Lucas reconheceu a garota assim que a viu, pois a havia encontrado no barco de gelo anteriormente. No entanto, ele não conseguia entender como ela tinha chegado ao seu barco ou qual era o motivo de sua presença ali.
— Agora que o velhote saiu, vire esse barco e não vou machuca-lo. — disse ela, calmamente.
Foi nesse momento que Lucas percebeu a razão pela qual ela havia vindo. Entre todos os competidores da corrida, apenas Domingos parecia ser uma incógnita, pois ninguém esperava que um simples pescador tivesse tanto poder.
Por isso, era crucial se livrar de Domingos o mais rápido possível, e a melhor maneira de fazer isso era esperar que ele saísse do barco e manipular seu ajudante fraco.
— C-Calma, se eu virar o barco agora, nenhum de nós vai saber a direção dos outros barcos — disse o jovem, tentando pensar em uma estratégia para escapar dessa situação.
— Na verdade, eu sei onde está o meu barco, fica bem ali — respondeu a garota, apontando na direção da tempestade, que Lucas não conseguia enxergar.
— N-Nossa, sua visão é muito boa.
— Isso não é na- Ei, pare de perder tempo e vire logo esse barco! — disse ela, aumentando ainda mais o frio ao redor.
Lucas sentiu sua pele começar a tremer de frio, enquanto o suor escorria por suas costas.
— S-S-Sim... M-Mas eu não consigo!
— Por que!?
— E-Eu não tenho força! — respondeu o jovem, enquanto parecia lutar para girar o leme com toda a sua força.
A garota olhou para ele como se não entendesse por que ele ainda estava naquela corrida.
— Quer saber, deixa comi- O que é isso? — perguntou, sentindo algo bloquear sua aproximação. — Uma barreira?
Observando atentamente Lucas, a garota desferiu vários socos com toda a sua força na barreira, mas nada parecia acontecer.
— Estou a salvo? — pensou o jovem, sentindo-se um pouco aliviado.
No entanto, momentos depois, a garota começou a socar repetidamente a barreira, e seus punhos pareciam estar protegidos por uma camada de gelo. Os ataques foram tantos que a barreira começou a rachar.
— Isso não é bom! — pensou Lucas, antes de tentar detê-la. — Espera! Eu posso tira-la!
— E por que não fez isso antes? — comentou a garota, interrompendo momentaneamente seus ataques.
— Pois eu seria morto pela tempestade de areia...
— Ah... — compreendeu a garota, finalmente lembrando-se de que a pessoa à sua frente poderia morrer até mesmo em uma tempestade de areia. — Tira esse escudo, eu vou te proteger.
— T-Tá... — respondeu o jovem, sem forças para resistir à garota. — "sair" — pensou ele.
Lucas desativou seu escudo transparente e logo sentiu a força do vento atingir seu corpo, juntamente com um pouco de areia. Como a garota havia dito, ela estava o protegendo, embora sua proteção fosse apenas uma capa que ela usou para bloquear um pouco da areia.
O jovem quase não conseguia enxergar, pois mantinha os olhos quase fechados para evitar a entrada de areia neles. A única coisa que ele sabia era onde estava a garota e o leme do barco. Em sua mão estava a runa que Domingos havia lhe dado.
— Bem, agora... O que está fazendo? — perguntou a garota, percebendo que sua mão tinha sido tocada.
— Não estou conseguindo ver nada! — respondeu Lucas, antes de pensar — "entre".
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Animos Noutro Mundo
RandomEm um deserto interminável, com areias escaldantes e um sol implacável, um jovem caminhava desolado. - Eu já li muitas histórias sobre pessoas indo para outros mundos, mas por que tenho que começar em um deserto?! - exclamou ele, enquanto suas pegad...