13- Força Insana

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Após algum tempo, a tempestade finalmente cessou, e junto a isso, Domingos retornou ao barco.

— ... Me parece que você passou por maus bocados. — comentou, ao ver o estado de Lucas.

— Você acha? Eu só quase morri algumas vezes! — respondeu o jovem, sentado no chão.

O barco estava coberto de areia por todos os lados, assim como as roupas de Lucas, que não estava mais protegido por um escudo.

Não apenas o barco de Domingos, mas os barcos de todos os competidores estavam sob uma camada espessa de areia. Até mesmo o barco de aço, que agora tinha vários buracos em sua proteção.

(Hee... Parece que muita coisa aconteceu na tempestade de areia... Uma pena que não foi possível ver, mas agora que acabou, eles estão prestes a entrar no... Inferno Escaldante!)

Ouvindo as palavras da comentarista, Lucas olhou à frente e percebeu que as areias do deserto estavam diminuindo gradualmente, até que um alto rangido de madeira contra o chão encheu seus ouvidos. O local em que estavam agora tinha pouca areia, com um solo seco e ossos de criaturas que pereceram no local.

— Já era calor antes, mas agora... Eu vou morrer... — murmurou Lucas, sentindo como se seu corpo estivesse se liquefazendo enquanto suava profusamente.

— Aqui. — disse Domingos, entregando outro escudo para o jovem. — E beba um pouco de água.

Embora não proporcionasse uma proteção completa, o escudo ao menos minimizava o calor e o vento seco. Aproveitando a presença de Domingos no barco, Lucas fez um esforço para se levantar e adentrou a embarcação em busca de água.

Enquanto isso, Domingos avaliou a situação do barco e suspirou.

— Ah... Meu velho amigo, parece que você sofreu bastante. — murmurou, observando os buracos na embarcação. — Preciso retirar essa areia logo...

Domingos pegou o saco de peixes que havia usado anteriormente e sacudiu-o vigorosamente, expelindo a areia acumulada no barco. Isso criou uma espécie de nuvem de areia que se dissipava atrás da embarcação.

Com a momentânea diminuição da intensidade da corrida, os competidores aproveitaram para recuperar o fôlego e avaliar suas situações. A vastidão do Inferno Escaldante estendia-se diante deles, um terreno árido e quente.

— Eu nunca me senti tão bem bebendo água... — pensou o jovem, agradecido, enquanto tomava a água. A sensação do líquido refrescante aliviava um pouco o calor abrasador que o cercava.

Enquanto os barcos avançavam por essa paisagem desolada, a família Cubo de Gelo meticulosamente limpava a areia que cobria seu barco. Ao lançar cristais de gelo no ar, eles conseguiram reduzir a temperatura ao redor da embarcação e minimizar parte dos danos. A garota Autômato, por sua vez, concentrava-se em ajustar e calibrar os sistemas da embarcação, descartando peças inutilizáveis, como a proteção de aço que havia adicionado para a tempestade de areia, que agora estava cheia de perfurações.

Enquanto isso, a família Incêndio e a garota dragão ainda não haviam retornado à corrida. Dado o terreno em que estavam e o tamanho de seus barcos, havia a possibilidade de que pudessem alcançar os demais competidores.

(O que é isso? Uma pausa de recuperação? Ei, tão pensando que vocês tem tempo pra isso!? Olha o desafio vindo!)

Ouvindo as palavras da comentarista, todos ficaram alertas para o próximo desafio. Observando atentamente o horizonte, puderam avistar milhares de ossos enormes fincados no chão. Era como se estivessem diante de uma floresta de ossos de monstros gigantes.

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