Sol de boas vindas

160 24 22
                                    


Não era como se tivesse muito o que fazer naquele sítio. Sim, no final das contas, é só uma questão de opinião própria. E no momento, para as três não havia o que fazer ainda. A televisão da sala poderia ser moderna, mas sem internet e antena nem adiantava. Sem internet, mesmo se por acaso tivesse, o que fariam sem celular?

Jihyo capotou em uma cama, e Nayeon na outra. Jeongyeon se esforçou e não conseguiu nem um cochilinho mixuruca. Então saiu pra explorar o sítio junto com Sana e Tzuyu.

— Okay, pode ser lindo e tal...O que pode ser, porque até agora tudo o que eu vi foi umas árvores, grama verdinha, e ar puro.

— E isso já não é o suficiente?

— Pra que eu fique um mês ótimo e maravilhoso de férias? — Sana ergueu as sobrancelhas, desdenhando do sítio. Um lugar com menos poluição, mais calmaria, precisava de mais atrativos para conquistá-la como uma casa na praia conquistaria. — Não.

— Ah, mas olha as vaquinhas lá no fundo. As casinhas de abelha. Dá até pra ver uma parte do outro lado da cidade. — Jeongyeon listou, tentando estender seu olhar o mais longe possível. A paisagem daquele lugar seria uma boa maneira de ver algo bom no meio de todas as turbulências. — A serra, Sana! Olha a serra...Agora é exagero você dizer que só pode ser lindo.

— Tá, tá. É lindo. — Sana foi obrigada a concondar com Jeongyeon. Seria crime falar mal daquela bendita vista. — De qualquer jeito, maravilhoso impossível.

— Ah, maravilhoso só se a Tzuyu não estivesse aqui. — Tzuyu tentou imitar a voz da Minatozaki. — Pode falar.

— Você já falou por mim.

Jeongyeon olhou pra uma e em seguida pra outra. Queria muito dizer que já tinha visto aquele filme, mas preferiu manter sua opinião guardada até que fosse a hora certa de caçoar.

— Olha, sorte de vocês que aqui não tem um chiqueiro. Ou eu mesma jogava vocês duas lá dentro. — A Yoo fingiu estar sem paciência, o que logo não precisaria nem fingir. — A aura aqui tá muito densa, eu só sinto lixo e negatividade, falou?

Sana e Tzuyu se entreolharam, avaliando aquela primeira tentativa.

— Lixo foi demais. — Tzuyu pontuou, e Sana concordou com a cabeça. Sendo as próprias juradas da performance.

— É. E completando, eu acredito que esse climinha bolado entre vocês duas se piorar pode contagiar eu e as minhas. A ultima coisa que a gente precisa, é deixar ainda mais ruim o clima por aqui. — Uma humilde tentativa de Jeongyeon de desfazer as péssimas primeiras impressões que uma tinha da outra. Já que a primeira impressão de Sana por Tzuyu provavelmente era cheia de palavrões mentais sobre ela. E a de Tzuyu sobre Sana até poderia não ser ruim, mas as próximas acabariam sendo. — Então, assim...Se as maninhas se importam pelo menos um pouquinho — Ela fez os dois dedos em sinal. — Com três sonhadoras cujo sonho está sofrendo atentados graves...Tem mais uma maneira de ajudarem essas sofridas mulheres.

— Desembucha.

— Vocês vão ter que fazer o que eu pedir.

— E o que te faz pensar que nós vamos fazer o que você pedir, Jeongina? — Tzuyu cruzou os braços, zombeteira.

— Bom, se vocês não fizerem, eu vou infernizar a vida de vocês duas. — Jeongyeon deu de ombros, despreocupada. — E acreditem, eu faço isso melhor que o próprio capeta. Como acham que eu consigo lidar com aquelas duas a tantos anos?

O pior é que tanto Sana quanto Tzuyu acreditaram no potencial destrutivo dela. Quem mais parece boazinha é quem mais tem capacidade de desenrolar uma desgraça das enormes.

Dos Palcos Pros BarracosOnde histórias criam vida. Descubra agora