Dos Palcos Pros Barracos

Todas as donas do buquê

— Caramba! Toda vez que eu quero conversar sério com você alguma coisa empata a minha vida! Ou é algo acontecendo, ou é uma pessoa se metendo no meio!

— Que bicho foi que te mordeu? Precisa ser estúpida assim?

— Ai por favor, não aja como a santa da vez! Eu preciso ser estúpida sim! Já é a segunda vez que esse ser humano aparece no lugar errado e na hora errada! Faz o favor de me dar licença, garota!

Wendy não era de brigas, e mesmo com uma querida extremamente mal educada sendo desagradável com ela, decidiu apenas sair com o resto de paciência que lhe restava. Não queria descer no baixo nível dela.

— E sobre que bicho me mordeu, esse bicho foi você! — Jihyo puxou Jeongyeon para um canto mais longe do foco de pessoas, perto das mesas mais vazias, enquanto a grande parte dos convidados e também penetras se ocupavam dançando ou atacando o buffet. — Eu não consigo entender! Por que você se finge de tão alheia ao que tá acontecendo, quando na verdade tá até rasgando bilhetes endereçados a minha pessoa?

— Porque ao contrário de você, eu sou um pouco mais direta! Se tem um negócio ameaçando entrar no meu caminho, eu corto fora! Satisfeita agora? Eu podia até ter sido mais direta se essa decisão não estivesse mais na sua conta do que na minha! — Jeongyeon rebateu, toda aquela história durava tempo demais, junto com estresse demais, medo demais, resultava em uma conversão para raiva quando fosse finalmente pelos ares.

— Do que é que você tá falando?! — Jihyo perguntou exasperada.

— Ah pelo amor de deus! Não finge que você não sabe do que eu tô falando, se pela primeira vez, nós estamos falando da mesma coisa, Jihyo! Sobre nós duas, eu e você, você e eu! — Se algum dia Jeongyeon tinha que explodir, isso foi o mais perto de explodir que ela chegou.

E quando o rolo foge do controle, sempre tem que ser da maneira completa. Na fatídica discussão entre elas, muito longe do ideal e do imaginado, além de tudo elas tiveram plateia. Apenas estavam nervosas demais para notarem. Bom, contando que quando estão perto uma da outra elas mal percebem o mundo ao redor. Três pessoas com seus drinques, três novos amigos que pareciam se entender como se tivessem se conhecido a vida inteira. A amizade é linda, não é mesmo?

— "Jihyo"? Eu sabia que o nome dela não era Íris. Bingo! — Miyeon bateu na mesa. — Onde foi que eu já ouvi esse nome?

— Talvez nos jornais nos últimos três meses. — Junmyeon disse muito, muito, muito satisfeito.

— Meu deus. Como eu não levantei essa hipótese antes? — Somi estava desacreditada. Pena que não durou mais do que alguns segundos antes de abrir um sorriso maravilhado com as mil opções que teria para se beneficiar com aquela possível história. — Eu tenho uma fofoca pelando nas mãos...

Antes dos desenrolares da maior fofoca que Margarida do Leste veria, do início da última semana bombástica da novela Jeongyeon e Jihyo, precisamos voltar onde a coisa fica boa. Quem não ama um casamento?

[...]

Muitos eventos passaram por Margarida do Leste, antes do maior deles, ainda tem mais um na lista. Acrescentado de última hora, preparado de última hora, não chegaria a ser perfeito. Mas aos olhos dos dois grandes idealizadores, estava mais do que perfeito. Também não havia começado de fato, apesar da movimentação estar a todo vapor.

Casamentos exigem demais de todos os participantes. Qual será o mais nervoso? O noivo? Acudido por sua querida e única filha, casando pela vez número quatro em sua vida.

— Você já sabe fazer isso de cor... — Ele sorriu orgulhoso enquanto Tzuyu ajeitava sua gravata em um nó simples.

— Também, das quatro vezes eu fiz isso em três. Antes até de ter altura o suficiente pra alcançar o seu pescoço. — Ela resmungou, dando a última volta.. — Espero que não tenha uma quinta vez. — Olhou séria para ele, antes de retribuir o sorriso. O cabelo não era mais escuro como antes, assim como as rugas não eram tantas e ele mal costumava manter a barba. Agora grisalho e barbudo, a diferença não era só na aparência. Tzuyu nunca tinha o visto tão nervoso.