Marlene está morta.
Cheguei ao Complexo com Tobias, e Beatrice me puxou para um corredor escuro e contou o que aconteceu, as lágrimas deslizaram por seu rosto e eu a abracei.
Não consigo acreditar, mas quando vejo o corpo de Marlene, sinto minhas pernas tremerem.
"Tenho uma mensagem para os Divergentes.
Isso não é uma negociação.
É um aviso.
A cada dois dias, até que um de vocês se entregue na sede da Erudição..."Foi o que Marlene disse quando se jogou, minha irmã contou.
E as palavras cravaram em minha mente, tenho que fazer algo. Preciso fazer algo. Talvez me entregar seja a solução.
Todos os membros da Audácia se calam quando entro no refeitório aquela noite. Eu não os culpo. Como uma Divergente, tenho o poder de permitir que Jeanine mate um deles. A maioria deles provavelmente quer que eu me sacrifique por eles. Ou estão morrendo de medo de que eu não faça isso.
Se estivéssemos na Abnegação, não haveria um único Divergente sentado aqui agora.Por um instante, não sei para onde ir, nem como chegar lá. Mas Zeke acena para mim, convidando-me para sua mesa com uma aparência triste, e eu guio meus passos em sua direção. Mas, antes que consiga chegar lá, sou abordada por Lynn.
É uma Lynn diferente da que conheço. O brilho de ferocidade em seu olhar se foi. Agora ela está pálida e morde o lábio para fingir que ele não está tremendo.— Eu sinto muito. Me desculpe por falar daquele jeito com você, você não teve culpa de nada. Eu que estava liderando a missão e fui imprudente. — digo. — Sinto muito por Marlene.
Ela balança a cabeça.
— Eu realmente... Sinto falta de Marlene. Eu a conhecia há muito tempo, e eu... — Ela balança a cabeça. — A questão é: não pense que o fato de eu falar isso tenha qualquer coisa a ver com Marlene — continua ela, como se estivesse me dando uma bronca. — Mas... me sinto grata por Tris salvar Hec.
— Acho que você está precisando de um abraço, Cabeça Brilhante. — brinco e Lynn não se segura começando a chorar. Me abraça forte.
— Achei que você nunca mais falaria comigo, e eu estava com muita raiva de você. — confessa.
— Espero que me perdoe, eu fui muito ridícula ao falar aquelas coisas. Nada daquilo foi culpa sua.
— Você está perdoada.
A aperto ainda mais.
— Shauna pode não estar falando com você, mas sei que sente sua falta. — sussurra.
— Também estou com saudade. Cuide bem dela, tudo bem? — toco sua bochecha quando nos afastamos. — A convença que nós precisamos dela aqui, certo?
Ela me solta, funga, depois começa a caminhar em direção à sua mesa, como se nada tivesse acontecido. Olho para ela por alguns segundos enquanto ela volta para a mesa e se senta.
Zeke e Uriah estão sentados um ao lado do outro, e o restante dos assentos da mesa estão vazios. O rosto de Uriah está abatido, e ele nem parece estar completamente acordado. Há uma garrafa marrom-escura na frente dele, e ele dá um gole de vez em quando. Beatrice está ao lado dele e parece nervosa. Sento ao seu lado e seguro sua mão gelada.
Beatrice contou que escolheu salvar Hector, sacrificando a vida de Marlene. Ela está triste com isso e com razão. Não devíamos ter que escolher quem vive ou quem morre.
— Onde está Shauna? — pergunto. — Ela ainda está no hospital?
— Não, ela está ali — diz Zeke, acenando com a cabeça em direção à mesa onde Lynn foi se sentar. Vejo-a lá, tão pálida que parece translúcida, sentada em uma cadeira de rodas. — Shauna não deveria ter saído da cama, mas Lynn está muito mal, e ela resolveu lhe fazer companhia.
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Insurreto (2- Insurgente)
Fiksi PenggemarBecky sofreu perdas irreparáveis, agora enfrentará novos problemas enquanto tenta salvar quem ficou, prometendo vingança a quem arruinou sua vida. Tudo isso enquanto lida com questões sobre mágoa, perdão e amor.