Animos Noutro Mundo

19 - Pão limitado

Na manhã seguinte, percebendo o sol nascendo enquanto refletia sobre como seria possível limpar o teto da quadra, Lucas pegou sua mochila e, à medida que as pessoas chegavam à escola, decidiu seguir para a sala.

— Eu só tenho essa roupa escolar no meu corpo... Preciso arranjar dinheiro para comprar mais.

Conseguir um novo uniforme não seria difícil, pois a escola tinha uma papelaria que também vendia uniformes. No entanto, o único problema era a falta de dinheiro de Lucas. Além de não ter um centavo, ele estava preso dentro da escola e seus únicos pertences eram uma mochila, um caderno e um estojo com lápis, borracha e caneta.

— Tenho que tomar um banho mais tarde... Enquanto estiver aberto o vestiário.

Enquanto caminhava pela escola, Lucas tentou recordar alguns dos personagens, embora sua memória fosse falha. Alguns eram óbvios devido às suas aparências distintas, mas, na maior parte, ele não se lembrava.

— Para eu conseguir tomar um banho, vou precisar entrar no vestiário... Hm? Não tinha um personagem que sempre pratica esporte? Se eu me juntar a ele, devo conseguir tomar um banho todo dia.

Lucas não queria se aproximar muito dos personagens importantes da história, mas reconheceu que, para sua saúde mental e física, isso seria necessário. Além disso, ele poderia aproveitar para melhorar seu próprio condicionamento físico durante os treinos.

— Depois eu tento conversar com ele, mas por agora, está na hora de estudar...

Sentado em sua carteira, o jovem ficou em silêncio, aguardando o início da aula. Na carteira atrás dele, estava um garoto que não parecia se importar com a presença de Lucas e começou a conversar com seu amigo na carteira ao lado.

— ...Eu deveria tentar conseguir algum amigo? — pensou enquanto deitava sobre sua mesa.

Embora estivesse sonolento e quase dormindo, o jovem conseguiu se manter acordado durante toda a aula até que o intervalo chegou com o som do sinal. Ele lutou contra a sonolência durante as aulas, até mesmo cochilando por alguns minutos sem perceber em uma delas, mas conseguiu resistir e rapidamente saiu pela porta em direção ao refeitório.

Depois de passar a noite sem dormir e sem nada para comer, ele estava faminto e desejava comer o máximo que pudesse.

— ...Tia, não pode me dar um pouco mais? Estou com muita fome!

— Hã? Fome? Você acha que eu não sei que você já pegou uns 5 pães? Eu consigo ouvir isso!

— Tch. — estalou a língua, ao sair da fila.

Lucas tentou pegar mais comida entrando na fila novamente, pois os funcionários da escola não deveriam se lembrar de sua aparência facilmente, mas a habilidade da tia encarregada estragou todo o seu plano.

Devido a essa habilidade, mesmo disfarçado, não conseguiria obter mais comida do que a tia lhe entregaria.

— Ao menos tenho dois pães para mais tarde, além de ainda ter o almoço e o lanche da tarde. — pensou o jovem, tendo já consumido três pães rapidamente.

Essa escola era em período integral, na qual os alunos entravam cedo pela manhã e saíam apenas ao entardecer. Além disso, ela oferecia refeições para aqueles que não traziam lanches ou não queriam comprar na cantina.

— Agora, vamos ver como está o desenvolvimento do protagonista.

Dirigindo-se à sala onde o personagem principal do anime estudava, Lucas viu o jovem solitário no fundo, saboreando um lanche trazido de casa com um sorriso.

— Será que já aconteceu?

Sem memórias de como os dois entraram em contato, a única memória de Lucas era eles se cumprimentando e conversando durante as aulas.

— Vou esperar até amanhã e ficar de olho quando os dois se encontrarem na sala.

Com essa ideia em mente, o jovem voltou para sua sala e continuou sua rotina escolar. Ainda precisava arranjar dinheiro e algum conforto para viver dentro da escola, mas Lucas sabia que não precisava ter pressa.

No entanto, havia uma coisa que ele desejava mais do que qualquer outra, algo que a maioria dos estudantes possuía.

— ...Eu quero um celular!!

[Continua...]

??? — Certamente, Lucas tem muito tempo para enfrentar essa missão, mas acho que ele não aguentará ficar assim por mais de um mês.

S — Eu também não quero ficar vendo a vida dele por 3 anos dessa forma... Hm? O que!? Por que eu virei "S"!?

??? — Alguém te chamou de "S" e o autor decidiu que esse seria o seu nome por enquanto.

S — Finalmente, tenho um nome na história!! E antes de você! Haha!

??? — Deixe-me pegar uma borracha...

S — Não! Desculpa! Não apaga meu nomeeee...