— Dois anos em regime semiaberto.
— O que isso significa?
— É, eu sou leiga nessas coisas judiciais, até então nunca precisei.
— Semiaberto é uma semana na cadeia e uma semana em casa?
Irene revirou os olhos com aquela última pergunta. Entrelaçou as mãos e se inclinou na mesa. Analisando uma por uma.
— Regime semiaberto significa que vocês escaparam da parte mais complicada. Tecnicamente, eu poderia ter conseguido uma liberação para que cumprissem a pena em casa com tornozeleira, porém, aqueles vagabundos tem prazer em ferrar todo mundo. Apesar da ala do regime semiaberto estar cheia na maioria das penitenciárias, eles encontraram um lugar pra vocês em uma colônia industrial na região metropolitana. — Ela bufou, ficou muito irritada pelo plano primário não ter dado certo. As 3mix pareciam fadadas ao azar até quando estavam com sorte. — Vão ficar nessa colônia que é menos pior que a penitenciária, trabalhar com reciclagem. Se vocês fizerem tudo certo, a cada três dias trabalhados um dia será descontado da pena. E se forem boas garotas e se inscreverem nos cursos, ajuda muito também. Alas coletivas e saídas temporárias. Em suma, eu preciso que se comportem mais do que nunca. Não arranjem encrenca, virem santas. Quanto mais quietinhas e despercebidas passarem, mais perto eu fico de conseguir melhorar a situação.
Nayeon, Jihyo e Jeongyeon se entreolharam.
Um misto de esperança e medo.
Seria muito mais fácil terem com o que se ocupar durante aquele tempo, trabalhar seria ótimo. O problema era uma nova adaptação em um novo lugar. Com novas pessoas ao redor, novas regras, tudo diferente. De novo. Caramba, era como a terceira vida delas em menos de um ano.
— Ei, desfaçam essas caras! Poderia ser muito pior.
De fato, poderia ser pior.
Mas o que é pior?
Existem dias fáceis, dias difíceis. Tem os dias meia boca também. Como não fazer todos eles serem a combinação mais horrível seguidas vezes no calendário?
A colônia era mais simples do que a penitenciária. Não tão diferente quanto uma, em termos de hierarquia. Jihyo descobriu que em todos os lugares existe uma, e isso era de tirar qualquer um do sério. Apesar dessa vez, o problema não ter sido com ela. E sim com Jeongyeon. Na verdade, essa parte fazia ela ter vontade de rasgar a primeira no meio. O santo não bateu e já era suficiente pra uma criatura humana tentar infernizar a vida da outra. Então elas tiveram alguns probleminhas.
Nayeon por exemplo, pela vez mais rara na vida, não enfrentou uma única confusão sequer.
Estava mais próxima de virar o Buda do que de ficar livre.
Teve que inspirar suas duas melhores amigas a encontrarem o melhor dentro de si. A não discutirem com ninguém. Jeongyeon segurar seus olhares nada calmos e pacientes em meio as duas desqueridas que dormiam perto dela. Jihyo a não querer fazer as duas engasgarem com uma garrafa pet ainda não reciclada.
Existiam os pontos nada agradáveis de se tornar uma pessoa marcada pela justiça. Como quando elas descobriram que nem a melhor das notícias era uma boa notícia em meio a nova vida delas. Sem identidades falsas, mas assombradas pelo sucesso que fizeram entre a real e a falsa. Chanyeol sempre as visitava, tanto na penitenciária quanto na colônia. E sempre servia para trazer a elas até mesmo o que elas desejariam não saber.
— Eles querem assinar um contrato.
— Um contrato? — Jihyo ficou chocada.
— Com a gente nessa situação? — Nayeon ergueu uma sobrancelha.
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Dos Palcos Pros Barracos
FanfictionAs 3mix estavam no topo, estourando nas paradas. Até aquela linda carreira de sucesso ir por água abaixo, quando depois de um acidente, foram acusadas de matar o empresário. O trio só teve uma saída: Com novas identidades, fugirem pra uma cidadezinh...