Diante da atual situação da corrida e com as raízes descendo, Lucas sentiu-se perdido quanto ao que poderia fazer.
— Ainda sou útil aqui? — questionou-se, percebendo sua aparente falta de utilidade. — ... Eu não deveria ter participado disso.
O jovem observou o estado do barco de Domingos e optou por permanecer em silêncio ao lado do velho, considerando esse o local mais seguro da embarcação.
(Chomp, chomp... Parece que todos estão com problemas sérios! Chomp... Eu adoro esses salgadinhos.)
— Ei, não dá para você ser mais profissional!? — exclamou Lucas, incerto se sua voz alcançaria a pessoa.
(Chomp! O que foi? Quer um pouco também?)
— Eu quero! E também um refri! — respondeu o Jovem, simplesmente não se importando mais com nada.
A corrida estava tão caótica para ele que agora só queria assistir enquanto beliscava algo.
(Toma. Chomp...)
Assim, de alguma forma inexplicável, Lucas se viu com um salgadinho de queijo e um refrigerante em suas mãos.
— ... Valeu! — expressou sua gratidão, ainda um tanto surpreso.
— Espera, isso não é injusto!? — exclamou a garota da família Cubo de Gelo, que nutria ressentimentos por Lucas devido aos acontecimentos anteriores. — Isso é claramente uma violação das regras!
(Você acha que tem tempo para reclamar? Seu barco está em último lugar, e as raízes estão prestes a atingi-lo!)
— Tch.
Os demais competidores observavam com interesse a troca de palavras entre a comentarista, Lucas e a garota, mas logo voltaram sua atenção para a corrida assim que se lembraram das raízes.
— Haha, esta corrida está muito mais emocionante do que eu imaginava — comentou Domingos, rindo. — Vamos lá, precisamos sair daqui!
E assim, a tensão da corrida ressurgiu, desencadeando respostas distintas entre os competidores, cada um optando por um dos caminhos possíveis.
Todos precisavam sair rapidamente da ravina, mas as paredes estavam congeladas e extremamente lisas. Observando ao redor, Domingos percebeu que a única saída era escalar. Ele dirigiu-se à frente de seu barco e começou a recolher a âncora até ter comprimento suficiente para balançar.
— Lucas, se apoie no mastro e não solte! — alertou o velho, examinando a parede de gelo. — Lá vamos nós!
Dito isso, ele lançou a âncora em direção à parte superior da ravina, fazendo o barco inclinar-se a ponto de Lucas deitar-se sobre o mastro, enquanto as correntes atingiam seu limite. Embora o barco tenha roçado na parede, já que ela possuía uma camada de gelo por cima, a fricção reduziu apenas ligeiramente a força da âncora.
Com a âncora firmemente fixada fora da ravina, o barco balançou como um pêndulo, com a proa apontando para cima. Enquanto subiam, o barco girava a ponto de parecer que ia virar de cabeça para baixo.
— AAHHH! Eu vou cair! — exclamou Lucas, agarrando-se ao mastro como se sua vida dependesse disso.
— Acalme-se, vou estabilizar o barco. — disse Domingos, movendo-se de cabeça para baixo no barco, como se fosse algo normal.
— Vai logo!
Vendo o barco prestes a capotar no ar, Domingos desapareceu de onde estava e reapareceu na parte inferior do barco. Com um pisão forte, fez o barco girar no ar e finalmente aterrissar de maneira correta, enquanto também segurava Lucas.
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Animos Noutro Mundo
RandomEm um deserto interminável, com areias escaldantes e um sol implacável, um jovem caminhava desolado. - Eu já li muitas histórias sobre pessoas indo para outros mundos, mas por que tenho que começar em um deserto?! - exclamou ele, enquanto suas pegad...