Um mês e alguns dias depois naquela noite desgraçada, era claro que os próximos dias seriam dias desgraçados. Não seriam dias desgraçados por acontecimentos ruins, irritações ou barracos, seriam dias desgraçados pelo nível que a situação tinha alcançado.
E situando as três pobres, cansadas, irritadas, tristonhas, capengas e mais mil características de gente azarada e ferrada que podemos adicionar, a coisa tá péssima. O mundo parecia prestes a ruir. Mas até que elas conseguiam disfarçar o tamanho do caos, enquanto tomavam café naquela mesa silenciosa. Clima tenso. Tão tenso que mesmo uma Sana não em um bom momento pessoal porque vivia de altos e baixos, ainda tentava pensar em coisas para melhorar o humor delas. Mas sabia que era uma tarefa impossível.
Até Tzuyu desistiu. Mal abria a boca.
— Eu não consigo acreditar. Bem que a Carminha falou. Tá todo mundo se afundando cada vez mais na bosta. — Jeongyeon disse amarga, e chegou a ser um crime Tzuyu e Sana tendo que segurar as risadas depois daquilo. Sana quase se engasgou com o café, recebendo alguns tapinhas nas costas de Tzuyu.
— Todo mundo, no caso nós três. Com ímã pra tudo quanto é catástrofe nesse mundo. — Nayeon virou uma longa golada de café com leite, pensando nas possibilidades de beber tanto café com leite até ficar inchada e ter um troço. Seria melhor do que ver seu rosto estampado na televisão, enquanto algum jornalista de fofoca contava no dito cujo programa de fofoca, como avançavam as investigações da morte do empresário famoso. Falando mil vezes com a boca cheia a palavra "foragidas". — Foragidas. Foragidas. Foragidas! A gente foi de "vozes com mais potencial" segundo aquela revista, pra foragidas da justiça!
— É, quem saiba eu faça uma tatuagem pra mostrar o quanto eu sou da pesada como falam. — Jihyo mordeu o pão com presunto na maior raiva do mundo. — Já sei! Vou começar a andar armada!
Os olhos de Nayeon caíram nela, indo até o chão de tanto tédio.
— Você já anda armada, Jihyo.
Dessa vez Jeongyeon não aguentou e caiu na risada, liberando automaticamente as outras duas pra rirem também.
— Hahaha, muito engraçadinha você. A gente aqui nesse inferno enquanto aquela cretina tá lá, entrando em reality show. Virando a grande subcelebridade que ela sempre quis ser.
Ah, verdade! O grande motivo da ligação de Chanyeol? O fato delas agora terem um prazo de validade naquela cidadezinha, era que seria impossível dele alcançar a única testemunha do suposto assassinato. Já que ela tinha realizado seu sonho de entrar em um reality show, o que significava que se ela aguentasse lá dentro poderia ficar até três meses confinada.
— Acho que se a gente ficar aqui pra sempre, eu vou arranjar um jeito de ir atrás desse chorume dessa mulher. — Nayeon disse, os olhos transbordando ódio.
— E vai fazer o quê? Eu tenho mil ideias pra acabar com ela.
— Eu arrancaria as facetas dela, uma por uma até deixar ela sem dente de verdade. — Jihyo disse do mesmo jeito, e Sana e Tzuyu se entreolharam.
Daqui pra frente os papos ficariam cada vez mais violentos, já que nada melhorava pra elas. As coisas ficariam sinistras. O que na verdade, até deu uma ideia pra Tzuyu. Enquanto Sana se sentia de mãos atadas, e como era uma pessoinha sensível, só ficava ainda mais triste com a própria vida e com a vida dos outros.
Entre resmungadas desgostosas, ódio no coração e mil e um xingamentos mentais e falados, a porta da sala bateu. Anunciando a chegada de alguém. O sol da cidade, que viu o ambiente tão sombrio que até desfez o sorriso ao chegar. Se lembrou das notícias e tentou, tentou muito, não fazer aquela carinha de pamonha do tipo "é, complicado".

VOCÊ ESTÁ LENDO
Dos Palcos Pros Barracos
FanfictionAs 3mix estavam no topo, estourando nas paradas. Até aquela linda carreira de sucesso ir por água abaixo, quando depois de um acidente, foram acusadas de matar o empresário. O trio só teve uma saída: Com novas identidades, fugirem pra uma cidadezinh...