Alguns dias se passaram. As coisas estavam mais calmas e estávamos levando a diante a investigação sobre a nova gangue, mas tinha uma coisa que me deixava intrigada.
Meu pai continuava bom, mas eu sentia que ele me escondia algo. Ele tava distante, saindo mais que o normal e não me levava com ele. Alguns caras estranhos vinham aqui e conversavam em particular com ele e ele não me dizia nada, só que eram negócios.
Eu não sou burra sei que tem algo estranho mas ainda não sei o que é.
Eu voltava pra casa calmamente depois de passar a manhã com mikey e os outros. Logo quando estava na rua da minha casa, encontrei muita movimentação na frente do estabelecimento. Tinha polícia, bombeiros e muita gente. Fui correndo entrando no meio das pessoas chegando mais perto e entrando no estabelecimento desobedecendo a faixa e os policiais que diziam pra eu não entrar.
Assim que entrei, encontrei alguns policiais rodeando um corpo que quando cheguei mais perto vi que era o do meu pai. Ele tava todo roxo, o rosto quase irreconhecível. Um corte de faca na garganta e os braços e pernas estavam quebrados. Fiquei em choque, não tive reação para chorar e nem nada. Eu apenas olhava com o rosto espantado, paralisada sem saber o que sentia. Eu parecia estar em um estado de choque profundo. Senti algumas mãos me segurarem enquanto me arrastavam para fora do local, me deixando lá fora e voltando para dentro. Devia ser um policial mas a essa altura eu não me importava. Inconscientemente eu saí, andando sem rumo tentando digerir o que acontecia. Eu parei e entrei em um beco sujo e vazio, finalmente sentindo meu corpo voltar a vida. Comecei a sentir sentimentos de perda, solidão, incompreensão, raiva, tristeza, ódio. Tudo junto de uma vez.
— Logo agora que eu finalmente estava conseguindo ser feliz... quando as coisas estavam ficando boas pra mim... -funguei enxugando as lágrimas que não parava de cair.- agora eu não tenho mais nada... -sussurrei sentindo o ódio aumentar.
Me levantei pegando a primeira coisa que eu vi e jogando na parede. Chutei os lixos que tinham ali, esmurrei a parede, xinguei e praguejei tudo o que eu podia, tentando aliviar o sentimento ruim que não passava. De repente foi como se meu corpo desligasse e eu apenas cai no chão, sentindo meus sentidos irem em bora aos poucos até apagar.
[...]
Os garotos ficaram sabendo do que aconteceu com o pai de tomoe. Foram até a casa dela, procurando por ela mas não acharam. Jutaram toda a gangue e saíram de moto atrás da garota. Procuraram o dia e a noite toda, até as 5 da madrugada parando quando dia começou a amanhecer.
Eles estavam abalados e preocupados, já imaginando que o pior aconteceu. Não conseguiram achar ela em lugar nenhum, não tinha nem pistas.
Eles se reuniram no ponto de encontro da gangue e mikey estava sentado com os cotovelos apoiados no joelho e a cabeça abaixada, tentando decidir o que fazer, mas não tinha ideia.
Ele não sabia o que aconteceu com tomoe, não sabia o que tinha acontecido com o pai dela e já não sabia mais o que fazer além de procurar.
Logo eles começaram uma reunião, mikey ordenou que espalhassem um recado.
— Isso vai para toda e qualquer gangue rival. Tomoe tá desaparecida, e para quem estiver com ela: a tomoe é nossa garota. Quem estiver com ela vai pagar se tiverem machucando ou forçando ela a alguma coisa. Quem souber de algo, avise.
Ele disse e todos se dispersaram restando apenas os comandantes que se juntaram na casa de mikey para pensar mais. Estavam mikey, takemichy, Mitsuya, Draken, Baji, Smiley e angry.
[...]
Enquanto tudo acontecia, tomoe acordava em um lugar desconhecido. Era um quarto grande e bonito, mas ela nunca esteve ali antes. Ela se levantou de vagar, olhando ao redor e então tentou sair dali. A porta tava trancada, e as janelas não eram uma opção, já que a garota parecia estar no último andar de um prédio.