Jeongyeon abriu os olhos. Gostava de acordar naquele quarto, sem levar em conta que automaticamente sua casa era ali, ela gostava muito antes de se acostumar. O sol atravessava as cortinas, batia direto em seu rosto. Bastava apenas mover a mão e conseguia avistar o céu pela janela.
No outro quarto, Nayeon despertou. Abrindo um sorriso logo de cara ao encarar o teto e pensar que nem precisava mais de alarme, seu relógio natural era puro sucesso. Um sorriso que cresceu de tamanho porque era terça-feira, o que significava que ao contrário do dia anterior o salão abriria e ela veria Momo.
Jihyo acordou com o barulho de Nayeon puxando o vidro da janela e enfiando a cabeça pra fora, tal como um cachorro animado na estrada. Queria dormir mais um pouquinho. Intercalava os dias e os horários entre ficar na padaria de manhã, na igreja de tarde. O dia seria o inverso. Fazendo ela cair na tentação de dormir mais porque na igreja ninguém a cobraria de chegar no horário, não que Mina cobrasse, mas com ela tinha uma responsabilidade maior.
— Vambora Hyo! — Ouviu a voz animada dela, teve que colocar um travesseiro no rosto pra fugir do sol. Seria terrível sequer tentar fugir tanto do sol original, quanto do sol versão pocket dentro do quarto. Teve certeza porque Nayeon pulou em cima dela. — Tá um dia lindo lá fora, vem, acorda!
— Como, onde, e quando foi que você encarnou nisso? — Jihyo perguntou incrédula com o bom humor da loirinha pela manhã. Feitos inéditos de uma nova vida, porque antigamente ela estaria dando um coice no primeiro que ousasse proferir uma única palavra antes das oito. — Não precisa responder. Acho que o pessoal das identidades jogou algum tempero pra você virar essa piriguete saltitante. — E mais um pouquinho de mel no amor pra tamanha felicidade.
Depois de uma águinha gelada no rosto, ficarem arrumadinhas e cheirosinhas, lá estavam tomando o precioso cafézinho.
— Hoje você vai pra onde?
— Começo na igreja, quatro horas eu vou pra padaria. — Jihyo colocou café até a metade da xícara, em seguida enchendo a de Jeongyeon, e repetindo na metade na xícara de Nayeon.
— Não entendo porque você fica tão borocoxô quando é dia de começar na igreja. — Lá ia Nayeon e suas mais de três colheres de açúcar, para o espanto corriqueiro de Jeongyeon, que sempre a olhava feio.
— É, nem vai ver ninguém além do padre ou algumas velhinhas. Preferia voltar a discutir com as crentes do rabo quente é? — Jeongyeon ergueu uma sobrancelha, arrancando uma risada das duas. — Eu sei a falta que um bom barraco faz na sua vida. Pode concordar comigo.
— Não é isso, deus me livre e me perdoe de dar graças por ficar bem longe daquelas saiudas! É que... — Ela soltou um longo suspiro. — Sei lá, eu me sinto muito a toa. Até meio sozinha. Acho que até na padaria as vezes.
— Você não tá sozinha. — Nayeon pegou na mão dela, um olhar reconfortante. — Tá com deus e São Judas Tadeu.
— Tomara que você caia com uma velha tagarela que te tire do sério o dia inteiro.
— Nem isso vai tirar o meu ânimo, Ji- — Parou a língua na mesma hora, Jihyo estreitou os olhos avisando uma outra presença na cozinha. Todas as três notaram com atraso a nova hóspede da casa. Miyeon parou na porta, extremamente observadora. Nem parecendo ter acabado de acordar.
— Desculpe, eu estou interrompendo algo?
— Nada não! — Jeongyeon quebrou o gelo.
— Bom dia garotas. — Deu as costas indo em direção ao armário.
— Bom dia. — Responderam juntas, com exceção de Nayeon e muito café descendo pela garganta. O silêncio reinou, porque as três nem sempre eram boas disfarçando as coisas.
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Dos Palcos Pros Barracos
FanficAs 3mix estavam no topo, estourando nas paradas. Até aquela linda carreira de sucesso ir por água abaixo, quando depois de um acidente, foram acusadas de matar o empresário. O trio só teve uma saída: Com novas identidades, fugirem pra uma cidadezinh...