Perquisição

230 29 8
                                    


— Eu estou ótima... Alguém me tira daqui, por favor? — grito com raiva. A enfermeira a minha frente disse que devo ficar de observação por causa de uma merda de concussão. O que é isso? Eu não tenho essa doença, aliás, não tenho doença nenhuma.

— Você tem que ficar aqui, são ordens médicas. — ela insiste, Tobias e Beatrice chegam assustados tentando entender o que está acontecendo.

— A senhorita Rebecca acordou há pouco mais de duas horas e ainda está um pouco alterada. — ela explica e eu bufo.

— Alterada? — repito indignada. — Alterada vai ficar você se não tirar essa agulha de dentro de mim! Vai! Me tira daqui!

— Ei, ei! — diz Tobias colocando as mãos em meus ombros me forçando a permanecer na cama. — Calma, por que está assim?

— Preciso fazer algo. — digo com pressa.

— O que você quer fazer que é tão urgente assim? — Beatrice pergunta ficando do meu lado direito.

— Eu preciso terminar o que comecei. — tento explicar mas não entendem. — Não posso falar em voz alta, ela está aqui.

Aponto para a enfermeira e eles me olham confusos, reviro os olhos, preciso explicar tudo.

— Estamos na Franqueza, ela é uma boca aberta. Não dá para contar nada na sua frente, vai contar para seus superiores ou algo assim. — digo e todos nós olhamos para ela.

— Ela tem razão. — A enfermeira balança a cabeça. — Vou sair. Volto em meia hora se não houver mais problemas. Espero que entendam que talvez esteja alterada por estar um pouco confusa com a situação anterior. Não deixem ela sair de cama, por favor. E tentem fazê-la descansar, ela já está liberada para dormir.

— Tudo bem. — diz Tobias e ela vai embora.

— Eu não estou alterada, ela está louca. Acho que quem tem concussão é ela.

Os dois riem.

— Agora você pode falar. — Tobias diz suavemente.

Respiro fundo.

— Eric está morto?

— Não. Alguns dos membros da Franqueza decidiram cuidar dele. — Tobias explica: — Eles falaram algo sobre tratamento justo de prisioneiros. Kang o está interrogando em particular agora. Ele disse que não nos quer lá, perturbando a paz ou algo assim.

— Eu odeio o Kang... Infelizmente terei que interromper esse interrogatório. — digo tirando o lençol de mim, e pondo o pé para fora da cama, mas Tobias o empurra e me cobre novamente.

— O que quer fazer? — Beatrice pergunta novamente sem paciência.

— Vou matá-lo. — o silêncio toma conta do quarto.

— Não, você não vai. — Tobias puxa uma cadeira para perto da cama, se senta e segura minha mão.

— Por que?

— Porque para fazer isso você tem que estar totalmente recuperada. Será melhor. — ele sorri.

— Além do mais, há tantos guardas lá agora e você não conseguiria passar por todos eles estando desse jeito. — diz Beatrice sentando no sofá do seu lado, ela e Tobias parecem estar se divertindo.

Fico desconfiada, mas me sinto cansada para relutar. Parece que a enfermeira tem razão, me sinto um pouco tonta agora.

Encosto na cama e olho para cima, sentindo o toque de Tobias em minha mão.

Insurreto (2- Insurgente) Onde histórias criam vida. Descubra agora