Carolana
Com minhas mãos tremendo e os olhos lacrimejando, procuro pela loira em todo canto da casa, mas encontro nem mesmo suas peças de roupa.
Acordar e não ter ela ao meu lado foi estranho, mas ela poderia apenas ter levantado mais cedo.
Avancei sobre a mesa de jantar assim que vi um papel branco que eu tinha certeza de que não estava ali ontem a noite. Assim que bati os olhos, reconheci a escrita de Anne, a boa e bela escrita super bem feita e pontuada.
Anne estava estranha já fazia uma semana, mas sempre dizia que estava tudo bem e não me deixava aprofundar no assunto.
Eu esperava do fundo do meu coração que o papel fosse apenas um aviso de que ela foi na padaria, mesmo eu sabendo que não era isso, quem vai a padaria e leva a merda de todas as suas coisas?
Eu ainda estava tremendo, com a bochecha encharda de lágrimas pesadas e carregadas de tristeza.
Agarrei o papel e respirei fundo, esperando uma grande e boa explicação, como ela sempre fazia.
~
"Olá Carol, me desculpe.
Me odeio tanto por ter feito isso com você, mas não tive tantas escolhas.
Eu sentirei saudades.Eu te amo, Anne."
~
As lágrimas aumentaram e rasguei o papel imediatamente.
Fui a procura de meu celular e fui atrás do seu contato, eu exigia uma explicação melhor, ela não podia ir embora dessa maneira.
~
"Anne, oque aconteceu?"
"Pelo amor, me responde!"
"Anne"
"Anne, vc tá bem?
"Mas que merda garota"~
As mensagens chegavam em seu celular, e eram visualizadas quase que de imediato
Mas eu não obtive uma resposta se quer por longas duas horas.
Não consegui tomar nada no café e ao menos tive energia pra me deslocar até o escritório, justifiquei minha falta com uma mentira qualquer.
Perto do almoço, que pra mim nem iria existir pois a fome não era nem de longe uma das coisas que eu sentia ness e momento, eu encarei o relógio e meu celular.
Ele estava desbloqueado em cima da mesa, com a conversa aberta esperando alguma resposta.
A cada 5 minutos eu chorava e entrava em uma ansiedade sem fim. Até a barra aparecer "Digitando".
Minhas mãos foram de automático ao encontro do celular, o puxando para aperto, enquanto meus olhos estavam vidrados na tela.
O status de digitando sumiu, ficou alguns minutos sem aparecer e depois retornou.
Ficou assim por meia torturante hora.
~
"Perdão Carol. Estou com muitos problemas. Você não é culpada de nada!"
"Sei que lhe devo explicações, mas nem mesmo eu sei explicar."
"Apenas me perdoe algum dia."~
Eu não sabia oque responder, e eu tinha a sensação de que mesmo que eu respondesse, eu não iria obter uma resposta.
Desliguei meu celular e fui em direção ao sofá, me joguei e voltei a chorar desesperadamente.
Eu estava sentindo uma solidão imensa, estava tudo indo tão bem até pouco tempo.
Sentimentos de tristeza, solidão e saudades tomavam conta de mim.
E de raiva, uma raiva em pequena proporção queimava em minha cabeça.
Por que ela não podia me responder? Não podia me explicar? Por que me abandonou?
Tivemos muitos problemas e enfrentamos todos juntos, por quê esse seria diferente?
Eu não conseguia entender.
Segurei a almofada e a apertei com força após soltar um grito de raiva e confusão.
Respirei fundo por um tempo, tentando voltar minha respiração ao normal e olhei em volta do apartamento.
Apesar da falta de fome, eu precisava me alimentar.
Olhei meu celular com receio, mas fui até ele e pedi uma comida no primeiro aplicativo que eu vi.
Larguei de volta em cima da mesa e fui para o meu quarto e quase de imediato me arrependi, o cheiro de Anne estava impregnado ali.
Segurei meu choro e dei meia volta, indo para o banheiro e ligando o chuveiro na água mais gelada o possível.
Eu queria um banho em minha banheira, mas não iria conseguir passar pelo meu quarto e muito menos me lembrar de momentos inesquecíveis naquele mesmo ambiente.
Fiquei o máximo de tempo o possível, até minha campainha tocar e eu ser obrigada a sair do banho.
Vesti meu roupão branco e apenas dei uma enxugada no meu cabelo, não queria atrasar seja lá quem for que estava na porta.
Caminhei calmamente e abri.
Era apenas o entregador com meu pedido em mãos e um sorriso gentil.
- Perdão pela demora, muito obrigada. - Falei com um falso sorriso e peguei a comida.
Fechei a porta quase que no mesmo instante, deixei a comida sobre o balcão e encarei a porta do meu quarto fechada.
Eu teria que entrar ali.
A tristeza só aumentou assim que entrei no quarto, e no primeiro suspiro a saudades também me invadiu.
O quarto que nunca teve um cheiro tão forte, parecia agora ser feito pelo perfume de Anne.
Meus olhos lacrimejaram e caminhei até meu closet e peguei muitas roupas, e pude ver a parte de Anne totalmente vazia, as lágrimas desceram aos poucos.
Sai do quarto com um amontoado de roupas minhas e levei até o quarto de hóspede, eu decidi que iria dormir ali agora.
Voltei a sala e me obriguei a comer a refeição.
Eu não estava entendendo o porquê daquilo ter me afetado tão rápido.
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Photo Dump | Buijrol (PARALISADA)
Romantizm📸 Anne Buijs veio morar no Brasil por incentivo dos pais. Tinha duas amigas muito próximas lá, pois não era a primeira vez que a Holandesa ia morar aqui. Continuou com seu ramo na escrita é acabou conhecendo Carol, uma incrível fotógrafa, apesar de...