Capítulo 11

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Anne

Acordei bem tarde no dia seguinte e minha cabeça estava doendo um tanto. Me sentei na beirada da cama e olhei para trás

Carol ainda estava dormindo.

Imediatamente a cena de ontem apareceu em minha cabeça. Seu lábio macio encostando no meu, sua mão subindo delicadamente pelas minhas costas, nossos corpos colados...

Dei um tapinha em meu rosto e peguei algo pra me vestir.

No que tirei a blusa do pijama, ouvi Carol resmungar.

- Eu arranhei suas costas... - Carol mal tinha o olho aberto, mas estava me olhando de costas pra ela.

- Que?

- Suas costas, tá com a marca do arranhão de ontem, da minha unha. - Carol escondeu seu rosto debaixo da coberta.

A, claro. Minha pele fica vermelha muito fácil, eu já devia imaginar que iria ficar.

- Não deve demorar a sair, fica tranquila. - Fiz um joia e coloquei outra blusa.

Sabendo que ela estava acordada, fui me trocar no banheiro.

- Bom dia Carolzinha, vamos almoçar aqui no hotel ou quer sair? - Falei saindo do banheiro.

Era pra esquecer, não era?

Ela estava encarando a parede enquanto prendia seu cabelo.

- No hotel, não aguento sair hoje.

Dei uma risada fraca, eu também não aguentaria.

- Vou te esperar pra gente descer então. - Me sentei na poltrona e fiquei mexendo no celular.

Ela se levantou e entrou no banheiro, tomou um banho e veio em minha direção.

- Tem remédio pra dor de cabeça? - No que eu levantei ela me abraçou.

- Acho que sim - Retribui o abraço e fui olhar em minha bolsa.

Tinha uma cartela fechada.

- Aqui. - Entreguei pra ela e tirei uma garrafa de água do frigobar.

Ela tomou e me agradeceu.

Descemos em silêncio até o primeiro andar, onde ficava o restaurante incluso ao hotel.

Pegamos nossa comida e sentamos em uma das mesas disponíveis. O clima tá meio estranho e acaba que está me deixando muito mal.

- Carolzinha, você falou com as irmãs hoje? - Falei quando terminei de comer.

Ela me olhou e tomou um pouco do seu suco.

- Não, hoje só falei com Rosa. - E pegou seu celular.

Dei um suspiro pesado. Zero necessidade de ser grossa Carolina!

Ela se tocou que não tinha soado bem.

- Perdão meu bem, é que não estou me sentindo tão bem hoje. Tô afim de ficar quieta sabe? - Ela me olhou e deu um sorrisinho, e segurou em minha mão que estava em cima da mesa.

Também sorri e ela começou a acariciar minha mão.

Senti um friozinho na barriga...

- Vamos subir, vem. - Carol se levantou e não soltou minha mão.

Fui andando tranquilamente atrás dela, estou com uma sensação melhor agora.

Quando chegamos no quarto ela pegou seu notebook e se sentou em sua cama.

- Vem cá, vou editar algumas fotos que eu tirei ontem. - Ela chegou pro lado, dando um espaço para eu me sentar.

Deitei minha cabeça em seu ombro e comecei a observa lá.

Eu não entendo nada desses programas de fotos, é tão confuso.

- Essa é minha foto favorita. - Ela abriu uma das fotos que estavam ali nos seus arquivos.

Era uma foto minha, em frente ao telão do museu de Van Gogh, onde no fundo, passava os girassóis de Van Gogh. Dei um risinho bobo.

- Você consegue fazer milagres nas fotos em. - Dei uma risada.

Ela me olhou de cara feia.

- Você é linda Anne, para de besteira, eu nem mexi nessa foto! - Carol me deu um tapinha na cabeça.

Eu ri mais ainda.

- Obrigada Carolzinha, receber um elogio seu é uma honra.

- Eu te elogio 24 horas por dia besta - Carol soltou uma gargalhada boa de se ouvir.

- Sempre estou honrada ué. Agora continua a editar, é legal ver! - Dei um sorriso toda feliz.

Ela voltou a editar as fotos, mas depois de um tempo decidiu que iria parar.

- Fala um filme - Ela me olhou.

Parei um tempo para pensar

- The fault in our stars. (A culpa é das estrelas) - Falei o nome do filme em inglês, porque quando eu vi estava em inglês.

- Chorar em plena tarde? - Ela começou a pesquisar o filme no Disney+.

- É bom as vezes!

Ela riu.

Começamos a ver o filme. Me agarrei mais a Carol e deitei minha cabeça em seu peito, enquanto ela fazia um incrível carinho em meu braço.

Por um momento deixei de prestar atenção no filme, fechei os olhos e pude sentir o coração de Carol batendo, sua respiração tranquila e sua mão indo e voltando com delicadeza em meu braço. Nosso beijo voltou em minha cabeça e eu me arrepiei só de pensar.

Eu só posso estar ficando maluca!

Carol é uma das pessoas mais incríveis que eu conheço, é uma das amigas na qual eu mais passo tempo. Acho tão errado pensar nessas coisas! Não quero estragar o que temos.

Depois que pegamos intimidade, passamos a ser carinhosas uma com a outra, mas eu nunca senti nada.

Voltei minha atenção pro filme e tentei ignorar qualquer coisa que tivesse haver com isso.

No final do filme, meus olhos estavam lacrimejando e quando olhei para Carol, uma lágrima tinha acabado de escorrer. Olhamos uma para outra e demos uma risada baixa.

- Esse filme é horrível de bom. - Carol desligou o notebook e me abraçou.

Fiquei praticamente em cima do corpo de Carol, abraçada com ela, enquanto ela xingava John Green e o final triste da história.


Photo Dump  |  Buijrol  (PARALISADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora