— Certo...Está com a sua identidade fake no bolso?
— A carteira de motorista?
Jeongyeon soltou um leve suspiro e sorriu. Sempre assim. Superprotegida pelas duas a vida inteira.
— Sim e sim. Eu sou taxista, se não andar com a minha CNH, aí sim que vou em cana...
— Vira essa boca pra lá! — Nayeon deu mais uma olhada. — Ok, ok. Vamos deixar ela ir de uma vez, Hyo. Ou ela não trabalha. E ninguém aqui tá rica mais pra dar uma de vagabunda. — Se inclinou e deixou um beijinho estalado no rosto da Yoo, seguido de um típico pescotapa. — Não vai bater essa caranga.
— Ela não vai bater, sua mocoronga loira! Ela teve uma ótima professora. — Nayeon tomou um tapa de Jihyo no braço. A Park se aproximou, apoiando as mãos na janela abaixada do carro. — Se lembra, riponguinha, tem que se divertir. Ok?
Jeongyeon tinha um certo medinho de dirigir sem supervisão, mas também uma confiança aos poucos crescendo. Esperava tirar de letra. Como Jihyo acreditava que ela tiraria. Seu sorriso alargou nos lábios com o apelido recém criado da Park para ela.
— Ok, varoa. Vejo vocês depois. — Deu uma piscadela e saiu com o carro, parando metros a frente no ponto de táxis em frente a estação de trem.
— Ela me chamou de varoa?
O certo seria Jihyo e Nayeon seguirem caminho para seus respectivos empregos. Que nada. Ficaram lá mais dez minutos, olhando de longe Jeongyeon dentro do carro esperando por um passageiro, como quem olha o filho no recreio.
E quando um homem fardado chegou perto da janela dela, as duas só faltaram ter um infarto.
Sangue frio, Jeong.
Sangue frio!
— Bom dia, delegado... — Jeongyeon procurou o nome na farda azul do homem de boina. — Julião. Como vai?
— Muito bem. Prazer! Você é a nova circulante da cidade?
Perguntas óbvias são tão chatinhas. Jeongyeon quis até ser grossa, porque começava a ficar nervosa. O que aquele cara do além tinha que vir encher o saco justo agora? Pior, e se ele reconhecesse seu rosto? Ainda bem que não tirou os óculos escuros!
— É o que parece... — Ela respondeu brincalhona. — Algo de errado, delegado?
— O último taxista tinha muitos pontos na carteira. Posso dar uma olhada nos seus documentos rapidinho? — Ele mal pediu e já estendeu a mão.
Ah, uma gotinha de suor imaginária escorria pela testa dela. Tentando se manter fria e dura na queda, não tremer na base. Não estava devendo! Era assim que tinha que agir.
— C-claro.
— Até que enfim alguém vai voltar a dirigir nessa cidade! Odeio pedir esse tal de Uber! — Uma terceira voz surgiu, entrando no banco de trás do carro. — Já tá chateando a moça, Julião? Se não estivesse tudo certo ela não teria sido contratada!
— É o protocolo, dona Célia.
— E o protocolo pode esperar, eu não. Tenho que ir pra União das Colônias. Manda ver, querida. — A senhora se esticou para cumprimentar Jeongyeon, que deu graças a deus pela existência dela.
— É pra já! — Tratou rapidinho de colocar o caminho no GPS. — Até mais!
Nada sutilmente Jeongyeon saiu com o carro antes mesmo do delegado ter tempo de alguma reação. Na outra esquina, Nayeon e Jihyo se entreolhavam com seus corações na mão. Péssimos pressentimentos para o corrente dia. Impossível não terem.
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Dos Palcos Pros Barracos
FanfictionAs 3mix estavam no topo, estourando nas paradas. Até aquela linda carreira de sucesso ir por água abaixo, quando depois de um acidente, foram acusadas de matar o empresário. O trio só teve uma saída: Com novas identidades, fugirem pra uma cidadezinh...