Que tipo de ser humano não fica feliz em uma linda e divertida festa junina? Com tanta paçoca, pipoca, milho, quentão, caramba, é comida pra dar e vender! Esse tipo de ser humano se chamava Myoui Mina. Claro, sua infelicidade não se relacionava em nada com a festa. Mas ela simplesmente não conseguia se animar. Sentia que o inferno da sua vida tinha voltado com força total. Enquanto também se sentia um monstro.
Comendo aquela maçã do amor, bem distante do seu, observava sua filha brincando com o pai. Toda felizinha, o sorrisinho banguela dando as caras. Era tão lindo vê-la alegre, se divertindo. E Mina estava feliz por ela. Porque nunca passava tempo com o pai, então nas raríssimas vezes que o via, era como se as estrelas estivessem alinhadas. Mas Mina também estava com ódio, raiva e um ciúme gigantesco.
Por isso essa era a quarta maçã do amor em que ela se afogava, de tanta culpa. Como a criança iria entender uma situação complicada daquelas? Nina não tinha noção de que o pai era um canalha. Mina odiava achar fofo aquele momento, enquanto se lembrava dos momentos quando Nina ainda era uma bebê e ele ainda era um pai e marido presente. Odiava que bastava ele voltar e estalar os dedos, que conseguia fazer o mundinho daquela criança ficar completo, como ela não conseguia fazer.
Então ele a girava no ar. E Mina mordia a maçã com o maior desgosto do mundo, vendo o quanto eles eram parecidos principalmente quando riam. Queria tanto sumir dali pro buraco mais profundo possível, mas não queria dar aquele gostinho pra ele. Nem sumir da festa que Dahyun deu tanto duro pra organizar.
Enquanto isso, Chaeyoung não estava em um turbilhão de sentimentos muito diferente. Além de não ter coragem de se aproximar dela, não podia nem se divertir sem se lembrar que agora suas chances poderiam escorrer pelo ralo. Porque apesar de muito difícil, não era impossível. Não quando nem a aliança ela tirava do dedo.
— Vamos lá, Chaeyoung! — Tzuyu incentivou ela a tentar pegar mais um peixinho premiado.
— Joga o anzol mais pra frente que você consegue. — Sana deu um tapinha no ombro dela.
— Eu vou é engolir esse anzol até eu me engasgar, isso sim. — Disse toda amargurada, recebendo um tapa bem mais forte agora, vindo de Dahyun. — O que foi, noiva? Não tem que achar um par não?
Dahyun deu um olhar de soslaio para Tzuyu, que usava um vestido xadrez preto e branco com vários babados coloridos. A caipira mais linda da festa, e a concorrência era das grandes.
— Definitivamente não. Vamos, se anima!
Não muito longe dali, tendo que lidar com algumas cantadas e vários pares diferentes acabando na barraca, Jeongyeon e Jihyo esperavam pelo melhor momento para colocarem o plano em prática.
— É uma ótima ideia. Eu adorei. — Um carinha simpático disse depois de sair das cortinas, muito contente pelos créditos que tinha recebido após o beijinho lá dentro.
Jeongyeon sorriu e o entregou mais quatro fichas. Jihyo saiu do outro lado, dando risada.
— Nem todo mundo gosta de respeitar o cronômetro.
— E nem todo mundo quer manter o mistério. Desesperados. — A fila tinha acabado em um milagre que pelo visto não duraria muito, então as duas ficaram paradas olhando o movimento. Não viam a hora de trocarem com outras pessoas para terem uma horinha de divertimento. Seria um crime passarem a festa inteira ali, vendo selinhos e amassos de gente de todo o tipo. Até que avistaram Nayeon e Momo, conversando de um jeito que pareciam decidir o destino de um país. — É a hora! — Esfregou uma mão na outra.
— Caramba! Uma barraca do beijo invertida. Ficou muito charmosinho... — Nayeon observou aquela estrutura baixa verba delas, que fizeram milagre com o que tinham. Deram um jeito de dividir a barraca e deixar uma cabine feita de cortinas no meio, de maneira que ficasse difícil das pessoas verem quem seria o parceiro.
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Dos Palcos Pros Barracos
Fiksi PenggemarAs 3mix estavam no topo, estourando nas paradas. Até aquela linda carreira de sucesso ir por água abaixo, quando depois de um acidente, foram acusadas de matar o empresário. O trio só teve uma saída: Com novas identidades, fugirem pra uma cidadezinh...