Dos Palcos Pros Barracos

Uma nova era, triste e pobre, mas uma nova era

— Ih minha filha, tá caducando tá? — O cérebro de Im Nayeon teve que dar uma baita de uma corrida pra funcionar como o planejado. Ela torcia pra que sua atuação de desentendida não estivesse ridícula. — Eu e essas duas aí, as 3mix? — Numa olhadinha rápida ela tentou fazer Jihyo e Jeongyeon também entrarem na onda dela.

— Quem me dera... — E com o coração infartando, o pratão de arroz, feijão e bife revirando no estômago, Jeongyeon só falou três palavrinhas. Porque logo logo acabaria tendo um troço se aquilo não parasse.

— Quem me dera nada, eu não quero ser uma desviada! — Jihyo se fingiu de incomodada.

Tzuyu permanecia com o mesmo olhar nem um pouquinho surpreso, não acreditando um minutinho sequer. Aquelas disfarçadas horrendas só faziam ela ter mais certeza.

— Tzuyu, deixa de ser ridícula. Olha pra elas. O que elas estariam fazendo logo aqui nessa cidade? — Sana disse ainda virada pra frente, sem dar muita atenção.

O método silêncio ofensivo da Chou começou a funcionar. Jihyo quando queria era dura na queda, e competições de encarada não funcionariam nunca com ela. Bom, a não ser que a adversária fosse Jeongyeon. Nayeon definitivamente não ia aguentar muito sem dar um murro na cara de Tzuyu. E Jeongyeon...

Como Yoo Jeongyeon aguentaria tendo um piripaque?

— Tá bom! Você nos descobriu, parabéns! Quer um biscoito ou uma estrelinha na testa? — Apesar de tudo, quem se irritou primeiro foi Jihyo. E a confirmação fez Tzuyu se sentir o próprio Batman resolvendo mais um mistério.

A porta do carro foi aberta com tudo e Jeongyeon saiu pra fora, caminhando alguns passos pro matinho de beira de estrada. Tinha tudo ao mesmo tempo, dor de barriga, ânsia e falta de ar. Todas desceram do carro em seguida.

— Eu vou morrer. Eu vou morrer!

Enquanto as duas tentavam acudir Jeongyeon, Tzuyu se encostou na porta do carro. Pensando nas mil maneiras de tirar proveito daquilo. Uma Sana sem paciência arrebentou o elástico do chapéu dela, o usando pra abanar Jeongyeon.

— Bruta!

Sana ignorou e continuou mexendo a palha pra cima e pra baixo.

— Calma, mulher! Calma! Não vai morrer nada! — Nayeon dava umas batidinhas nas costas dela.

Jihyo pegou gentilmente o chapéu da mão de Sana e ergueu o rosto de Jeongyeon, fazendo o ar sair mais lento.

— Respira fundo, Jeong. Calma, nós estamos aqui. — Disse baixo. Aos poucos ela foi melhorando.

— Quanto drama. Aliás, é bem digno de drama. — Tzuyu cruzou os braços, apoiando um dos pés na caminhonete.

— Para de palhaçada, garota. Fala de uma vez o que você quer! Ou o que você vai fazer, pra dar pelo menos cinco minutos da gente sair correndo pro meio do mato.— Nayeon olhou feio pra Tzuyu, e cogitou realmente dar na cara dela e acabar com aquele sorrisinho todo convencido.

— Espera aí...Vocês são elas mesmo? As cantoras que mataram o empresário? — Quando com delay a ficha de Sana caiu, ela arregalou os olhos e se afastou das três.

— O que você acha, docinho?

— A gente não matou ninguém, pra começo de conversa! — Jeongyeon se ofendeu. — Todo mundo é inocente até que se prove o contrário. — Recitou com firmeza.

— Não tem o que provar, uma mulher tá em tudo quanto é mídia espalhando que viu vocês matarem o cara! — Sana não conhecia muito além de algumas músicas das 3mix. Nem pôde dizer se os disfarces deram certo ou não, já que nem se lembrava direito como elas eram. Viu as notícias por cima na internet, ficou horrorizada e só. — Eu não vou ser cúmplice de ninguém, muito menos deixar gente assim solta por aí! — Puxou o celular do bolso e no mesmo segundo as três se olharam.