um dia tranquilo desapareceram no intervalo, quando viu Alexandre na porta da sala.
— ... O que você quer? Já não terminamos com o mistério? — disse Lucas, assim que saiu da sala.
— Lucas, eu sabia que você nos ajudaria! — disse Alexandre, com seu sorriso padrão. — Por que não vamos pegar um lanche juntos?
— Nope. — respondeu Lucas, passando por ele.
— Vamos, cara, não seja assim.
Sendo seguido por Alexandre, Lucas foi até a tia do lanche e tentou mendigar um pouco, mas acabou sem sucesso. Vendo que não conseguiria muito novamente, o jovem resolveu comprar algo na cantina.
— Vejamos... Para ser considerado um salgado de queijo, ele só precisa ter queijo, certo? — pensou Lucas, indeciso se deveria comprar um hambúrguer com queijo para ter certeza, ou se compraria um pão de queijo. — ... Vou de hambúrguer, já que preciso testar isso logo.
Mesmo que não tivesse efeito, ainda deveria ser uma boa escolha, pois muitos alunos também o compravam. Além disso, Lucas poderia guardar o lanche que ganhou da tia para o jantar.
— ...Isso é delicioso. — murmurou o jovem, surpreso com o gosto. — Realmente tem efeito em qualquer salgado que tenha queijo...
Com apenas uma mordida, Lucas foi cativado por uma explosão de sabor incrivelmente delicioso que invadiu sua boca. O gosto era simplesmente divino, arrastando-o para um momento de êxtase gustativo. Era tão gratificante quanto a experiência anterior durante a corrida.
Enquanto saboreava a riqueza e a profundidade do sabor do queijo misturado com a suculência da carne, Alexandre sentiu-se curioso.
— Ei, pode me dá uma mordida? — pediu ele, com interesse evidente.
— Não! Eu mal tenho dinheiro para comprar um salgado. — respondeu Lucas, recuando.
— Eu te dou um pedaço do meu salgado.
Olhando para a mão de Alexandre, havia um salgado de presunto e queijo ao qual o jovem comprou logo depois de Lucas.
— ...Certo, só uma mordida. — disse Lucas, colocando o hambúrguer na frente de Alexandre. — Faz tempo que não como um salgado de presunto e queijo também... — pensou brevemente.
— Obrigado... Hm? O que é isso!? Desde quando esse salgado é tão bom!? — exclamou Alexandre, surpreso ao ponto de seu sorriso habitual desaparecer por completo.
Vendo a resposta de Alexandre ao salgado, Lucas também ficou surpreso. Ele olhou para seu próprio salgado e depois pensou em sua habilidade.
— Não é possível... Fui enganado pelo sistema de novo!? — pensou o jovem.
Antes que Lucas percebesse, Alexandre havia devorado seu hambúrguer em segundos, como se fosse uma besta faminta que não comesse há dias. Vendo que só havia um papel na mão, ao qual ele usou para segurar o hambúrguer, Lucas olhou para a pessoa à sua frente.
— ...Desculpe, eu não consegui me controlar. — disse Alexandre, um pouco envergonhado. — Aqui, pode ficar com o meu.
— Você acha que eu quero o seu!? Me pague um novo agora!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Animos Noutro Mundo
RandomEm um deserto interminável, com areias escaldantes e um sol implacável, um jovem caminhava desolado. - Eu já li muitas histórias sobre pessoas indo para outros mundos, mas por que tenho que começar em um deserto?! - exclamou ele, enquanto suas pegad...