Um empurrãozinho

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Jeongyeon realmente não se lembrava.

E no caso dela, ela sim era ótima em disfarçar um olhar estranho. Porque chegou a conclusão que seus olhinhos grudados em Jihyo ultrapassavam o nível normal de admiração da beleza alheia. E ela não conseguiria encontrar em palavras o quanto amava o novo corte de cabelo. O quanto ele a deixava ainda mais bonita, e isso deveria ser impossível de tão bela que ela já era.

Jihyo abriu a boca para perguntar de uma vez por todas, se ela se lembrava ou não. Mas desistiu no meio do caminho.

— Você... — Inferno de cidade quente. E mais um pouco dentro daquele maldito provador e agora seria Jihyo que passaria mal. E foram eternos segundos em que ela quis dar só mais um passinho pra frente. E destruir a distância. — Não vai fechar a blusa?

Só então que Jeongyeon notou que tinha se esquecido de fechar a blusa laranja, com fios para amarrar atrás.

— Ah, é mesmo! — Jeongyeon deu uma risada sem graça, tratando logo de parar de tentar transformar aquela situação em um negócio que não deveria acontecer.

— Bom, eu já peguei tudo o que eu queria... — A melhor maneira de escapar de um provador com Jeongyeon, era sair de uma vez. Então Jihyo tirou as peças que compraria para retornar as antigas.

Jeongyeon virou as costas para ela, se encarando no espelho contrário. Mas não era como se conseguisse dar mais atenção a blusa do que a Jihyo sem uma.

Aquela pele macia tão próxima parecia tanto um convite. Gritava por ela.

Por que eu não consigo não olhar pra isso? Eu via quase sempre e nunca nem dei bola!

Não que não seja uma bela visão. Mas eu não deveria estar pensando em como é uma bela visão!

Jeongyeon chegou a ter um calafrio só de olhar para as costas descobertas de Jihyo. Como se já tivesse chegado naquele território antes.

Voltou ao mundo quando ela terminou, catando tudo de qualquer jeito e saindo.

— Foi só o calor, Jeongyeon. — Jeongyeon cochichou sozinha. — Só o calor.

Mas ficou com um certo medo de que a sensação do momento estranho para ela, tivesse passado para Jihyo. Então em busca do contrário, como se nada tivesse acontecido, e tecnicamente não aconteceu, Jeongyeon depois de aprovar o look novo abriu a cortina.

— O que acha? Combina com a Jeongina? — Perguntou apoiando as mãos na cintura.

— Eu diria que combina, mas também...É tão fácil uma roupa combinar com você. — Jihyo deu de ombros sorrindo.

— É, pior que é. — Jeongyeon sorriu um pouco aliviada. — Mas não sei se eu ficaria tão bem como você fica com essa saia. — Disse antes de fechar a cortina.

— Tô na dúvida se foi um elogio, já que essa saia é o horror dos horrores.

— Pra você sempre serão elogios, Íris.

Enquanto o ar conturbado ficou para dentro do provador na loja, uma Im Nayeon a caça de comidas gostosas ficava minutos e minutos olhando na vitrine na padaria.

Tantos doces, salgados, bolos, o cheirinho de pão saindo do forno...

— Boa tarde, moça! O que vai querer? — Ouviu uma voz feminina do outro lado do balcão.

— Boa tarde! Ainda tô escolhendo. — Nayeon se abaixou para ver as opções da parte de baixo.

Estava doida por um docinho, talvez levaria algumas carolinas, mas com dinheiro o suficiente ela não levaria nunca uma coisa só. E ao ver a coxinha, a última delas, não poderia ir embora sem ela. Sem sentir o crocante da casquinha de fora, a massa de batata por dentro, e ah...O frango com catupiry.

Dos Palcos Pros BarracosOnde histórias criam vida. Descubra agora