Não é bonito apostar a vida dos outros

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— Não é nada demais. A gente só vai no bar. — Uma Jihyo preguiçosa tentou convencer todo o restante, de que não era preciso se arrumarem tanto só pra irem dar uma voltinha e depois comerem no barzinho de Baekhyun.

— Estamos de férias, é que nem quando tá na praia. Vai passear de noitinha no calçadão ou tomar um sorvetinho? Não importa. Vai produzida sim. — Sana disse encostada na porta do quarto das duas, não tinha trocado de roupa, ainda estava com uma regata toda cheia de fiapos de feno. — Nunca se sabe quando se pode encontrar por acaso com... — Ela se perdeu no próprio ponto. Não se lembrava se ia citar uma cantora, um ator famoso, ou alguma modelo.

Mas quando Jeongyeon parou na porta ao lado dela, ela fez definitivamente, um pouquinho de propósito.

— Uma tremenda de uma lindeza feito essa mulher aqui. — Apontou as mãos em direção a ela.

Não só porque Jeongyeon estava deslumbrante com um vestidão florido, os cabelos presos em um coque alto e aquelas botas. Mas porque Jihyo não conseguia disfarçar o quanto babava por ela, toda vez que babava por ela.

— Benza deus hein! — Nayeon balançou a cabeça positivamente. — Mas aqui todo mundo sabe que a Jihyo tá afim de ir mais largadona, porque ela é a crente.

— E crentes não se vestem bem! — Tzuyu gritou indo para o banheiro.

— Eu nunca quis tanto não ser a crente. — Jihyo suspirou derrotada, sem a mínima vontade de sair. A tristeza derrubadora de ânimos tinha voltado, e mesmo cheia de curiosidade para ver o bar aberto, ela preferia ficar em casa.

— Não tem problema quanto a isso, tem uma variedade de roupas entre mim e a Tzuyu pra você escolher. — Sana sugeriu, observando Nayeon ajeitar os cabelos em frente ao espelho do guarda-roupa. Aquele loiro combinava com ela.

— Valeu. Mas acho que prefiro ficar enfurnada aqui até a polícia vir me pegar. — Jihyo cobriu a cabeça com o travesseiro. Sentiu a cama afundar e os pelos encostando no braço. — Até tenho companhia. Podem ir vocês, vou dormir com o Chico.

— Vira essa boca pra lá, Park Jihyo! — Jeongyeon se fingiu de brava, apertando um dos pés dela.

— É só questão de tempo, Jeong. Só questão de tempo. — A voz dela saiu abafada. — Não lembro quem foi o cara que falou, mas ele tinha razão. Isso aqui é só atrasar o inevitável. — Para falar aquelas palavras no puro drama ela tirou o travesseiro da cara.

— Ou você cala a boca, ou eu caio matando em você, assembleia de deus. — Nayeon se virou para ameaçar ela. — A escolha é sua.

— Pode cair, rodadora de bolsinha. Eu nem ligo. — Jihyo fungou um choro inexistente, mas que se ela ficasse mais um pouquinho pensando que tinha uma parcela gigantesca de culpa em tudo o que havia acontecido, logo se tornaria real o choro de baldes.

— Ah é?

Jeongyeon olhou para Nayeon, convocando ela pro ataque. Deu a volta e apoiou o joelho na cama, enquanto a outra veio correndo.

Jihyo não conseguiu se defender de tantas mãos fazendo cócegas nela.

— PARA! PARA! EU NÃO AGUENTO! — Gritou entre risos. Nunca dava pra escapar, Jeongyeon e Nayeon sabiam todos seus pontos fracos e faziam uma verdadeira tortura. — EU ACABO COM VOCÊS!

— Acaba então, crentezinha! — Jeongyeon provocou, ainda com as mãos nela.

— Você não é de nada, Park Jihyo! — Nayeon fez ainda mais cócegas.

Jihyo tentou mais um pouquinho, mas agora ia chorar de tanto rir.

— Arrego! Arrego! — As duas se afastaram e bateram as mãos, satisfeitas. — Tudo bem. Eu vou nessa budega! Se a Sana me vestir como uma Íris menos detestável e sem graça, eu vou.

Dos Palcos Pros BarracosOnde histórias criam vida. Descubra agora